Em 2007, antes mesmo de ser a vencedora da segunda temporada de RuPaul Drag Race: All Stars que nós a conhecemos como hoje, Alaska Thunderfuck foi a pior de um concurso de drag. Sim, é isso mesmo. Ela ficou arrasada em último lugar. A queen revelou para a OUT:
“Foi o segundo show de drag que eu fiz na vida – eu não recomendo fazer isso. Mas eu me saí tão bem no meu primeiro show de drag que senti que era imbatível, que estava em chamas, que era invencível. Então eu entrei em um concurso de drag em Pittsburgh chamado de Miss Pegasus Pageant. Os concursos de Pittsburgh não são brincadeira – eles são muito, muito sérios e muito, muito rigorosos e eu estava fora do campo. Eu acabei em último”.
E então uma estrela nasceu?
Thunderfuck percorreu um longo caminho desde aquele primeiro concurso. Na verdade, ela ganhou seu segundo concurso, alguns anos depois, chamado de Miss Happy Hooker, também em Pittsburgh. E claro, ela competiu em RuPaul’s Drag Race, que é uma espécie de concurso. Agora, enquanto a competição televisiva entra no ar elisabetano para a Vogue (link aqui), Alaska está preparando um concurso de sua própria criação.
“Isso é algo que eu tenho vontade de fazer há um tempo”, diz ela, relembrando um evento que realizou em 2017 numa boate “Night of 5.000 Alaska’s” [noite das 5000 Alaskas] celebrando seu aniversário, que ela lançou para seu aniversário como precursor do atual concurso. “Eu fiquei tão impressionada que tantas pessoas apareceram e as performances incríveis que as pessoas fizeram para um show bobo de bar, que eu queria levar isso para o próximo nível”. Esse próximo nível vai estrear durante o DragCon LA 2019, intitulado Drag Queen do Ano.
Com um prêmio de 10 mil dólares (via PayPal), uma coroa, faixa e buquê de flores em disputa, Thunderfuck espera que o evento se diferencie com seu ímpeto inclusivo. “Eu adoro concursos”, disse ela, apontando para eventos como Miss Continental como um de seus favoritos. “Eu sou a primeira pessoa a sentar na primeira fila e gritar e berrar. Mas algo que eu não vi ainda é uma abertura mais acessível para quem pode candidatar-se”. Por exemplo, enquanto o concurso Miss Continental tem sido historicamente considerado trans-inclusivo, há muitos concorrentes barrados por terem realizado cirurgia na bunda. Mulheres cisgênero também não estão autorizadas a competir. Em contraste, a Drag Race Tailândia que aparentemente permite que os homens cisgêneros, assim como todas as mulheres, possam competir – Angele Anang, uma mulher trans, venceu a temporada mais recente (leia aqui).
“Então, isso é uma espécie de experiência: se um concurso é aberto a todos – o que este é – quem vai se inscrever? Quem vai competir? Como vai ser?”
Alaska declarou e então revelou para a OUT as oito concorrentes de sua competição.
Escolhidas por um Conselho Anônimo de Drag Idosas que peneirou muitos pedidos (“milhões,” Thunderfuck riu quando pressionada), as rainhas escolhidas visam não apenas ser as candidatas mais fortes, mas representantes da diversidade do grupo de inscritas. Há verdadeira rainhas de concurso competindo (uma ex-Miss Gay USofA, de fato), mulheres cisgêneras, assim como uma antiga competidora de Dragula.
“Eu viajo pelo mundo e faço o show da Alaska”, disse Thunderfuck depois de explicar que o evento contará com categorias de competição semelhantes a outros concursos.
“E esse é o meu trabalho e isso é ótimo, mas essa é uma oportunidade de transformar isso em torno de si mesmo e fazer com que não seja apenas sobre a Alaska, mas que seja sobre todos. É uma chance de regar as plantações e dar algo de volta para a comunidade drag que não está necessariamente em RuPaul’s Drag Race ou representada por RuPaul’s Drag Race”.
CANDIDATAS AO TÍTULO ‘DRAG QUEEN DO ANO’
ABHORA (Miami)
“O que me faz diferente de outras drag queens é que estou ativamente tentando destruir o ‘drag’”.