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Who’s That Queen? Monikkie Shame

“Eu não sigo várias das garotas. Algumas irmãs simplesmente não se dão bem”, afirma Monikkie Shame, da segunda temporada de Dragula, nesta entrevista exclusiva.

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🕓 9 min de leitura

Olá, feiosas! Mantenham as luzes de casa acesas porque as definições de rainha assustadora foram atualizadas com sucesso. Ela chegou aqui na coluna para te mostrar que horror combina com drag, afinal, quem não quer sair por aí usando uma máscara assustadora e deixar as pessoas boquiabertas?

É o caso de Nathan Wayne, a pessoa por trás de Monikkie Shame, drag monster que você viu, rapidamente, por sinal, em um famoso reality show, ou, como ela mesma diz no Twitter: “A perdedora da segunda temporada de Dragula”.

Nesta competição, logo na estreia, exibida no dia 31 de outubro de 2017, Monikkie foi além de ser a primeira monstra a usar máscara em todos os seus looks. Aqui ela viveu altos e baixos já no episódio um, “Get Hooked”.

Após beber sangue mais rápido que suas nove concorrentes no mini desafio, Monikkie é agraciada com uma massagem nos pés feita por Victoria Elizabeth Black, monstra com o pior desempenho na tarefa.

Mais a frente, Monikkie protagoniza uma discussão com James Majesty regada a nervos alterados e Xanax, aqueles elementos que agitam todo reality show. Ambas já se conheciam de Seattle e seus caminhos se cruzaram mais do que elas queriam neste programa.

Na sequência, para o desafio principal, as monstras tiveram que criar uma roupa inspirada nos Cenobitas, demônios sadomasoquistas conhecidos no longa-metragem Hellraiser, uma adaptação da obra de Clive Barker. James Majesty sagrou-se como vencedora e, com isto, ganha um exemplar autografado de “Next Testament”, do autor. Já Monikkie…

Criticada por ser preocupar apenas com seu rosto em detrimento do resto de seu corpo, esta monstra foi parar entre as três piores ao lado de Felony Dodger e Erika Klash.

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Na prova de extermínio elas foram perfuradas com agulhas hipodérmicas de tamanhos diferenciados. Felony foi a que aguentou menos e acabou sendo a primeira eliminada da temporada. Monikkie levou cerca de 20 agulhadas

Em seguida, no episódio dois, “Apparitions of the West”, as nove rainhas restantes são desafiadas a criarem um look baseado nos fantasmas do velho oeste, algo só não tão impressionante quanto a suposta reconciliação de James e Monikkie, com iniciativa de James.

Picuinhas deixadas de lado, Monikkie acabou entre as piores de novo, pela segunda vez consecutiva, porém, acompanhada de cinco irmãs: Biqtch Puddin’, a já citada James, Disasterina, Erika Klash e Kendra Onixxx. As seis foram para a prova de extermínio, um torneio de paintball, feito em duplas. Monikkie duelou com Biqtch e infelizmente foi eliminada.

Exterminada com facadas, Monikkie teve que ser cuidadosa para filmar sua morte, afinal, ela foi gravada em um quarto de princesa com uma gata anã como figurante, que ficava correndo pelo apartamento. E se Monikkie pisasse nela sem querer com seus saltos de 20 centímetros?

Por fim, na época, esta drag ficou incrédula por ser eliminada. Monikkie diz que saiu de sua zona de conforto ao fazer o vestido que usou em 24 horas apenas. Para sua apresentação, ela contou a história verdadeira de uma garota branca que viajava com a família para vender tabaco quando nativos americanos a sequestraram, tatuaram seu rosto e a escravizaram. Por considerar que estava contando uma boa história, o choque foi grande, mas…

Concluída sua participação em Dragula, ficou a impressão de que o público não pôde conhecer a fundo Monikkie, o que é compreensível pelos dois episódios em que esteve presente, então, agora, para desfazermos isto, continue acompanhando esta edição da Who’s That Queen?

Monikkie, ou melhor dizendo, Nathan, nasceu no dia 22 de maio de 1989, em Richland, Washington. Enquanto crescia, fez o ensino médio no Richland High School, o qual concluiu em 2008, aos 19 anos de idade.

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Para Nathan, drag, enquanto arte, já lhe chegou na embalagem do terror. Em sua primeira vez como rainha já fora assim. Ele conta que então Deus vomitou Monikkie Shame no quarto dia. Brincadeiras à parte, sua drag começou de forma despretensiosa mesmo.

Amante de raves, certa vez Nathan foi na Forever 21, comprou um macacão e uma camiseta. Nesta última ele fez buracos para os olhos, saiu na rua e as pessoas começaram a mostrar aprovação sobre o que viam. É aqui que Monikkie Shame nasce, já antecedida por um passado que indicava algo neste caminho.

Ainda adolescente, Nathan foi funcionário em uma loja de fantasias e, em determinado período, estava trabalhando bastante com látex e outros elementos para o halloween. Seduzido pelo que via, cobriu metade de seu rosto com gaze, usou lentes de contato e ficou em primeiro lugar em um concurso de fantasias. A partir daqui cobrir o rosto com uma máscara viraria primeiro seu trabalho e estética.

Quando criou sua drag, Monikkie não pensou na máscara como um acessório, e sim como uma forma de executar outro estilo de drag. Antes de começar sua carreira como monster, Nathan era uma estrela pornô, garoto de programa e celebridade do MySpace com milhares de seguidores.

Ao se reinventar profissionalmente, ele achou de bom tom se dissociar de sua imagem anterior, assim, além de manter sua vida privada sob mais controle, também conseguiria evitar associações com seu trabalho anterior.

Nesta nova fase Nathan é inspirado pelo final dos anos oitenta e a cena Club Kid do início dos anos noventa, com ênfase nos visuais, looks e drogas. Este é o mundo onde vive uma drag que, ao nascer, nem se chamaria assim.

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A princípio, o nome seria Monikkie Payalarenta, mas os contratantes não conseguiam utilizá-lo em cartazes. O sobrenome surgiu devido a exigência do Facebook para novos usuários desta rede, sendo assim, ela nem pensou duas vezes antes de adotar para si o shame. Em português, significa vergonha.

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Agora com um nome como drag, Monikkie percebeu, ao longo do tempo que se passou, que precisava aperfeiçoar sua máscara. Jordan Christianson, da Jonquil & Mr. Black, criou um modelo melhor manuseável e que esquentasse menos o seu rosto, o que danificava sua maquiagem, afinal, o uso dela já impede as pessoas de saberem se Monikkie está feliz ou triste, então, quanto menos problemas, melhor.

Indo mais a fundo na biografia de Nathan, descobrimos que ele era apaixonado por filmes de terror quando criança, o que é natural de saber a respeito de quem idolatra Marilyn Manson e credita a ele a monstra que é hoje em dia. A mesma que encarou uma aventura que causa medo até nos mais corajosos: Dragula.

Depois de anos performando e da evolução de sua personagem, Monikkie descobriu as Boulet Brothers por elas apresentarem o Orgulho de Seattle. Fã do programa desde a primeira temporada, na qual torceu para Ursula Major, ansiava por fazer parte do elenco. E assim o fez, mesmo que tenha durado pouco.

Feliz e orgulhosa de sua participação no programa, Monikkie comenta que queria muito ter participado do episódio três, “Drag Monsters of Rock”. Apesar disto não ter acontecido, ela reconhece que aprendeu a ser mais paciente depois de Dragula, uma experiência que lhe mostrou seus limites, mudou sua maneira de pensar e poliu sua drag. Segundo Monikkie, agora ela evoluiu para uma lixeira total.

E já que estamos falando de lixo: foi assim que Monikkie se sentiu ao não ser acolhida pela cena drag de Seattle. Durante um tempo, apenas ela e Ursula Major eram as rainhas assustadoras desta região. Com a mudança de Ursula para Los Angeles, Monikkie se tornou praticamente a única monstra do local. Depois de Dragula, muitos que a achavam nojenta passaram a “gostar” de seu trabalho, o que ela recebe com o devido espanto, sentimento contrário a naturalidade com que bebeu uma mistura de 100 minhocas batidas no liquidificador com Coca-Cola para o concurso “Miss Bacon Strip”, no qual ficou em segundo lugar.

Em outras áreas, Monikkie coleciona causos dignos de estrelas famosas do rock: date com Jeffree Star, a luta contra o alcoolismo e a dependência química, e um barraco com Soju, da décima primeira temporada de RuPaul’s Drag Race, sobre o qual, como a mesma já admitiu e se desculpou publicamente, foi xenofóbica e racista.

Mas não pense que só de tragédias vivem as monstras: a mesma monstra que reconhece que o público basicamente só a viu como uma pessoa combativa em Dragula, chorou ao saber que estaria neste programa. Para ele, Monikkie recebeu sua fita de teste no último minuto, no dia que o prazo se esgotava.

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No final da semana seguinte ela recebeu uma ligação da produção de Dragula confirmando que sim, ela estava no casting. O que aconteceu depois você já sabe, mas e o que pensa Monikkie agora, neste momento?

Aos 31 anos e atualmente radicado de novo em Seattle, Nathan está em um relacionamento complicado e tentando levar uma vida mais tranquila e sossegada. Foi neste clima que fizemos a entrevista logo abaixo, disponível na íntegra. Confira!

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Olá, Monikkie. Vi no seu Instagram um post de nove de fevereiro onde você diz que está sóbria de Xanax há seis meses, reconstruindo sua vida. Como está indo? Como está sua saúde no momento?

Oi, haha! Direto para as perguntas.

Nunca se sabe o tempo que teremos com uma rainha, então…

Sim, recentemente fui para a reabilitação e vários outros programas depois da minha overdose, então, estou indo muito bem, minha saúde está boa e voltei para casa em Seattle.

Digamos que eu vá pesquisar a cena drag de Seattle. O que vou encontrar que me fará gostar dela?

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Eu era uma ovelha negra aqui em Seattle. Quando comecei todos me amavam, mas conforme eu ganhava mais seguidores e mais shows, mais as pessoas não gostavam de mim.

Tom Jobim dizia que, no Brasil, sucesso é ofensa pessoal.

As pessoas realmente gostam de odiar as pessoas de sucesso, mas não foi de todo ruim. Eu fiz shows incríveis e encontrei amigos para a vida toda.

Você teve um encontro com ninguém menos que Elvira. Como isto aconteceu?

Na verdade trabalhei com Elvira várias vezes. Basicamente trabalhei em uma loja de festas e fantasias, desse modo, um ano ela veio para tirar fotos e todo mundo em Seattle estava lá e eu estava trabalhando, porém, me sentei na sala dos fundos com ela e quatro policiais e bebemos Dom Pérignon ou como você quiser chamar aquele champanhe chique.

Incrível: você tomou uma bebida que custa mais de R$ 2.000 com a Rainha das Trevas. Condragulations!

Depois disso nós duas estávamos trabalhando no Crypticon, uma convenção de terror em Seattle, e eu passei por ela em drag de horror total, e Elvira se levantou e me disse para pular a fila apenas para que ela pudesse me dar oi. Quando eu disse a ela quem eu era, da loja de festas, ela morreu! Elvira é uma pessoa incrível para se trabalhar e super doce.

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Também vi nas suas redes sociais que você tem uma boa relação com as drags da segunda temporada de Dragula, mas no Instagram você não segue James Majesty e Kendra Onixxx. Por qual motivo?

Eu não sigo várias das garotas. Aqui está o babado: nós somos todas irmãs, nós sempre seremos, mas algumas irmãs simplesmente não se dão bem.

Entendo perfeitamente e os haters deveriam anotar isto como dever de casa.

Eu não tenho nada além de amor por todas no show, mas sim, eu não sigo algumas pessoas porque nós não vemos olho no olho.

Como você acabou no elenco da segunda temporada de Dragula? O que você achou da primeira temporada?

Eu já estava em turnê e fazendo coisas com a Frankie Doom, rainha da primeira temporada, assim, fui para Los Angeles pra uma viagem de uma semana e fiz apresentações em todos os lugares, e depois disso as Boulets começaram a me seguir (já conversamos antes no Orgulho). Consequentemente, meio que sabia que estava limpa quando as inscrições foram lançadas e meu vídeo de audição estava foda!

Já se passaram três anos desde que sua temporada foi ao ar. Como participar de Dragula mudou a maneira como você faz drag?

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Eu aprendi muito depois de Dragula, foi uma experiência tão reveladora que eu gostaria de poder fazer uma mudança, porque estou em um lugar tão melhor agora, mas me mostrou que sou amada e que as pessoas realmente se importam com minha arte e minha mensagem.

O primeiro episódio da segunda temporada de Dragula teve a participação de Willam. O que não foi ao ar que você adoraria nos contar agora, Monikkie?

O primeiro episódio foi apenas que não havia realmente nada que eles editassem, foram longos dois dias de filmagens, isso com certeza. Quando eu fiquei nos bastidores estava super puta e escrevi meu nome com sangue no livro Suck Less, da Willam. O primeiro episódio foi muito cru e na sua cara, eles não precisaram editar nada.

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Infelizmente você não participou de Dragula: Resurrection. Qual é a sua opinião sobre este programa? Você teria participado?

Oh meu Deus, foi incrível! Eu fiquei tão apaixonada por todo o conceito e todos os looks que eu gostaria de poder fazer parte de algo assim, portanto, quem sabe talvez você veja essa máscara na TV novamente.

Falando nela: a máscara é uma grande característica da sua drag. Quando você começou a se montar com ela, você sempre imaginou fazer a sua drag assim?

Sim, sempre quis ser um rosto assustador e toda pessoa assustadora no horror sempre teve uma máscara, logo, era algo que eu queria destacar se eu entrasse em Dragula novamente. Eu faria mais looks sem ela, mas sempre será minha coisa principal.

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1 Comment

1 Comment

  1. Fiore ΠΞ (@eednygma)

    26 de outubro de 2021 at 20:04

    Eu amo que antes da entrevista o Arthur tem o capricho de nos contar um pouco da vida das queens antes mesmo de se tornarem drags e isso faz toda a diferença.. a Monikkie mesmo achei que fosse só um monstrinho rebelde mas por baixo da mascara parece ser um amor de pessoa, adorei a entrevista 😉

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