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Who’s That Queen? Elizabeth San Martín

“Depois do episódio da minha eliminação eu não saí da minha casa, me senti tão humilhada”, diz Elizabeth San Martín sobre The Switch Drag Race.

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🕓 6 min de leitura

Seis anos atrás, em 2015, o Ruverso contava com sete temporadas regulares americanas e uma do spin-off All Stars até a chegada, em oito de outubro, da primeira franquia internacional, The Switch Drag Race – El Arte Del Transformismo.

Versão baseada no Chile capitaneada por Karla Constant ao lado dos jurados Íngrid Cruz, Juan Pablo González, Nicole Gaultier e Sebastián Errázuriz, o Drag Race fica apenas no título porque a dinâmica é outra, o vocabulário do programa original não existe e, entre as 17 participantes desta edição, uma delas, Elizabeth San Martín, é a convidada de hoje da Who’s That Queen?

Então com 23 na época de exibição da competição, Sebastián Valenzuela, a pessoa por trás da rainha, nasceu e vive até os dias de hoje em Santiago, no Chile, país no qual atua como cantora e bailarina de folclore e música latinoamericana, além de apresentar o programa Les Difamadores.

Seu grande momento aconteceu em 15 de outubro, no episódio dois, ao entrar na competição na companhia de mais seis drag queens, no entanto, a euforia inicial fora substituída rapidamente, afinal, Elizabeth foi escolhida por Nicole Gaultier para à gala de canto.

Sem participar do desafio artístico e de imitação, ela cantou, no palco principal, No, do cantor e compositor italiano Gianni Bella, música com a qual conseguiu 17 pontos – quatro deles de cada jurado, cinco de Sebastián -, o suficiente para lhe livrar do duelo de eliminação e recuperar o fôlego para o que viria pela frente.

Transmitido em 22 de outubro, o terceiro episódio é aquele onde, ao interpretar Thalía com Amor a La Mexicana, Elizabeth mais uma vez teve como destino à gala de canto, na qual executou A Fuego Lento (Rosana) e amargou a pior nota, com parcos 14 pontos.

Na sequência, o episódio quatro começa com a dúvida sobre o futuro de Elizabeth no reality show, já que, garantida no duelo de eliminação, canta Ojalá, de Beret, contra a versão de Rolling In The Deep, feita por Veneno Drag, e acaba sendo a terceira eliminada, no 16° lugar. Como se isto não fosse suficiente, ela ainda foi eleita, por suas irmãs, como a pior transformista desta temporada.

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E o que Elizabeth (ela chegou a declarar, nas redes sociais, sua torcida para Luz Violeta ser a grande vencedora), tem a dizer sobre todos estes temas? É o que você descobre logo abaixo. Confira!

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Em 15 de dezembro de 2020 você disse no Instagram que havia usado, pela primeira vez na vida, um retorno no ouvido para cantar. Falando da sua drag, o que mais você pretende fazer com ela pela primeira vez?

Definitivamente tentar costurar um vestido de alta costura sozinha, sem instruções. As técnicas são tão difíceis que eu abandonei completamente esse trabalho.

Eu vi no seu Facebook que você está em um relacionamento no momento. Isto me lembra a dificuldade que as drag queens têm, em geral, para obter afeto. As pessoas ainda insistem em não querer namorar alguém que se monta, por exemplo. Aconteceu com você?

Absolutamente não. Meu noivo não sabia disso, eu tive que mostrar um vídeo no YouTube para que ele pudesse realmente acreditar em mim (sua reação foi muito épica).

Entendo. E qual é a sua opinião sobre este assunto no geral?

Como você sabe, ser uma drag queen, às vezes, coloca você em situações muito específicas e perigosas. Quando você é gay ou mulher, você pode ser discriminado por apenas existir, o que é terrível, mas quando você é drag, eu acho que algo mais acontece. Ambas as formas de discriminação combinam em apenas uma e fazem de você um alvo fácil para literalmente todos. Acho que sou privilegiada por isso, no meu caso. Meu noivo me ama e me apoia. Na verdade, uma vez ele me deu de presente de aniversário uma das perucas mais bonitas que eu já vi. Erradicar a misoginia e a fobia LGBTQIA+ será difícil, mas, eu acho que se lutarmos ativamente contra isso, podemos sonhar em ver uma nova geração onde os rótulos serão questões históricas. Todos merecem ser amados ou sentir o amor pelo menos por uma vez.

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Você nasceu e ainda mora em Santiago, no Chile. Em qual momento drag entrou na sua vida? Como foi sua primeira vez como uma?

Minha primeira vez no drag foi uma bagunça, haha! Eu estava vestida da peruca aos sapatos, tipo, 7 dólares, e não vendi, mas foi nesse momento que decidi o que queria fazer do meu jeito de viver na arte, e atuar mesmo que eu esteja com a minha “roupa de homem”.

Faz seis anos desde que a primeira temporada de The Switch Drag Race foi transmitida. As memórias do programa lhe trazem coisas boas ou ruins?

Eu geralmente acho que “The Switch” era exatamente isso, uma mudança que minha mente e personalidade precisavam. Eu relembro o elenco e algumas pessoas da produção com muitas quantidades de amor.

Participar dele mexeu com sua saúde mental?

E sim, depois do episódio da minha eliminação eu não saí da minha casa por uns seis ou sete meses, me senti tão humilhada que fechei minha mente para mim mesma. Felizmente, depois de todos esses anos, comecei a terapia que todo mundo precisa em algum momento de suas vidas. Eu acho que isso é como uma maneira de mostrar autoestima ou amor próprio, e amor pelas pessoas que estão preocupadas conosco.

Infelizmente você só participou de três episódios da primeira temporada. Eu me pergunto como era seu relacionamento com Nicole Gaultier: fora das câmeras ela era próxima de você?

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Uuhh, em primeiro lugar, Nicole nunca foi meu objetivo no drag, mas eu acho que toda a nova geração de drags tem que saber como ela entregou toda vez que ela esteve no palco.

Ela te ensinou algo que você não esperava aprender ou marcou você de uma forma especial com alguma crítica?

Se eu aprendi alguma coisa com ela? Inferno que sim! A maneira como ela trata seu personagem drag como um produto que você pode coletar é o mantra mental para tentar estar sempre em algum palco e ser visto. O momento em que comecei a vê-la assim foi quando ela disse na TV: “Ela é talentosa, mas agora, ela tem que decidir o que fazer com esse talento“.

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Você já conhecia algum jurado do programa antes de participar dele?

Sim, Karla Constant, quando ela participou de toda a televisão matinal que, neste momento da minha vida, me faz sentir tão velha, haha; e Ingrid Cruz, ela é uma daquelas atrizes que sua mente nunca sai dela, e só dela.

Qual foi o seu momento favorito na primeira temporada? E o menos preferido?

Meu momento favorito foi quando notei que minha heroína drag do mundo, Arianda Sodi, a garota que me deu força para fazer drag, estava no mesmo palco que eu. Eu a amo tanto. Meu menos preferido é quando a produção decidiu colocar limites no elenco e transformar um show de talentos em um drama/novela barato.

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O que achou da segunda temporada de The Switch Drag Race: Desafío Mundial?

Para ser honesta, não assisti a segunda temporada, e não por causa do elenco ou de inveja, foi só porque nunca, desde criança, tive algum tipo de amor especial pela televisão. Prefiro rádio e teatro musical.

Você foi convidada para participar? Se não, você teria topado?

E eu não sei, naquele momento eu precisava do dinheiro, mas aqui no Chile, é muito importante que se você tem uma orientação política, você só tem que ficar calado e eu não sou assim.

Você formaria um grupo pop de garotas com outras drag queens?

Ooh, definitivamente eu faria um casting. Eu acho que o mundo precisa saber que temos artistas muito bons que não têm o palco onde eles podem mostrar sua interpretação desta arte.

Poucas de suas colegas de temporada lançaram singles. Você pretende lançar um?

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Na verdade, estou em aulas de canto, em aulas de costura e me sentindo mais segura sobre a pandemia, vou começar imediatamente as aulas de dança. Mas, lançar um single não é meu objetivo. Sempre digo que meu sonho é vencer no Festival de Viña, na categoria folclórica. Depois disso, “a morte lhe cai bem”.

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The Switch Drag Race não foi renovado para uma terceira temporada, o que eu acho terrível! Sabe o que aconteceu? Por favor, explique às pessoas a importância de uma terceira temporada.

Eu acho que quando você assina uma licença de contrato, você tem que respeitar as regras. Penso que é importante porque no Chile os crimes de ódio são tantos e tão cruéis, que o povo precisa ver mais realidade e menos “sonho americano” na televisão.

Finalmente: drag chegou ao mainstream hoje. E quanto a você? Aonde você quer ir com sua arte?

Agora estou renovando meu guarda-roupa e minhas perucas. Meu noivo me deu um monte de tecidos e joias novos, que eu preciso mostrar às pessoas a ameaça tripla que The Switch nunca me deixou mostrar. E, como tem que ser, mantenho minha mente em meus business e em qualquer atividade política que precise da presença feminina LGBTQIA+ e discurso político forte.

Siga Elizabeth San Martín no Instagram e Facebook.

Para ler outras entrevistas exclusivas da Who’s That Queen clique aqui.

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