Três semanas. Este foi o tempo total de Candy Crash no reality show Queen of Drags. Eliminada no terceiro episódio, Fairytale, exibido em 28 de novembro de 2019, ela acabou conseguindo apenas seis pontos no placar geral e despediu-se da competição que objetiva encontrar a rainha das drags.
Se por um lado o programa acabou rápido para Candy, por outro a experiência funcionou muito bem como um registro do trabalho de alguém que experimentou drag pela primeira vez em 2010, no Halloween, influenciada por RuPaul’s Drag Race. Mas a carreira como rainha só começaria três anos depois.
Em 2013 Candy dá o start oficial em sua drag e, em 2016, estreia seu canal homônimo no YouTube. Para ela, esta arte lhe ajudou a sustentar seu lado feminino. E por reconhecer-se desta forma, além de ser uma pessoa que, caso esteja afim, só sai na rua usando roupas femininas, Candy incomoda-se com quem a acha menos homem por abraçar seu feminino.
Para esta rainha, montar-se é uma rebelião contra o corpo, gênero e políticas que a sociedade impõe, então, em paralelo aos homens que não consideram Candy como igual, a rotina de seu trabalho naturalmente a faz viver situações particulares. Uma delas aconteceu quando maquiou idosos como drags e um deles confessou para ela que é uma pessoa vivendo com HIV. Em seu relato ele enfatizou que infelizmente perdeu pessoas para esta doença.
Uma curiosidade é que, em seu canal no YouTube, Candy já falou sobre HIV com a drag queen Barbie Breakout. Mas, esta e outras histórias ajudaram a construir a drag que se chama desta forma devido ao acessório de caramelo que usara em sua primeira montação. O sobrenome era apenas provisional, entretanto, quando Candy deu por si, ele havia pegado, logo, por qual motivo não assumi-lo, não é mesmo?
Devidamente batizada no sagrado universo drag, Candy fez a portaria da The House of Presents, em Berlin, na Alemanha, onde é radicada atualmente, mesmo local no qual também atuou como colunista da revista Siegessäule, de grande circulação por lá. Em termos de importância e impacto, tudo isto equivale a publicidade que Candy fez para a Deutsche Telekom, a maior companhia de telecomunicações da Alemanha e União Europeia.
Hoje em dia Candy também coleciona participações em outros reality shows e programas de televisão no geral, ao lado de sua investida musical que descambou em um single e videoclipe. Para falar sobre estes e outros assuntos, a convidei para esta edição exclusiva da Who’s That Queen?
E quando perguntei para Candy o motivo dela ter se mudado de Karlsruhe para Berlin em 2011 ouvi a seguinte resposta: “Muito pessoal. Eu não quero que as pessoas saibam de onde venho ou qual é meu nome verdadeiro”. Esta é a razão pela qual você, caro leitor, não encontrou informações pessoais a respeito de Candy neste artigo. Dito isto, confira logo abaixo, na íntegra, a entrevista que fizemos.
Candy, o que você aprendeu sobre você e sua drag e isto só foi possível graças à sua participação no Queen of Drags?
Drag me ensinou a me amar. Me ensinou que como homem feminino, não valho nada menos do que um homem masculino. Drag tem me empurrado para fora da minha zona de conforto e me ajudado a me entender melhor.
Quais são, por ordem de importância, os seus três momentos favoritos em Queen of Drags?
1. Meu discurso quando saí do programa.
2. Conhecer Amanda Lepore.
3. Não me lembrar da final porque estava muito bêbada.
Você fez drag pela primeira vez em 2010 como Lady Gaga. Imagine que ela vai fazer o último show da humanidade. Quais músicas não podem faltar no repertório?
Com certeza Disco Heaven, Show me Your Teeth e Marry the Night.
Eu amo seu primeiro single, Little to High, feat Jinka. Qual foi o momento em que você parou e pensou: é isto, vou lançar um single? Como foi a gravação? Você pretende lançar outro single?