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Gia Gunn | 30 Dias em Transição pt1

Gia Gunn realizou um especial entitulado “30 dias em transição”, em que relata sobre seu processo de transição, confira a primeira parte.

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🕓 4 min de leitura

Em seu Instagram e  canal do YouTube, Gia Gunn, drag queen participante da sexta temporada de RuPaul’s Drag Race realizou um especial entitulado “30 dias em transição”, em que relata sobre seu processo de transição, que vocês poderão ler aqui. A seguir a primeira parte.

1º Dia (31 de março)

Bem vinda! Um ano atrás, neste mesmo dia, eu me revelei publicamente como transgênero aqui no Instagram. Eu escolhi essa data significativa em homenagem ao Dia Internacional da Visibilidade dos Transgêneros. Este feriado é dedicado a celebrar pessoas trans, ao mesmo tempo em que aumenta a conscientização sobre a discriminação enfrentada por pessoas trans em todo o mundo. Desde que cheguei à frente com a minha verdade, eu fui fortalecida, genuinamente feliz e agora florescendo em minha nova vida. No entanto, como qualquer outra grande mudança na vida, nem tudo é diversão e passatempo. Estou experimentando uma enorme quantidade de mudanças físicas, mentais e espirituais. Com essas mudanças, aprendo mais sobre mim mesmo como pessoa e, falando sobre elas, aprendemos ainda mais! Eu fui inspirada pela minha irmã trans Cassandra James que criou esse movimento de conversa. Depois de seguir sua história, eu queria continuar este fluxo de conversa na esperança de inspirar todos vocês a compartilhar suas histórias sobre abraçar a mudança. Pelos próximos 30 dias, eu gostaria que você se envolvessem nesta conversa muito aberta sobre o que significa ser #girlslikeus (garotas como nós).

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2º Dia (1º de abril) | INFÂNCIA

Olhando para trás, na minha infância, nunca me lembro de um desejo agonizante de ser uma menina. Algumas pessoas trans se sentiram presas no corpo errado desde muito jovem e hoje em dia, temos crianças que estão fazendo a transição a partir dos 5 anos de idade! Embora não houvesse sinais verdadeiros de eu ser transgênero quando criança, minha família nunca rejeitou meu lado feminino. Aos 6 anos, descobri a Nihon Buyo, mais conhecida como a forma de dança clássica encontrada no teatro japonês Kabuki. Esta forma de arte acolhe homens e mulheres para desempenhar o papel de ambos os sexos. Apesar de ter nascido com esse talento para dança, sei que foi o aspecto de transformação que realmente me empolgou. No começo, era uma luta para meu pai entender, mas com a orientação e apoio de minha mãe, papai logo me levava a todos os ensaios e participava de todos os shows. Esse amor por estar no palco e me montar foi transportado para casa. Meus pais me compravam Barbies, me permitiam dançar na mesinha de centro e até usar unhas falsas em casa. Desde que eu cresci em um ambiente onde o meu lado feminino não foi negado e nunca disse que estava errado, eu nunca senti a pressa de me tornar uma menina desde que eu poderia ser uma menina, mesmo em roupas de menino. No entanto, percebo que este não é o caso para cada jornada. Algumas famílias não apoiam esse tipo de comportamento, o que faz com que seus filhos saiam de casa cedo ou tomem medidas drásticas para mudar rapidamente de corpo depois que atingem a idade legal. Como você pode imaginar, crescer tendo que suprimir sua verdadeira identidade pode ser desgastante. Como pais, tudo o que você quer é o que é melhor para seu filho e para alguns de nós, filhas, tudo o que queremos é sermos aceitos como somos, independentemente de nosso sexo ou preferência sexual.

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3º Dia (2 de abril) | DESCOBERTA

Aos 15 anos, descobri que era mais atraído por homens, embora tivesse ficado com algumas meninas antes. Crescendo no subúrbio de Chicago, não houve influência LGBT. Eu nunca tinha conhecido uma transexual ou outra pessoa abertamente gay. Eu senti que ninguém mais era como eu além das garotas. Passei a maior parte da minha juventude cercada por mulheres cisgêneras e seus namorados. Eu nunca me senti 100% incluída. Mas eu fui para a escola sendo eu, e na maior parte do tempo as pessoas não questionavam quem eu era. Aos 16 anos, eu tive minha primeira experiência sexual com um garoto e naquele momento eu descobri que era gay ou pelo menos de acordo com a sociedade que eu era. Senti que era necessário informar meus pais sobre minha nova identidade e decidi sair do armário. Para minha mãe, era simples: “Ah, sim, eu já sei disso!” Quanto ao meu pai, estava mais nervoso em contar a ele. Convidei-o para jantar e disse-lhe: “Estou pensando nisso há algum tempo e bem, sou gay”. Sua resposta foi “Filho, se isso é o que te faz feliz, nenhum de nós pode tirar isso de você e como seu pai eu sempre amarei você”. Em um instante, um enorme peso foi tirado dos meus ombros, mas também me senti orgulhoso de estar vindo para a frente com a verdade. Eu não sabia que 10 anos depois eu voltaria com a verdade real.

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Confira as demais partes deste especial (você acabou de ler a parte 1):

Pt1 | Pt2 Pt3 | Pt4 | Pt5

Pt6Pt7 | Pt8 | Pt9 | Pt10

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