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Drag Queens

Who’s That Queen? Jade Sotomayor

“Este homem (Bolsonaro) realmente não presta e me entristece saber o medo que ele criou para a comunidade LGBTQIA+”, afirma Jade, da primeira temporada de Drag Race.

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🕓 13 min de leitura

Existem duas grandes referências para a nossa protagonista de hoje. De um lado, uma pedra preciosa mais resistente que o aço; do outro, a assassina de Mortal Kombat II. Ambas são conhecidas pela cor verde e atendem por Jade, mesmo nome da minha entrevistada de hoje.

Revelada para o grande público com a estreia da primeira temporada de RuPaul’s Drag Race, em dois de fevereiro de 2009, infelizmente, é sabido por todos, inclusive pela própria Jade, que o mundo pôde conferir pouco do que ela tem a oferecer com sua participação neste programa, porém, como tudo isto começou?

A jornada inicia com “Drag On A Dime”, primeiro episódio, no qual Jade é a penúltima a entrar na sala de trabalho. Após uma sessão de fotos onde foi molhada com mangueiras em cima de um carro, ela se preparou para criar um look feito com peças de brechó e o que aqui no Brasil é conhecido como loja de R$ 1,99. A roupa feita lhe garantiu um safe e a garantia de mais uma semana na competição.

Em seguida, no segundo episódio, “Girl Groups”, é apresentado o mini desafio, um ensaio fotográfico, com a seguinte premissa: “Você acabou de descobrir que a sua bolsa Louis Vuitton de dez mil dólares é falsa”. As duas drags com as melhores reações vencem, neste caso, Akashia e Ongina. Como vencedoras, elas podem escolher as participantes de seus grupos pop de garotas. Jade entra no “3D”, composto pela já citada Akashia, Bebe Zahara Benet e Tammie Brown.

No palco principal, os dois grupos devem performar uma música do grupo Destiny’s Child. Muita pressão? Adicione Michelle Williams na bancada de jurados. No final do dia, o time de Ongina, “Serving Fish”, levou a melhor e Jade enfileirou seu segundo safe. Será que a terceira semana seria assim também?

“Queens of All Media”, o terceiro episódio, representa um teste de nervos para Jade: sua performance como a apresentadora Oprah Winfrey não foi bem recebida pelos jurados, o que lhe fez amargar entre as três piores. Aqui é muito mais lembrado o comentário de RuPaul sobre o órgão genital de Jade e sua habilidade para fazer o “tuck”, no entanto, ela conseguiu se salvar para tentar arrasar uma outra vez. Poderia ser a última?

O dia começou bem para Jade em “Mac Viva-Glam Challenge”, quarto episódio: vencedora do mini desafio, para o qual teve que maquiar Nina Flowers, ela também ganhou 5 minutos extras para o desafio principal: um comercial para a marca de cosméticos MAC. Suas concorrentes tiveram apenas dez, enquanto Jade dispôs de 15 minutos que, seriam suficientes?

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Infelizmente, não. Jade acabou protagonizando sua primeira dublagem, contra Rebecca Glasscock. Ao som de Eurythmics com “Would I Lie To You?”, ela acabou deixando o programa como a quarta eliminada. E é neste ponto que eu te convido para, junto comigo, responder à pergunta: Who’s That Queen?

Nascido no dia 18 de novembro de 1984, em Chicago, Illinois, David Sotomayor Júnior é filho de Noemita e irmão de Andrü, Michelle e Melissa. Ainda adolescente, fez ensino médio no Lane Tech College Prep High School, instituição com processo seletivo bastante disputado.

Em paralelo a isto, David cresceu no lado oeste de Chicago, especificamente no bairro de Humboldt Park, associado aos porto-riquenhos desde a década de 50. Nele uma bandeira de Porto Rico nos indica não apenas o orgulho latino, mas também a primeira pista para entendermos sua biografia: a dança.

Neste exato local David passou a fazer parte, pela primeira vez na vida, de um grupo de dança. “Las Semillitas”, no bom português, As Sementes, era um time sem fins lucrativos de dançarinos folclóricos formado apenas por pessoas latinas. Um bom indicativo do que estava por vir.

Tempos depois, David pisa na passarela pela primeira vez como drag queen. Anteriormente ele havia ido prestigiar algumas amigas que se apresentaram como drags. Entusiasmado com o que viu, assumiu sua nova paixão para a mãe e, uma semana depois, oficialmente começou sua carreira como drag.

O nome de drag surgiu da maneira mais inusitada possível: quando fez seu primeiro show, o nome Jennifer chegou a ser cogitado devido a sua adoração pela cantora Jennifer Lopez, todavia, David achou básico e o alterou para Jay. O diretor do show pronunciou o nome como Jade, devidamente aprovado. O complemento aconteceu como exigência do Facebook para a criação de um novo perfil nesta rede social, logo, o sobrenome de batismo se juntou a Jade Sotomayor que você está conhecendo agora.

Para uma estreia com pompa como rainha, Jade recebeu os cuidados de Naysha Lopez que, além de fazer sua maquiagem e lhe emprestar enchimento para os quadris, também a ajudou com as botas de sua própria mãe. No palco, ao dar tudo de si e receber uma gorjeta de Naysha, ela percebeu algo que mudou o rumo de seu destino: a diferença entre somente executar uma coreografia e entregar para o público uma performance que cria uma conexão entre plateia e rainha. Neste processo, duas pessoas em particular foram e são importantes:

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“Essas duas vadias más aqui têm sido minhas melhores amigas desde o início da minha jornada. Elas sempre me fizeram sentir que era completamente ok ser um homem cis e querer me embonecar e ter memórias duradouras para toda a vida. Elas não me julgaram nem uma vez, mas capacitaram a pessoa que eu realmente sou. Joias, estas são verdadeiras amigas, irmãs e pela graça de Deus minha família escolhida. Eu tenho lágrimas em meus olhos agora por ver elas se tornarem as belezas que sempre vi serem. Eu tenho muitos altos e baixos, mas sou realmente abençoado por ter Aly Gunn e Monica DeJesus Anaya ao meu lado para sempre torcendo por mim. Joias, quando você encontra pessoas assim, nunca as deixe ir, elas estarão lá para você para sempre. Obrigado, meus amores. Tão orgulhoso de todos nós. Discussões entre amigos permitem que você saiba que eles se importam. Se eles ainda estiverem lá durante e depois da tempestade, bem, baby, você tem família. Eu amo muito vocês duas. Mal posso esperar para ver quantas memórias mais faremos”, disse David, em postagem no Facebook, em 29 de agosto de 2018.

Uma destas pessoas, que você, caro leitor, conhece como Monica Beverly Hillz, da quinta temporada de RuPaul’s Drag Race, é justamente quem indicou Jade para a primeira temporada deste mesmo reality show. Nele que, infortunadamente, o público pouco soube desta drag: “Jade é definitivamente o meu alter ego. Basicamente ela tem mais coragem do que eu”, disse a própria em depoimento veiculado no programa.

Na época das gravações, Jade estava hospedada em um quarto de hotel no primeiro andar. Ciente e insatisfeita com o confinamento e suas restrições, ela fugia pela janela para espairecer com as outras drags do elenco em um boteco próximo. Em uma destas fugas, subiu pelas janelas até chegar ao bar do hotel, e não parou por aí, não.

Na noite em que aconteceu a gravação da eliminação de Victoria Porkchop Parker, a primeira eliminada, Jade e Tammie Brown escaparam para o quarto dela para celebrarem a vida, contudo, não vá pensando você que só de flores e amores vivem estas Rugirls precursoras.

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Muitos ainda recordam da rivalidade entre Jade e Rebecca Glasscock, que rendeu uma briga e troca de farpas que gera afastamento até os dias de hoje. Ao checar no Instagram os seguidores de Jade, fácil, fácil é possível ver que ela segue todas as drags de sua temporada, menos Rebecca.

Desentendimentos à parte e Drag Race em seu devido lugar, avançamos alguns anos para 12 de junho de 2016, dia do atentado à boate Pulse. Uma das 49 vítimas fatais foi Eddie Sotomayor Jr., de 34 anos, primo de David, para o qual ele representou, nos primórdios de sua carreira, basicamente o único apoio que tinha além de sua mãe e irmãos. Gays, se identificavam e se apoiavam mutuamente. Eddie é uma das pessoas obrigatórias de serem citadas na biografia desta rainha.

Por fim, a Jade de 2021 tem mais a se orgulhar do que pensa. Presente ativamente em Chicago e com seu lugar reservado em sua história, a artista que é hoje é uma clara evolução daquela drag que começou sua vida profissional no Spin NightClub.

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De primeira drag coroada como “Senhora Paseo Boricua”, no Humboldt Park, à Rugirl com fama mundial, Jade percorreu, dançou e viveu em diversos palcos, sejam eles simples, como os que foram montados na rua, nos quarteirões de sua infância; ou no emblemático Apollo Theather, no Harlem. Estas experiências, ao lado de outros inúmeros projetos televisivos e filmes, enriqueceram seus já honrosos 22 anos de carreira como artista.

Depois de tanto tempo de atuação no cenário drag, o que Jade tem a dizer para uma das plateias mais apaixonadas por RuPaul’s Drag Race em escala mundial? É o que você descobre logo abaixo, na entrevista que disponibilizo agora mesmo, na íntegra. Confira!

Conte-nos sobre sua paixão por Jennifer Lopez. Qual é a primeira lembrança que você tem dela?

Eu me lembro de já ser um fã de J. Lo quando eles estavam fazendo audições massivas para garotas por toda parte para o filme Selena, mas foi realmente depois de estrelar Selena e lançar seu álbum de estreia que eu fiquei completamente obcecada.

Eu amo o “On the 6”. Disco de onde saiu Waiting for Tonight e outros grandes singles.

Também eu sendo uma dançarina latina do bairro e desde o início lutando para escalar para o sucesso, me relacionei imensamente com J. Lo. Ela me ensinou que ser apaixonado, sedutor e uma pessoa gentil é possível para todos neste negócio. Seja verdadeiro consigo mesmo e seja sempre real!

Você foi a primeira drag que fez um espacate em RuPaul’s Drag Race. Hoje em dia, isto é quase obrigatório em um lip sync. Você se sente como uma precursora?

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Bem, infelizmente o primeiro espacate na história de Drag Race não me salvou da eliminação. Talvez se a regra “drag não é um esporte de contato” estivesse por aí, então eu teria sido salva e não a primeira latina enviada para casa.

A sua saída do programa foi realmente muito precoce.

Definitivamente orgulhosa de ter começado aquele movimento de assassina de lip sync, bem como muitas outras oportunidades para nós, rainhas, ali fora. Tem sido tão louco ver o mundo acordar e aprender como é realmente apreciar nossa arte em toda a sua glória.

Penso que é incrível como drag foi do underground para o mainstream.

Foi um grande avanço em relação ao passado, quando entramos na sala de trabalho pela primeira vez. O primeiro dia daquele pequeno programa que se tornaria o fenômeno mundial que é hoje!

Como foi seu tempo estudando performance de dança no Columbia College, em Chicago? Sua drag existiria sem a dança? 

Bem, é claro, ao longo da minha vida evoluí como pessoa junto com meu senso de estilo, que no meu entendimento eu estava mudando minha estética em drag, basicamente, literalmente! Como Ru diz: “Você nasce nu e o resto é drag!” Vejo isso desde o uso de toalhas de banho ou minha camiseta como uma peruca, até perucas frontais cheias de renda.

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Um clássico entre crianças LGBTQIA+: transformar a toalha em cabelo. Adoro!

Eu estava sempre me apresentando em minha casa dançando ao som de todos os videoclipes na TV com minha irmã mais velha Melissa. Minha primeira música favorita para performar foi “Snake” (irônico, eu sei ️), de Paula Abdul! Rolo e pulo no sofá com minha irmã, como se eles estivessem dançando na TV. Nós até fizemos o icônico elevador Dirty Dancing do filme, claro que ela me pegou. Melissa é na verdade a única pessoa culpada por me colocar em drag primeiro, antes de qualquer um. Adorei cada minuto!

A família que faz drag unida, permanece unida.

Minha mãe estava muito envolvida na minha paixão por me apresentar e por causa dela eu pude entrar para a companhia de dança que me treinou antes de ser aceita na Columbia. Fui contratada para dar aulas e apresentações em turnê pela Europa, logo, meu tempo na Columbia foi rápido. Ainda assim, experimentei um dos melhores treinamentos técnicos em danças clássicas com música ao vivo durante cada aula. Foi uma experiência incrível.

Na final da décima temporada, junto com Monique Heart, você fez uma dublagem. Foi um episódio maravilhoso, com elenco original e tudo. Você se lembra do que estava acontecendo na sua cabeça com suas irmãs no palco?

Fiquei tão extasiada que fui emparelhada com Monique. Tínhamos trabalhado juntas em projetos antes de ela entrar no Drag Race e estava absolutamente apaixonada por ela. Um ser humano tão talentoso e doce. Me lembro de sentir que finalmente eles estavam dando a nós, originais, o crédito e a honra de sermos as pioneiras desse fenômeno. Fomos as primeiras nove escolhidas para mostrar ao mundo quem somos e que estamos aqui para conquistar o mundo.

Lendárias e abrindo o caminho para que outras passassem.

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Como todos sabem, devido à disponibilidade, minha temporada, a primeira temporada, foi difícil de encontrar e a maioria nunca teve a oportunidade de vê-la. Então, infelizmente, éramos o que parecia ter sido esquecido. Mais tarde, fomos informadas de que nossa temporada estava voltando e para meu choque, fiquei extremamente triste por eles terem decidido chamá-la oficialmente de “a temporada perdida”, que eu senti que era um shade completo para nós.

Agora entendo por qual motivo vejo as pessoas se referindo a primeira temporada desta forma…

Depois da nossa temporada, todas as RuGirls puderam ser expostas ao mundo inteiro e viajar enquanto a nossa temporada ainda era difícil de encontrar e nada foi feito sobre isso. Em vez de nos dar o respeito que merecemos, fomos marcadas como a temporada perdida. Portanto, o mínimo foi nos homenagear aos dez anos. Foi lindo, comovente e eu fiquei muito grata por isso.

Só faltou a Tammie Brown para ficar perfeito.

Eu estava segurando a mão da Shannel antes que as cortinas se erguessem e ficamos muito felizes e cheias de amor, prontas para receber o reconhecimento há muito tempo esperado. Um momento que guardarei para sempre.

Elenco da S1 na grande final da S10 de Drag Race.

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O título de Feminina Original é dado a você. Então, quais são as três rainhas mais femininas de acordo com Jade?

Bem, existem muitas agora, mas, pensando bem, Tati foi a próxima a ser a feminina da temporada e ela continua matando, absolutamente a amo. Então você tem garotas como Plastique e Farrah, que são as novas bebês femininas, e agora sinto falta de Simoan me dando vida nesta temporada. Também, sem dúvida, minhas irmãs de Chicago. Cresci com Monica e Gia.

Após 13 temporadas regulares, quem você faria no Snatch Game e por quê? 

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Recentemente, perguntei aos meus Gems quem eles querem que eu personifique. Todos eles disseram J. Lo e alguns, Paula Abdul. J. Lo é ótima, mas seria um desafio torná-la engraçada o suficiente para realmente me divertir retratando-a.

Confesso que não penso nela como uma pessoa engraçada.

Agora, Paula, se eu a fizesse, provavelmente teria que fazê-la no momento em que ela sempre parecia chapada, então, faça comentários divertidos e tal.

Quem sabe você não quebraria a “maldição” das cantoras neste desafio.

Também acho que Rosie Perez é ótima, tem muito material para fazer, mas alguns dos gays mais jovens podem não a conhecer. Snatch game é uma vadia que você realmente tem que escolher com sabedoria. A parte da personificação visual disso é literalmente a porção mais fácil do desafio, o resto é melhor trabalhar naquele chão com respostas espirituosas e hilariantes.

Jade, você pode nos apresentar a cena drag de Chicago, Illinois, a cidade em que você mora atualmente?

Honestamente, agora as coisas estão voltando para Covid, assim eu não tenho certeza de como a cena é ou se tornará. Infelizmente, algumas das minhas novas irmãs Rugirls de Chicago e eu nunca nos vimos, mas adoraria colaborar com todas as minhas garotas e fazer algo divertido. Hum, vou fazer algumas ligações agora.

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Quando Monica Beverly Hillz lhe contou sobre as audições para o programa, você imaginou metade do que aconteceria? Desde então, o que mais mudou na sua drag?

Eu sempre imaginei e tinha certeza que iria me apresentar em palcos ao redor do mundo e o fiz! Fazendo isso, ainda tinha desejo e certeza de que trabalharia na TV. Quando Monica me ligou, fiquei literalmente em êxtase com a oportunidade porque sabia que tinha o que era preciso e Monica concordou e expressou o quanto acreditava em mim. Eu não esperava reivindicar fama através de drag, mas como está escrito, Jade foi apresentada ao mundo. Ironicamente, já fiz dezenas de trabalhos para a TV, entrando e saindo do ar, mas até hoje meus Gems [nome da base de fãs] vão me conectar para sempre a ser sua feminina original desde o primeiro RuPaul’s Drag Race. Eu amo isso e serei para sempre aquela Jade que eles amam! Estou obcecada com meus Gems!

 Até votei várias vezes on-line em você para fazer parte do elenco do All Stars 6. Você aceitaria?

Não há mais nada que eu adoraria fazer para poder experimentar a qualidade da produção que o programa tem agora após a primeira temporada.

Seria ótimo te ver dublar “Hush Hush”, das Pussycat Dolls, no show de talentos. Você já performou esta música por mais ou menos cinco anos consecutivos.

Ser vista na TV sem aquele filtro e ser apresentada à nova geração de pioneiros. Isso abriria muito mais portas para eu continuar fazendo mudanças. Eu ainda acredito que há muito mais trabalho a ser feito e estou pronta para continuar fazendo esse mundo acordar! Obrigada pelos votos! Devíamos começar uma campanha.

Neste momento, a comunidade LGBTQIA + brasileira sofre nas mãos de um presidente repugnante e fascista chamado Jair Bolsonaro. Que mensagem você gostaria de enviar sobre isto?

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Minhas mais profundas condolências. Meu coração está com a minha família LGBTQIA+ no Brasil. Ele realmente é um monstro de admitir abertamente que preferia ter um filho morto do que ser gay a comentários comparando beijos gays ao “direito de um pedófilo de fazer sexo com uma criança de dois anos”; e até mesmo dizer ao seu país para parar de lidar com o coronavírus como “país de bichas” enquanto se recusa a usar máscara e diz que são “coisa de veado”! Em conclusão, ele próprio pegou o coronavírus, duas vezes.

Confesso que estou muito surpreso por você saber de tudo isto.

Este homem realmente não presta e me entristece saber o medo que ele criou para a comunidade LGBTQIA+, mas uma coisa é certa: a história provou isso uma e outra vez: que nós, os queers, somos resilientes. Eles nos derrubam e nós voltamos juntos mais fortes todas às vezes. Você não vai nos silenciar ou nos apagar, mas você vai aprender que somos homossexuais e que viemos para ficar, para sempre e seja bem-vindo. Muitas perguntas à sua corajosa recém-eleita conselheira trans, Erika Hilton, por defender nossos direitos naquele que é um dos, senão o mais mortal país para transexuais viverem.

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O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo todo.

Junto com Carolina Lara e Samara Sosthenes, também trans que atuam como vereadoras, todas arriscam suas vidas todos os dias pelos mesmos direitos civis e humanos.

Duas mulheres incríveis que são perseguidas e alvos de atentados por ousarem querer um mundo melhor para todos nós.

Ser ouvido alto e claro e nunca desistir ou ter medo de lutar pelo que é certo, nossos direitos. É quando prevalecemos juntos. Brasil, meus amores, nós cuidamos disso. Fique forte e nunca desista! Eu te amo muito e mal posso esperar para visitar e celebrar nossa cultura LGBTQIA+ e vitórias com orgulho e amor!

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Jade, infelizmente chegamos ao fim do nosso tempo. Dizem que a pedra preciosa que você usa como nome atrai felicidade. É o que estou sentindo agora. Muito obrigado, reina!

Obrigada por sua bondade, paciência e amor que você me concedeu.

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Para ler outras entrevistas exclusivas do Who’s That Queen clique aqui.

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