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Who’s That Queen? Delta Work

“Eu não me candidatei ao emprego. Fui solicitada pela RuPaul. Tive dois dias para me preparar”, diz Delta Work sobre ser cabeleireira de RuPaul nesta entrevista exclusiva.

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🕓 8 min de leitura

Ela mudou o bordão para You Delta Work e você a assistiu na televisão a partir de 24 de janeiro de 2011, com a transmissão do primeiro episódio da terceira temporada de RuPaul’s Drag Race, o especial Casting Extravaganza, no qual o intuito consistia em apresentar as Rugirls do elenco. Minha convidada de hoje entre elas.

Originária de Norwalk, estado da Califórnia, nos Estados Unidos, Delta Work é a drag de Gabriel Villarreal, um americano atualmente radicado em Los Angeles. Mas a história que agora eu vou lhe contar remonta há 11 anos, quando a filha drag de Miss Coco Peru começou a competir no reality show de Mama Ru.

Salva no episódio dois, a estreia oficial, The Queen Who Mopped Xmas – onde fora a primeira a entrar na sala de trabalho -, Delta trabalharia para valer na sequência, em Queens in Space. Aqui as drags foram divididas em duas equipes comandadas por Phoenix e Mariah Paris Balenciaga. O objetivo? Atuar em um trailer de Drag Queens in Outer Space, um longa-metragem com temática espacial.

Delta, integrante do time Phoenix, interpretou Boobarella para o filme original From Earth to Uranus. Bom, a investida no segmento da ficção-científica não se mostrara muito eficaz e o bottom três reuniu três das seis drags do grupo da já citada Phoenix: a própria, Delta Work e Carmen Carrera.

Salva por RuPaul, Carmen, assim como você e eu, assistiu o lip sync pela vida de Phoenix e Delta, ao som de Bad Romance, de Lady Gaga. Shantay recebido, ela volta a ficar salva nos episódios quatro e cinco, até dublar novamente na sexta semana competitiva, justamente a do temido Snatch Game.

Interpretando Cher, Delta teve como consequência o bottom dois ao lado de Mariah Paris, que fez Joan Crawford para este desafio. Juntas, elas dublaram Looking for a New Love, de Jody Watley, a despedida de sua irmã da competição. E como seria daqui para frente?

Em Face, Face, Face of Cakes, o sétimo episódio, a missão das drags é digna de nota: confeccionar uma roupa inspirada em um bolo escolhido para você por Carmen Carrera. Ela deu para Delta o Angel Food Cake, que ainda deveria ser personalizado com toques da sua drag. A empreitada deu certo e esta Rugirl terminou o dia como uma das três melhores. Seria assim na próxima rodada?

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Exibido originalmente em sete de março de 2011, Ru Ha Ha trouxe consigo aquele desafio principal responsável por fazer gelar a espinha de muitas rainhas por aí. Chama comédia stand-up. Como Shangela havia vencido o mini desafio de leitura, poderia escolher a ordem de apresentações. Adivinha o que ela fez com Delta? A escalou para fechar a noite, uma responsabilidade grande que poderia dar certo, mas não deu.

Ao lado de Manila Luzon como as duas piores, Delta chegou a sua terceira dublagem, o beijo da morte, tendo como trilha-sonora MacArthur Park, de Donna Summer. Eliminada em sétimo lugar, a Heather pode não ter colocado a coroa em suas perucas humanas, entretanto, como a verdadeira corrida começa aqui no mundo real, é exatamente nele que Delta tratou de não apenas sobreviver, mas prosperar. Muito foi feito. Muito virá ainda. E como foi até aqui? É o que você descobre logo abaixo, na nossa entrevista exclusiva. Confira!

Delta Work, Carmen Carrera, Manila Luzon e Raja.

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Se você pudesse formar um grupo pop de garotas com mais quatro drag queens, quem você escolheria e por que razão?

Sou uma grande fã de música. Quando se trata de grupos de garotas eu amo The Ronettes, The Shirelles, The Good Girls, Sweet Sensation e Expose para citar alguns. Eu adoraria estar em um grupo feminino fazendo música com uma vibe de meados dos anos 80, incluindo minhas meninas, Morgan McMichaels, Mayhem Miller e Big Dee. Todas nos conhecemos há décadas e cada uma é muito versada em referências musicais. Mayhem é a Rainha da Festa com um vasto conhecimento de hinos do clube e música nostálgica. Morgan apresenta um podcast dedicado à música, principalmente joias escondidas. Big Dee e eu somos veteranas do sul da Califórnia com uma conexão profunda com velhinhas, cholas, equipes de festas e a beleza do sul da Califórnia.

“The Walkin’ Blues (Walk Right In, Walk Right Out)”, seu primeiro single, lançado em 12 de maio de 2015, infelizmente não está disponível no YouTube ou Spotify. Você pretende lançar outra música?

Eu amei essa canção. Essa música é na verdade um cover de um cover. Minha introdução a essa faixa foi através de uma cantora chamada Lavay Smith e Her Red Hot Skillet Nickers, mas ela se originou muito mais atrás. Quando gravamos aquela música eu queria manter a letra original que se baseia em duplo sentido sobre fazer sexo, mas queria incluir um rap. Eu escrevi o rap do meio no estúdio, no dia da gravação. Eu adoraria fazer outro single. Não me imagino uma cantora. Como minha querida amiga Vicky Vox compartilhou alguma sabedoria comigo tarde da noite, muitos anos atrás, em um pátio em Palm Springs. Ela disse: “Delta, todos sabem cantar. Todo mundo tem voz. Eles só precisam encontrar a música certa”.

Dez anos se passaram desde que a terceira temporada de RuPaul’s Drag Race foi ao ar. Quando você pensa sobre sua participação no programa, como você avalia o que fez lá?

Adorei meu tempo como competidora em RuPaul’s Drag Race. Solidifiquei meus pontos de vista e opiniões sobre drag e realmente não mudei muito minha perspectiva sobre o ofício. Como era uma temporada anterior sem muita história para desenhar, fui ingênua na produção de reality shows. Eu sou uma das duas pessoas que quebraram a barreira passando de participante do reality show para produtor de reality show. Mas, eu sou a primeira a ganhar um Emmy por essa transição como produtora. É difícil para mim ver meu tempo com o programa como um concorrente, exclusivamente. Pude contribuir para o programa em tantos níveis e acredito que poderia ter adicionado mais à história e plataforma se me fosse dada a oportunidade em qualquer capacidade. A ponte está em ruínas, infelizmente, e a água que corre abaixo é fria.

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Você tem feito drag por mais de 20 anos. Depois de todo este tempo, o que você acha que contribuiu para esta arte alcançar o mainstream?

Programas como RuPaul’s Drag Race, Dragula, La Más Draga e Hey Qween ofereceram plataformas para o drag entrar no mainstream. As plataformas de mídia social têm sido fundamentais para permitir que os artistas drag mostrem sua perspectiva do seu ponto de vista. A pandemia, especificamente, criou um desafio para alguns de manter a presença e criar nova relevância, forçando o drag a se tornar digital. Muitas artistas começaram a explorar coisas que nunca haviam explorado antes ou, se o fizeram, elas as aperfeiçoaram. Figurino, culinária, redação, produção de show solo. Durante a pandemia, usei o Instagram com bastante frequência, em drag, para falar com as pessoas. Sem script, sem pretensão, apenas conversando. Comecei a ler livros de romance para quem quisesse ouvir. Falei sobre minha coleção de perfumes e o que acontece na criação de fragrâncias. Produzi dois shows individuais e os apresentei, cada um, várias vezes em plataformas de mídia social ao vivo. Eu estava convencida de que aqueles romances não eram picantes o suficiente, então eu escrevi minha própria ficção erótica flash e a li para uma audiência ao vivo, ouvindo e assistindo em telefones celulares em todo o mundo. Mesmo enquanto mudamos para o ‘novo normal’ e eu volto lentamente a me apresentar pessoalmente, ainda tento ir ao vivo no Instagram, montada, pelo menos duas vezes por semana. Estou conectada para compartilhar e envolver. Eu gosto disso. Gosto de falar com as pessoas. Mariah Balenciaga disse isso melhor na terceira temporada de RuPaul’s Drag Race quando falou: “Nós somos as inovadoras, as criadoras e a força motriz por trás do progresso da humanidade”. Parece muito, mas todas nós realmente desempenhamos um papel.

Delta Work na DragCon LA 2019

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Sua mãe drag é a Miss. Coco Peru. Quais foram os três conselhos que ela te deu que te ajudaram muito como drag queen?

  1. Sempre diga ‘por favor’ e ‘obrigado’.
  2. Cedo é pontual, pontual é tarde e tarde significa ir para casa.
  3. O panetone é um presente perfeito para qualquer ocasião.

A cantora e compositora Adele está associada a você e ela até já lhe chamou no palco. Como foi este dia?

Foi fantástico. Excitante. Um turbilhão. Minha amiga Laurie Blitz começou uma ‘blitz’ nas redes sociais com a hashtag “ADELEta” na tentativa de gerar algumas fofocas à medida que nos aproximamos do show. Deu certo. Na noite do show eu fui em drag. Fui eu, Laurie, meu parceiro DayV e minha querida amiga Detox. Quando eu entrei no palco não senti medo ou apreensão. A apresentadora em mim assumiu e tudo o que eu podia fazer era sacudir os lugares e horários de todos os meus shows semanais de Adele no microfone e convidá-la para o meu show semanal no Hamburger Mary’s em West Hollywood. Ela nunca veio, mas eu sei que vou vê-la novamente!

Quando você se lembra da gravação do videoclipe de Lady Marmalade com as Heathers, qual é a primeira lembrança que vem à mente? Conte-nos algo que aconteceu atrás das câmeras, um fato incomum, engraçado.

Duas coisas que me lembro especificamente sobre a gravação do vídeo: aconteceu em uma loja vintage que estava aberta para negócios e tinha clientes enquanto estávamos filmando. Tipo, literalmente para todas as cenas, as pessoas estavam fazendo compras e assistindo nós quatro filmarmos com playback, etc, acontecendo na frente delas. Dia todo. E eu queria ver a jaqueta do Letterman que usei, que na verdade pertencia a Manila. Estava deslumbrante e fiquei um pouco feliz em saber que havia pelo menos um item do armário dela, além de sapatos e brincos, que caberia em mim!

Você trabalhou por dois anos como cabeleireira da RuPaul. Ela não é qualquer cliente, certo? No primeiro dia de trabalho com Mama Ru o que se passou na sua cabeça?

Trepidação, medo. Excitação. Apreensão. Confusão. Eu não me candidatei ao emprego. Fui solicitada pela RuPaul. Tive dois dias para me preparar. Eu não sabia quem seria o maquiador até chegar lá.

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Como você recebeu o convite para participar do videoclipe de You Need To Calm Down, de Taylor Swift?

Fui contatada por uma agência que representa a equipe de Taylor. Ela escolheu a dedo seus impersonators de celebridades favoritos e fiquei honrada. Tudo sobre a gravação do vídeo YNTCD foi exemplar. Taylor estava totalmente presente, envolvente e real. O fato de que ela nos incluiu em sua performance no MTV VMA (minha segunda vez no VMA, a primeira vez com Miley Cyrus) e compartilhou nosso nome como criativos no prêmio foi tão surpreendente. Taylor Swift tem muita integridade e é uma grande aliada. Ela tinha certeza de que cada uma de nós recebeu um troféu Moon Man. Um prêmio VMA com meu nome é um suporte de livro perfeito como um Emmy.

Tatianna (Ariana Grande), Triity The Tuck (Lady Gaga), Delta Work (Adele), Trinity K. Bonet (Cardi B), Taylor Swift, Jade Jolie (Taylor Swift), Riley Knoxx (Beyonce), Adore Delano (Katy Perry) e A’Keria Davenport (Nicki Minaj).

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Você ganhou um Emmy em 2018 por seu trabalho de cabelo e penteados. Para quem está começando nesta profissão, que conselho você daria?

Eu diria para escutar mais do que falar no começo. Observe todos. Aprenda algo com todos. Pergunte. Escreva as respostas. Defina seu próprio ritmo. Pratique. Tente algo Novo. Explore. Obtenha muitas e muitas referências. Entenda como a música, os filmes e a história influenciam as tendências e saiba a diferença entre estilo e tendência. Existe um lugar para ambos. Quando questionado sobre quanto tempo um corte de cabelo deve durar, o cabeleireiro e empresário Jonathan Antin disse certa vez: “Precisão é velocidade”. Lembre-se de ser diligente.

Delta Work e Hector Pocasangre no Emmy 2018 após receberem seus prêmios.

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Para ler outras entrevistas exclusivas do Who’s That Queen clique aqui.

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