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Drag Queens

Who’s That Queen? Amadiva

“Pangina me disse pra usar uma boa peruca no 1° dia do reality. Em 2021, minha peruca ainda parece um chihuahua molhado”, conta Amadiva, da season 1 de Drag Race Thailand.

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🕓 8 min de leitura

Só por ter participado de um duplo Shantay e Sashay na temporada inaugural de Drag Race Thailand, sendo a primeira a conseguir tal proeza, Amadiva já mereceria crédito, no entanto, entre sua entrada e saída do programa, ela tem algo mais a mostrar, sua biografia, digna desta edição da Who’s That Queen?

Pathavee Dao-neua Thepkraiwan veio ao mundo em 24 de março de 1993, na capital da Tailândia, Bancoque. Enquanto crescia, fez o ensino médio na AFS USA, local no qual conseguiu colocar em prática um desejo particular: atuar no teatro, especificamente em um musical.

Anos depois, ele ingressou na Faculty of Fine and Applied Arts, Thammasat University, uma instituição asiática de ponta que o indicou a direção a seguir, e que o levou a Pla See Roong (My Mermaid Dream), sua primeira peça solo, realizada em 2016, após a conclusão do ensino superior.

Nesta época, indeciso sobre os rumos de sua vida profissional, Pathavee chegou a perguntar para a mãe se ele conseguiria um emprego. Na dúvida e ciente de que nunca havia feito um espetáculo fora do ambiente acadêmico, decide ir em frente e interpreta uma kathoey, expressão tailandesa que designa tanto uma mulher transexual quanto um homem gay afeminado. A escolha se deve ao fato de, nesta época, nunca ter feito drag e a necessidade de se sentir confortável em seu primeiro papel.

Na sequência, é chegada a vez de Reu Yang Ja Nok Mae Lok Ja Salai (Mulheres Solteiras Até o Fim do Mundo), sua segunda peça individual. É neste momento que surge Amadiva, a princípio, uma personagem bêbada e distraída, que foi crescendo aos poucos.

O batizado como drag queen surgiu de forma inusitada. Presente no Instagram como Omadiva, este nome foi recusado pela produção de Drag Race Thailand por se assemelhar com seu apelido na vida real, Aom. Sendo assim, Pathavee, membro da Beyhive, sugeriu a mudança para Amadiva devido ao verso “I’m a a Diva”, da música Diva, de Beyoncé: “I’m a, I’m a a diva (hey)“.

Agora com uma plataforma a disposição para se expressar com liberdade, estilo e independência, nada mais justo do que colocar uma lupa sobre ela, não é mesmo? Assim aconteceu em 15 de fevereiro de 2018, com a estreia de Drag Race Thailand.

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Em Contestant’s Story, as dez Rugirls tailandesas perceberam de cara que o mini desafio não estava para brincadeira: uma sessão de fotos aquática. Para esta tarefa, Amadiva sabia que a primeira roupa utilizada teria que ser confortável e não muito reveladora na TV, por isto, resgatou seu figurino do segundo show solo, que falamos acima, lembra? A cargo de informação: os desafios não pediam que elas fossem sexys, mas a produção desta franquia não permitia que as participantes exagerassem na sensualidade.

Em seguida, Amadiva é apenas salva e vive seu grande momento no episódio dois, The Power of Love, mesmo tema do desafio de passarela, vencido por ela. Na semana seguinte, Curtan to Couture, fica entre as três melhores. O que aconteceria na próxima, hein, Dragliciosa?

Drag Race Thailand Debut Season Award é o episódio em que o fenômeno do Shantay duplo debuta nesta competição, afinal, Amadiva dublou pela vida Dhoom Dhoom, de Tata Young, contra Natalia Pliacam, e ambas garantiram suas permanências em um jogo que, mais a frente, preparava um desafio do mesmo calibre, o Snatch Game.

Vitoriosa no mini desafio deste episódio, o clássico Reading is Fundamental, Amadiva teve como prêmio a vantagem de escolher primeiro um tecido para o desafio de passarela, Thai Silk Extravaganza. Até aqui, tudo bem, mas o Snatch Game em si resultou apenas para ela ser salva com sua imitação da cantora e celebridade japonesa Cherprang Areekul.

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Dando continuidade à sua corrida, Amadiva chega ao seu calvário, o episódio seis, Commercial, Commercial, transmitido em 22 de março de 2018. Nele as seis rainhas restantes foram divididas em duplas com o objetivo de criarem uma paródia dos comerciais da Line Mobile. B Ella venceu o mini desafio e pôde escolher as equipes. E o que aconteceu depois é o começo do fim para Amadiva.

Emparelhada com JAJA, elas criaram o comercial Easy Love, No Wait Time. Bom, o amor ficou só no título e no campo das intenções, porque ambas dublaram pela vida uma faixa de Suda Chuenban e amargaram uma dupla eliminação.

Mas não pense você que isto é um motivo de tristeza. Não mais. Em entrevistas para à imprensa, a própria declarou ter consciência de que não venceria o programa, entre outros motivos, por sua maquiagem, nesta fase, ser horrível, seu senso de moda idem, assim como sua inabilidade para contar piadas.

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Uma Baby Queen inserida na maior competição drag mundial, Amadiva começou do zero e continuou aprendendo com suas irmãs. Apesar da privação de sono ocasionada pelas horas extensas de filmagem, a experiência como um todo valeu a pena, não somente pela fama adquirida, e sim pelo aprendizado recebido.

E tudo isto serviu para lapidar a rainha que é hoje, da linhagem que não entrega personificações de estrelas da música pop, pois é na comédia teatral, com uma língua afiada e fazendo rir de questões relacionadas ao sexo, que Amadiva encontra a completude no fazer drag.

E se por um lado ela é fã de Parnrut Kritchanchai (dramaturgo, ator e diretor) e dos atores Jarunun Phantachat e Teerawat Mulvilai, do renomado B-Floor Theatre, por terem um senso de humor semelhante ao seu; por outro atua, em paralelo, na música, com uma banda de rock progressivo. Como uma amante deste estilo, costumar cantar algumas músicas nos bares, como What’s Up (4 Non Blondes), Creep (Radiohead) e Bohemian Rhapsody (Queen).

Impressionante saber de tudo isto, não é mesmo, caríssimo? Então deixe eu lhe dar um spoiler de forma bem objetiva: logo abaixo você pode conferir bem mais, na íntegra, com a entrevista que Amadiva me concedeu. Sawatdi e boa leitura!

Mais de três anos após o fim da primeira temporada de Drag Race Thailand, qual análise você faz desta experiência? Podemos dizer que sua drag nasceu no programa?

Eu poderia dizer que, antes de Drag Race, eu fiz duas tentativas no drag. Mas era uma peça de teatro, então é uma vibe totalmente diferente com Drag Race Thailand. Logo, acho que posso descrever minha experiência na competição como uma luta e assim por diante.

Lip sync contra Natalia Pliacam, ambas salvas. Pensou que seria eliminada? Como foi gravar esta parte do episódio?

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Eu olhei ao redor e já dei adeus ao estúdio naquele momento, era algo como: “Eu realmente estou indo para casa hoje”, e muito feliz que minha dificuldade ia acabar naquela noite. Então eles deram Shantay duplo. Eu realmente achei que eles salvariam Natalia porque odiaram a minha drag. Só pensando, realmente não sei.

Acredito que não mesmo, mas prossiga, Amadiva.

Talvez seja minha baixa autoestima correndo. As pessoas disseram que parecia que nós duas nos ajudamos naquela apresentação. Mas naquele momento eu lutei tanto, se ela vai chamar a cobra, eu serei a cobra. Os olhos dos jurados estavam sempre na Natalia, eu realmente não podia deixar isso acontecer.

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Vamos falar sobre Pangina Heals: quando você estava no ensino médio, você a conheceu. Quando se inscreveu no Drag Race Thailand, já sabia que ela seria apresentadora e jurada? Eu me pergunto como foi receber suas críticas.

Tive aulas de waacking com Pangina na escola. Eu tinha alguma ideia de que ela seria a jurada, e acredite em mim, ela me odiou naquele programa.

Haha, acho isso difícil!

Não a culpe, porém, ela me disse para usar uma boa peruca no primeiro dia do reality, agora em 2021, minha peruca ainda parece um chihuahua molhado.

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Qual é o nome da sua banda de rock progressivo? Onde podemos ouvir?

Tentando juntar tudo em 2021, vou chamá-la de Amadiva.

Amadiva: você é do teatro, inclusive tendo dirigido e escrito grande parte de seus próprios espetáculos. Qual foi o momento no palco, como ator/atriz, que você percebeu que nasceu para isto?

O primeiro momento foi realmente meu primeiro show em musical, eu tinha 16 anos e estava em Michigan, nos Estados Unidos, para um ano de intercâmbio na escola Berkley. Musicais sempre foram o meu babado, fizemos Cinderela naquele ano. Foi a primeira vez que fui mostrada pelos holofotes, percebi que é nisso que estarei para o resto da minha vida. Também drag é considerado um trabalho de atuação, então.

Quais são suas três passarelas favoritas na primeira temporada?

Eu amo minha primeira passarela, a Ruveal. Eu me diverti trabalhando nisso. Também duas vezes eu fiz lip sync, esses são meus vestidos favoritos. Eu amo coisas simples com conceitos do que é glamour para mim.

Você concorda com o Sashay duplo no episódio seis? Quando você se lembra deste dia, qual é a primeira lembrança que vem à sua cabeça?

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Eu não, acho que fiz um bom trabalho. Mas para mim, pessoalmente, penso que eles precisam da dupla causa, eles necessitam do top três em dois episódios, então eu vou aceitar, foi divertido. Colocando isso de lado, sempre volto a pensar que deveria ter feito algo e poderia estar salva ou algo do tipo.

Bancoque, que é onde você mora. Como descreveria a cena drag deste local? Indica o nome de duas drags tailandesas que você admira o trabalho para o público brasileiro conhecer?

JAJA é uma que eu amo, a drag dela é sempre única, palhaça do estilo engraçada, é incrível! Eu a amo, ela é a melhor! Também Zepee, que trabalhou junto com Kandy [Zyanide] por tanto tempo. Ela vai para um perfil enérgico e sexy. Mas pessoalmente eu a amo em qualquer balada diva, ela é uma das melhores quando se trata de uma beleza dramática.

Da sua temporada, só você e Dearis Doll fazem música. Como surgiu o convite para gravar “Fabulous Me”, com o DJ Tackthai e a já citada Dearis? Foi sua primeira vez no estúdio gravando vocais?

DJ Tackthai queria lançar uma faixa de festa e nos pediu para experimentar, acabou sendo uma boa experiência. Não a primeira, eu já trabalhei antes no estúdio para um teaser de Heartstone. Eles fizeram uma versão tailandesa do The Voice no jogo, eu também canto para o vídeo de teaser deles.

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Infelizmente, “Dragcumentary: Amadiva”, disponível no YouTube, não tem legendas em inglês. Como você apresentaria este trabalho para alguém que não o conhece e não fala tailandês? Um detalhe: você canta nele.

Foi na minha primeira apresentação solo que fiz “My Mermaid Dream”, o show solo que executei depois de me formar na faculdade. Faço de novo em um barzinho em Bancoque depois do programa. Eu sempre adorei A Pequena Sereia e para mim ela conta a história de como escolher sua identidade, se você quer ou não ser uma sereia, humano, homem, mulher, trans, queer ou assim por diante. O documentário também fala sobre minha perspectiva da vida sexual amorosa, que retratei em minha peça.

Se você pudesse formar um grupo pop de garotas com mais quatro drag queens, quem você escolheria e por qual razão?

Jinkx! Eu a amo. Adore Delano , pois ambas temos estética semelhante. Bianca del Rio, ela seria meu centro visual. Tudo é melhor com ela. Por último, Bob The Drag Queen. Ela é minha favorita de todos os tempos. Também amo a música dela.

Perguntei a Bunny Be Fly e quero muito saber sua opinião sobre para encerrar esta entrevista: Drag Race Thailand custou a ser renovado para uma terceira temporada. Você sabe o que aconteceu?

Não sei, é lamentável! Mas acho que as coisas por trás da cena estão além do meu conhecimento.

Siga Amadiva no Instagram, Facebook e Twitter.

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Para ler outras entrevistas exclusivas da Who’s That Queen clique aqui.

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