Neste artigo você encontra:
Introdução: Stephen, pode entrar Agora a história de Stephen começa de verdade Das Filipinas para o Canadá Um novo olhar a partir da arte drag De Stephen para Stephanie Canada’s Drag Race temporada 2/24 curiosidades Conclusão: do Sudeste da Ásia para o mundo todo Entrevista |
Introdução: Stephen, pode entrar
Agora a história de Stephen começa de verdade
Das Filipinas para o Canadá
Um novo olhar a partir da arte drag
De Stephen para Stephanie
Canada’s Drag Race temporada 2/24 curiosidades
Conclusão: do Sudeste da Ásia para o mundo todo
Entrevista
Introdução: Stephen, pode entrar
Não pense você que a história de Stephen Pasay é de uma nota só, daquelas narrativas lineares que começam assim: nascido em 4 de novembro de 1997, em Manila, nas Filipinas, ele tem 25 anos e está radicado em Calgary (Alberta), no Canadá, desde 2011.
Agora a história de Stephen começa de verdade
Na verdade ele nasceu na Capital do Sapato da já citada Filipinas, a cidade de Marikina. Ao crescer, além de lidar com a timidez, logo conheceu a gordofobia e homofobia.
Ao demonstrar nas atitudes que era gay, Stephen passava a ser chamado, pelos familiares e colegas, como Stephanie. O bullying infelizmente foi algo constante durante sua vida escolar, mas…
Por outro lado ele podia inspirar-se, mesmo que no sigilo, nas ladyboys filipinas, um grupo que marcaria sua biografia de forma feroz!
A cargo de informação: sim, ladyboy é um termo problemático, porém, assim como acontece na comunidade LGBTQIAP+, ele está sendo reivindicado, ganhando uma conotação agora positiva, de afirmação. Dito isso, prosseguiremos.
Em seus primeiros anos de vida, os vizinhos de Stephen eram o que convém chamar de extravagantes, basicamente, gays, idosos e… Ladyboys.
Delas ele queria distância, um medo causado por homofobia internalizada. “Você vai ser uma de nós” era uma frase bastante escutada por Stephen.
Das Filipinas para o Canadá
De qualquer forma, mudar é preciso, e ele fez exatamente isso. Aos 14 anos, em 2011, ele trocou Manila pela maior cidade da província canadense de Alberta: Calgary.
Lá ele estudou na Forest Lawn Sr. High School. Entretanto, mesmo com a mudança de ares, uma coisa permaneceu a mesma. O preconceito que gera gatilhos e outros problemas não menos graves.
Um novo olhar a partir da arte drag
Uma fuga das intimidações escolares foi justamente um certo programa chamado RuPaul’s Drag Race. Ao assisti-lo, Stephen ficou encantado, com o brilho no olhar de quem se encontra no que vê, entende, Dragliciosa?
Ao mesmo tempo, ele trabalhava numa loja de roupas do varejo e, certa vez, um homem o abordou e lhe disse: “Você tem um rosto de mulher“.
Stephen agradeceu, eles conversaram e o encontro inusitado acabou com ambos indo a um show de drag motivado pela vontade dele de ser uma drag queen.
O novo amigo o levou ao seu 1° bar gay, Twisted Element, o único da cidade na época, numa sexta-feira, e depois ele teve que se virar pra descobrir como o universo delas funciona.
Curioso, nem preciso dar o spoiler que Stephen descobriu exatamente o que fazer, o que resultou num convite para que ele performasse no sábado.
Ao perguntar para às rainhas locais como poderia fazer para se apresentar, descobriu que o espaço era aberto e bastava surgir no ambiente para tentar a sorte.
De Stephen para Stephanie
Mas espera aí. E o nome profissional?
Bem, ao entrar em cena, Stephen não sabia qual era a sua marca. Um dos apresentadores o perguntou: “Qual é o seu nome de drag?“. Ele não pôde pensar muito e retrucou: “Stephanie“. “E o sobrenome? Prince“.
Stephanie nasceu com a rejeição e deboche a sua feminilidade durante a juventude. Leitor de histórias em quadrinhos, ele emprestou o Prince do sobrenome civil da Mulher-Maravilha, Diana Prince.
Então, suas vivências surgiram na memória afetiva e mais uma rainha estava batizada.
Na época, Stephen estava tão compenetrado no look e maquiagem que não parou para pensar em como se chamaria.
A roupa do debute consistia em: bodysuit simples de zebra, casaco barato que fora roubado posteriormente e um rabo de cavalo. Ah, ele performou Work, do Fifth Harmony.
Tudo aconteceu no dia 16 de abril de 2016, o mesmo dia em que Stephen adotou um cachorro. Filha drag de Misty Meadows, a deusa filipina e princesa da pradaria nasceu com ganas de dominar o mundo. E mais.
Empenhada em fazer a comunidade como um todo crescer junta, em um espaço saudável e adequado para a criação, Stephanie Prince criou, aos 24 anos, no oeste canadense, a Haus of Prince, o espaço que toda pessoa LGBTQIAP+ sonha, afinal, ela pode ser ela mesma sem censura.
O que não aconteceu com Stephanie enquanto vivia nas Filipinas, lugar do qual, segundo depoimento dado à imprensa, ela sente falta ‘do calor insuportável e da comida de rua’. No campo gastronômico ela também faz aqueles rolinhos primavera que, dizem, sua boca nunca esquecerá.
Além de querer voltar para visitar o seu país, sua música filipina predileta é Forever’s Not Enough, da cantora e atriz Sarah Geronimo. Na música, ela pretende fazer uma, mas no gênero do rap.
E o que mais?
Canada’s Drag Race temporada 2/24 curiosidades
Durante sua corrida rumo à coroa na 2° edição de Canada’s Drag Race, Stephanie protagonizou 24 curiosidades compiladas a seguir. Veja só, caro leitor!
1°) 10° lugar geral, Stephanie foi eliminada em seu único bottom no episódio 3, por Synthia Kiss. Elas dublaram Ghost, de Fefe Dobson, na frente dela mesma que estava ali como jurada convidada.
2°) Apesar de nunca ter vencido um desafio principal ou mini, ela cravou seu nome de diversas formas na competição.
3°) Participante de Alberta, é de Stephanie o título de 1° concorrente de uma província que não seja Ontário, Quebec ou Colúmbia Britânica.
4°) Ela também é a 2° filipina a participar de Canada’s Drag Race, atrás de Kyne, da edição inaugural.
5°) No Meet the Queens Stephanie já deixou clara sua mensagem: “Estou aqui para representar minha cultura que são os filipinos, e minhas irmãs asiáticas e meus ladyboys que estão assistindo”.
6°) E foi além: “Estou aqui na 2ª temporada para trazer um pouco de doçura e um pouco de maldade e um pouco de personalidade. E quando eu digo um pouco, eu disse muito“.
7°) Ainda sobre o meet: o look utilizado foi desenhado por Stephanie com pedrarias também feitas por sua mãe drag, Misty.
8°) A roupa de entrada, feita por Stephanie em 2 dias, é baseada no uniforme dos funcionários da Jollibee, uma rede de fast food filipina. Eles repostaram a foto da rainha em seu perfil oficial no Instagram.
9°) Ao entrar no programa, Stephanie disse: “Vocês gostam de frango frito? Porque vadia… Estou servindo“.
10°) Também é engraçado quando ela fala: “Temos uma Eureka da temporada” para Océane Aqua-Black.
11°) Ou: “Preciso de momentos de câmera, tire uma foto”.
12°) A roupa da estreia, Lost and Fierce, feita para um desafio de costura, lhe garantiu um lugar entre as 3 melhores e um top toot de Alexis Mateo.
13°) No Twitter ela revelou como criou a peça: “PS: Para este LOOK! Eu não usei nada da Fabricland Wall. A saia é um vestido que eu encontrei em um guarda-volumes. O negócio pontudo do lado eu usei porta copos. As penas apontando para cima eu usei um misturador de drinks, as penas no meio são asas de fantasias e as joias são um lustre“.
14°) Na saída, uma despedida espirituosa: “E lembrem-se, senhoras… Eu realmente esqueci a minha linha“.
15°) No espelho com batom ela escreveu: “Só para deixar vocês saberem que eu amo vocês e que vocês devem estar tão orgulhosas de si mesmas. De volta a ser uma vadia. Eu odeio vocês. JK, estou tão excitada. -Steph“.
16°) Deixado de lado seu Sashay Away, Stephanie declarou à mídia que não merecia estar entre as 2 piores do episódio 3, Scree. Ela estava animada com o desafio de atuação porque sentia, desde sua fita de audição, que era uma boa atriz, portanto, está contente com o que fez.
17°) A cargo de informação: Stephanie interpretou Clitney Lezcoff na paródia de terror Screech, todavia, ela queria fazer sua 1° escolha, Nara Hater, papel de Eve 6000. No fim das contas a personagem pedia exagero e não existe arrependimento pela parte dela.
18°) Uma curiosidade extra para finalizar o tópico: em uma festa de transmissão do episódio, as pessoas estava assistindo e rindo com o desempenho de Stephanie. Ninguém entendeu sua colocação no bottom e a rainha também defende sua passarela, na categoria Good Girl Gone Bad.