Vamos começar colocando os pingos nos is porque os títulos dela em RuPaul’s Drag Race exigem que as coisas sejam feitas desta forma: segunda rainha Plus Size a participar de uma temporada regular americana; primeira, como tal, a sobreviver ao lip sync de estreia; segunda a fazer um espacate e também a primeira a executá-lo fora de uma dublagem, mas também foi quem inaugurou a temida décima posição na competição. Afinal, Who’s That Queen?
Mystique Summers chegou à competição de forma curiosa. Donté L. Sims, seu criador, veio ao mundo em 28 de março de 1984, na cidade de Chicago, em Illinois, Estados Unidos. Sua carreira como drag queen começou em 2006 como consequência de um desafio proposto por um amigo. A brincadeira acabou rendendo.
Na época que a segunda temporada debutou – no dia primeiro de fevereiro de 2010, porém, gravada em 2009 -, Donté tinha 26 anos, idade que considerava avançada para participar de seu verdadeiro objetivo, o reality show The Real World, o programa mais antigo da história da MTV, a base para todos os outros que vieram depois, inclusive a competição de Mama Ru. Como não aconteceu, o próximo passo o levou ao palco principal mais famoso da arte drag mundial.
Para RuPaul’s Drag Race, Mystique iniciava as gravações às oito horas da manhã, experiência que ela credita como inédita em sua vida, pois nunca tinha feito um trabalho que começasse no horário do café da manhã das prostitutas, por exemplo. Brincadeiras à parte, foi desta forma que ela definiu a sensação de entrar nos estúdios, em Los Angeles, pela primeiríssima vez, para gravar o que, a princípio, durou pouco, mas resiste bem ao teste do tempo.
Foram três semanas em que Mystique ficou entre as três piores, depois entre as três melhores até sua eliminação, no terceiro episódio, Country Queens, exibido em 15 de fevereiro de 2010. Após dublar pela vida contra Raven a música I Hear You Knocking, de Wynonna Judd, a aventura no Ruverso, para ela, teve seu encerramento.
E se por um lado ela protagonizou momentos épicos, como a briga com Morgan McMichaels: “Eu não preciso consertar meu rosto, vadia! Querida! Como eu não tenho boas maneiras? Sem classe, sem bons modos? Se você me irritar um pouco mais, eu vou gritar com a porra da sua bunda! Vadia, eu sou de Chicago”; Mystique também registrou momentos espirituosos, como quando definiu seus seios: “Cheeseburger, Taco Bell e uma Coca Diet nesse lado, garota”.
Por fim, este capítulo lhe deixou viver momentos divertidos, onde Mystique fez novas amizades, aprendeu muito e… Será que ela toparia uma segunda rodada? Segundo a própria já declarou à imprensa, sim. Inclusive, no final de dezembro de 2020 esta Rugirl solicitou, através das redes sociais, que a World of Wonder pense nela para edições futuras do spin-off All Stars. A empreitada ganhou acolhida positiva dos fãs.
E é curioso o silêncio da produção sobre Mystique, afinal, atualmente aos 15 anos de carreira, tudo que ela é hoje pode ser considerado fruto de seus três primeiros anos de atividade como drag, quando fazia a personagem Mística, de X-Men, universo pelo qual é apaixonada e lhe fez querer ser metamorfo, como a vilã de pele azul da história dos mutantes.
Neste contexto, em que revisitamos o passado de Mystique, é de se tomar nota quando ela participou de seu primeiro certame, com sua mãe drag Geni Summers. Neste momento acrescentou o Summers, de Buffy, a Caça-Vampiros, e percebeu o óbvio: é o mesmo sobrenome de Scott, o Ciclope, de X-Men.
Por fim, o antigo Madison, de um de seus amigos no Texas, acabou sendo retirado de seu nome artístico. Uma entre tantas mudanças que vem passando, como a perda de peso e a utilização das redes sociais para produzir conteúdo sobre beleza e maquiagem, visto que é uma maquiadora profissional.
Radicada em Fort Worth, no Texas, Estados Unidos, Mystique é aquela rainha que aprendeu que qualquer coisa acima de sete centímetros são os saltos de uma prostituta e nada mais, sendo assim, o que mais a dona do bordão ‘Two piece and a biscuit’ – dito desde sua fita de audição -, tem a dizer? Descubra logo abaixo.
Aqui estamos, 11 anos após a segunda temporada de RuPaul’s Drag Race ser transmitida. Para quem esteva presente no início de tudo, como você analisa o tamanho que o programa alcançou?
Bem, você pode ver o crescimento do programa e agora os fãs estão ficando cada vez mais jovens, é realmente incrível!
Quando você se lembra da sua temporada, quais são, por ordem de importância, seus quatro momentos favoritos?
Hummm, ser uma stripper, risos.
Momento “Bitch I’m From Chicago” só porque foi icônico.
Frango ou estimular, haha… Comer essa coisa desagradável.
Talvez a passarela do segundo episódio.
O que ninguém sabe até hoje sobre sua participação em RuPaul’s Drag Race e que você adoraria contar?
Não sei, rs. Sou um livro aberto e mostrei tudo.
Você foi a segunda rainha plus size a participar de RuPaul’s Drag Race, então você se considera uma pioneira em representar garotas gordas no programa?
Na minha cabeça, não sou uma pioneira, mas talvez para os outros. Eu quero jogar tudo isso justo.
Se tivesse durado mais um episódio, você teria participado do Snatch Game. Quem você faria?
Não posso te dizer isso. O tempo dirá.