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Who’s That Queen? Patty Pam-Pam

“Eu não me vejo tanto como uma Rugirl. Eu não confio no programa”, diz Patty Pam-Pam, de Drag Race Holanda, sobre o show nesta entrevista exclusiva.

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🕓 7 min de leitura

No dia cinco de agosto de 1986 Bernadette Roberts-Hahn e Jan Roberts tornaram-se pais dos gêmeos Paul e Pieter Roberts. Um deles você conheceu na televisão em 18 de setembro de 2020, com a estreia da primeira temporada de Drag Race Holland.

Nascido em Limburgo, porém, criado em Amstenrade (Holanda), Pieter ganhou atenção mundial sob si mesmo com a exposição mundial de sua drag, Patty Pam-Pam, a Rainha do Sul, nesta versão holandesa da competição de RuPaul, a qual gravou durante uma quarentena e verão, com o calor acima do suportável nos estúdios.

Altas temperaturas deixadas de lado, não só pela estação vigente como naturalmente pelo clima geral ocasionado pelas dez drag queens do elenco desta temporada, Patty preparou-se durante dois meses para competir em Drag Race Holland. Com o tempo disponível, confessa que desenhou coisas para o programa que nunca imaginou.

A jornada inicia com Land of The Queens, episódio inaugural, no qual Patty é a nona rainha a entrar na sala de trabalho. Mais tarde, depois de uma sessão de fotos em um tanque aquático como o mini desafio, a proposta é, na passarela, homenagear a sua rainha preferida. Esta drag foge do óbvio e presta tributo a Freddie Mercury, porém, a ousadia apenas lhe garantiu um safe. Como seria a semana seguinte?

Em Give Face!, episódio originalmente exibido em 25 de setembro, ChelseaBoy e Envy Peru vencem o mini desafio e, como prêmio, podem escolher drags para suas equipes que, mais tarde, fariam um vídeo fitness com um treino exclusivo como o desafio principal.

Patty acaba responsável pela barra de alongar e fazendo parte do Team Envy ao lado de Sederginne e Megan Schonbrood, com o tema Gym Club 69, entretanto, sua performance não fora bem recebida pela bancada de jurados, com Nikkie Tutorials, Roxeanne Hazes e Olga Commandeur, que ajudaram a selar seu destino rumo as duas piores ao lado de Madame Madness e uma inevitável dublagem. Aqui, ao som de Roar, de Katy Perry.

Hoje em dia Patty reconhece que era o elo fraco no vídeo de treino, que estava longe de ser seu ponto forte. Ela também não esperava que o programa focasse tanto na parte de reality show em detrimento do talento, mas se sentiu desafiada pela experiência que descreve como ‘incrível, muito boa, mas também muito difícil, um desafio de crescimento’.

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Ainda no que diz respeito a Drag Race Holland, a mesma firmeza e tranquilidade que Patty teve para mentir sobre fazer parte do casting, lhe faltaram com a competição em curso. No programa ela entrou na própria cabeça ao ver rainhas com personalidades fortes, sendo que a própria não se considera assim. Ao perceber-se quieta nas gravações, concluiu que devia ter falado mais, por exemplo.

Por fim, Patty lamenta não ter participado do clássico makeover, para o qual trabalharia, obviamente, com seu irmão gêmeo, que é confundido com ela costumeiramente. Para o Snatch Game, faria Beatrix, uma artista que faz esculturas com argila. Nada disto aconteceu, entretanto, apesar de achar que seu talento não foi interessante para a produção, Patty sabe que conseguiu ganhar mais compreensão e respeito pelas drags de forma geral ao participar do programa. E sua vida artística não se resume a ele, não.

Patty canta, toca, dança e pensa que, pessoalmente, drag é criar um look que diga quem você é. Neste processo, Lady Galore é um nome digno de nota: ela a ensinou muito sobre drag, mesmo que Patty já se montasse antes de conhecê-la, por isto a mesma costuma dizer, em tom espirituoso, que Lady Galore finge ser sua mãe, o motivo pelo qual a chama de madrasta.

Brincadeiras a parte, esta drag é alguém que Patty adoraria ver na segunda temporada de Drag Race Holland. Juntas elas colecionam boas histórias: certa vez, na companhia de Admira Thunderpussy e Normai, este quarteto foi contratado para se apresentar em uma boate em Paris. Todas elas tinham que fazer uma música, mas apenas um dia antes do show, a organização encurtou a participação delas em 30 segundos no palco. Nada mau para quem se hospedou em um hotel luxuoso por duas noites com acesso a área VIP em troca de meio minuto de trabalho, hein?

Findados os causos particulares de Patty, é de se comentar o quão longe ela conseguiu chegar, afinal, estamos falando de alguém que fez drag pela primeira vez durante o Carnaval, um evento enorme em sua cidade natal, e depois de fantasiar-se um certo número de vezes, enfim descobriu o mundo das drag queens.

E é esta arte, a arte drag, a qual na cultura holandesa combina-se moda com camp, que fez Patty conhecer a já citada Paris, além de Nova York (Pride, 2019) e realizar tantos sonhos, metas e encontros inusitados, como o que já teve com o primeiro ministro da Holanda.

Sem drag, ela sabe que não seria possível nada disto e nem metade do que está por vir. E o que será? É o que você descobre logo abaixo, na íntegra, na entrevista exclusiva que fiz com Patty. Confira!

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Quando comecei a pesquisar sobre o seu trabalho cheguei a pensar que você fosse proprietária de uma sex shop.

Eu acho que isso vem daquela foto no meu Instagram onde estou deitada em um item de sex shop. Esta não era minha sex shop, mas aquela que eu estava reservada para sediar a abertura oficial.

Entendi. Seus pais tiveram um pub por 50 anos perto de Heerlen, onde vocês assistiram juntos Drag Race Holland. O que eles acham de você fazer drag?

Sim, meus pais já são donos desse bar há mais de 50 anos. Eles estão muito orgulhosos do que estou fazendo, assim como a comunidade de lá, portanto, uma das outras drag queens que viviam em Amstenrade deu uma Drag Race Viewing Party no bar dos meus pais, para que todos pudessem ir lá e assistir. Eu estive lá apenas na noite da minha eliminação, depois do meu show no teatro de Heerlen.

E o que o seu pai e mãe falaram sobre sua participação no programa?

 Sobre minha parte no programa, acho que todos sabemos que posso fazer melhor.

Pelas minhas contas, você começou a fazer drag lá no final de março de 2013, início de abril, correto? São oito anos de carreira. Que balanço você faz deste período?

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No começo era só diversão, mas a certa altura comecei a viver disso e também me desafiei a inventar coisas novas. Eu cresci e ainda tenho alguns truques para surpreender meu público. Eu ainda amo isso como a primeira vez.

Quando você se lembra da noite em que venceu o Miss Travestie Holland em 2017, sendo a 30ª a realizar tal feito, qual é a primeira lembrança que vem à sua mente?

Me lembro da minha opinião de nunca competir naquela competição, mas por alguma razão eu fiz, de fato, outra conclusão que foi uma pré-seleção para a final do Miss Holanda. Então, eu me forcei a entrar na final e fazer isso sozinha. Eu criei meus looks, minha música e fiz a performance sem dançarinos. Eu queria mostrar o que sou capaz de fazer e ter certeza de que, quando as pessoas me reservarem para um evento, com base no meu ato final, elas possam conseguir pegar o que viram. Eu nunca pensei que iria ganhar, mas eu ganhei!

“Make-up”, seu primeiro single, foi lançado em 2018. Três anos após seu lançamento, como você analisa esta estreia?

Haha, é meu primeiro single, de fato, e eu ainda gosto disso. Às vezes acho que é melhor eu regravar.

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“Cowgirl Fantasy” é seu segundo single, também composto e produzido novamente por Ivos Rosbeek, assim como sua estreia. Como funciona a parceria com ele e como ele contribui com sua música?

Ivo é um artista e músico incrível. Ele veio me visitar porque escreveu uma música e queria saber mais sobre o mundo drag. Fiquei impressionada e então criamos algumas músicas legais. Agora ainda fazemos apresentações todos os anos em um pequeno espetáculo de teatro. E se eu tenho uma ideia para uma música, eu sei que ele é o homem certo para alcançá-la e torná-la realidade!

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Se você pudesse formar um grupo pop feminino com mais quatro drag queens, quem você escolheria e por que motivo?

Eu sou muito ruim em trabalhar junto! Eu gosto de dividir meu palco, mas montar uma atuação e ouvir outras opiniões, não sei. Talvez seja melhor continuar atuando por conta própria.

Antes do início da primeira temporada de Drag Race Holland vi fotos em suas redes sociais com várias Rugirls, até mesmo Michelle Visage. Naquela época, você imaginava que estaria no programa um dia?

O Drag Race sempre foi uma grande inspiração. Nunca ousei sonhar estar no programa, mas quando tive a chance, agarrei. Também pensei que poderia ir longe, porque sei o que sou capaz de…

Afinal, no Snatch Game, você faria a Princesa Beatrix ou a Dame Edna?

Sim, acho que ambas são ícones e tenho um grande respeito pelas duas. Beatrix não é engraçada, mas em um cenário de Snatch Game, acho que pode ser engraçado personificar. Dame Edna era minha segunda opção, talvez uma escolha segura, porém o produtor disse que ela não era famosa o suficiente!

Como assim? Estou impressionado! Eu não considero isto um critério para este desafio.

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Que porra é essa?

Bem, continuemos. Lady Galore é sua madrasta/mãe drag, e também da Miss Abby OMG. Você sabe alguma coisa sobre o brasil?

Não sei muito sobre o Brasil. A única coisa que sei é Abby OMG, que de fato é minha meia-irmã porque Lady Galore, que é a mãe drag de Abby, também me chama de filha drag.

Faz pouco mais de dez meses desde que você foi eliminada de Drag Race Holland. Como é ser uma Rugirl? Quais são os “benefícios”?

Para mim foi um período curto, mas intenso no Drag Race Holland. Eu não me vejo tanto como uma Rugirl. Além disso, eu já era uma rainha trabalhadora e sempre serei, então, eu não confio no programa, mas nas coisas que posso fazer, meus talentos, que infelizmente não chegaram nele.

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Infelizmente, sua eliminação aconteceu muito cedo, no segundo episódio. O que não foi ao ar que você gostaria que o público tivesse assistido?

Muito! Acho que eu criei vários looks legais para a passarela, trouxe alguns truques para mostrar e também meu irmão gêmeo estava pronto para aparecer no episódio de semelhança familiar.

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Muito do que você veste é feito por você mesma em seu estúdio. De acordo com sua experiência profissional, qual é o principal conselho que você daria para as drags que estão começando a costurar?

A maioria de tudo que uso é feito por mim mesma. Acho que é um dos meus pontos fortes. Para outras rainhas eu diria: não tenha medo, é só tecido.

Haha, chegamos ao final da melhor forma possível. Obrigado, Patty. Beijos!

Eu amei responder todas as suas perguntas.

Siga Patty Pam-Pam no Instagram, Twitter, Facebook, YouTube e Spotify.

Para ler outras entrevistas exclusivas do Who’s That Queen clique aqui.

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