Após o terceiro episódio de RuPaul’s Drag Race All Stars4 ir ao ar, Gia Gunn postou em seu canal do YouTube um depoimento explicando seu comportamento na temporada. A seguir contém spoilers do AS4.
Comportamento no All Stars 4
Como o terceiro episódio resultou na eliminação de Gia Gunn, a rainha postou um depoimento sincero no YouTube explicando porque fez o que fez no All Stars.
Gia começa o vídeo afirmando que não está chateada ou triste com sua eliminação, como era esperado. Na verdade ela está contente com o que realizou, seu objetivo era deixar sua marca e fazer as pessoas comentarem (e muito) sobre ela.
Com sua saída podemos agora nos focar na próxima vilã, no próximo drama.
Então Gia confessa que não gosta de ver comentários negativos e ataques contra ela nas mídias sociais, pois ela também é humana e tem sentimentos e emoções.
A drag queen ressalta que é importante assumirmos a responsabilidade por aquilo que fazemos e falamos, e mesmo que muitos fãs de Drag Race a chamem de falsa, vilã ou praticante de bullying, Gia assume toda responsabilidade pelo que falou e fez no All Stars 4. Sua intenção com tal vídeo não era colocar a culpa de seu comportamento na edição, nos produtores ou em RuPaul.
Gia discorre sobre reality show ser uma grande produção de TV para o entretenimento, que ao assinar o contrato de participação, as participantes estão abrindo mão de seus direitos de imagem. Então ela sabia dos riscos ao participar do show e de que ela poderia ser retratada de forma negativa.
Mesmo assim Gia aceitou participar do All Stars 4, não somente para mostrar sua arte drag e a mulher que se tornou, mas principalmente para criar um bom entretenimento. Nas palavras da rainha:
Eu não peço para ninguém me perdoar aqui, eu peço apenas para que as pessoas entendam que Drag Race no fim das contas é uma competição sobre drag e acima de tudo um programa de TV de entretenimento.
E a Gia não liga se tem gente achando que é errado ela criar “histórias” para o reality, pois o que importa é que há milhões de pessoas a assistindo.
Para mim reality show é sobre capturar o momento, não importa o que saia da sua boca, não importa o curso de ação que você decida tomar. E você lida com isso. É isso que faz um bom entretenimento.
Gia pontua que as outras participantes estavam preocupadas com: a edição que iriam receber; com mais amor que ganhariam dos fãs; não serem julgadas; serem retratadas como vilãs… No geral, as queens estavam sendo calculistas com suas ações e diálogos. Enquanto Gia estava NEM AÍ!
Sua postura pode ser tida como dura demais, mas a verdade é que:
Para mim, sendo uma mulher trans, vivendo minha verdade e sem remorsos sobre o que fiz, falei ou vivi, por que eu iria na TV, com alcance nacional, ficar preocupada com o que vou falar ou como as pessoas iriam me julgar?
Causa Trans
Gia então fala um pouco sobre sua vida antes da transição, que sua drag nasceu para ela explorar seu lado feminino e que essa sua criação era carente e shady, sedenta por atenção. E pontua que na vida todos querem ser amados, incluindo ela. E que a Gia Ichikawa, mulher trans que ela se tornou, é completamente diferente da persona drag e da TV Gia Gunn.
E a rainha foi além:
Honestamente, falando, eu sabia que assim que eu colocasse meus implantes mamários ou qualquer procedimento do tipo relacionado a minha transição, eu sabia que não seria chamada de volta para um All Stars. Por mais lamentável e triste que isso soe, essa é a realidade, pessoal.
Eu assinei as linhas pontilhadas para ir ao All Stars não por mim. Não pela Gia Gunn. Mas pela minha comunidade trans. E para o resto do mundo conhecer pessoas trans de um modo mais pessoal. E simplesmente para ver uma mulher na sala de trabalhos.
Esse mundo no geral, em que vivemos, é uma sociedade dominada por homens”.
E Gia pontue que isso acontece até mesmo no micro-universo da arte drag, predominantemente masculino, em que as figuras por trás dos shows, boates, festas, etc, são todos homens, logo O mundo LGBT também é controlado por homens.
Então saiba que você ser você é simplesmente suficiente. E você não se arrepender das coisas que faz ou fala é muito mais valioso a longo prazo, neste mundo, do que simplesmente ser uma pessoa que só participa. Eu não fui [ao AS4] para participar. Eu fui lá para competir e deixar minha marca. E como Gia Gunn eu sinto que fiz isso.