Drag Race Brasil 1 | Resenha do episódio 10

Começamos o décimo episódio já no “dia seguinte” sem ver como as drags retornaram ao werk room logo após o double shantay e todo drama do nono episódio, após as drags dizerem quem queriam ver fora da corrida e tendo a melhor dublagem desta primeira temporada de Drag Race Brasil. Logo seguem no jogo o top 5 formado por Betina Polaroid, Hellena Malditta, Miranda Lebrão, Organzza e Shannon Skarlett o desafio da semana.

Norvina apareceu em vídeo para anunciar o desafio da semana, a linda é CEO da Anastasia Beverly Hills, patrocinadora master do show. Em português, a toda poderosa, anunciou o clássico makeover, desafio em que drags transformam convidados em suas filhas drag. E o tema dessa temporada são looks inspirados no carnaval brasileiro.

Contudo, quando Grag apresenta os super-fãs que serão transformados a conta não bate, pois são quatro boys para cinco rainhas. Então a solução foi chamar um integrante da equipe de produção para participar do desafio. Depois do sorteio das duplas no aquário da Grag, ela anunciou a categoria da semana: CARNAVAL MAKEOVER.

O momento em que as duplas interagem na sala de trabalhos é muito divertido. E é por isso que o desafio de makeover é o meu favorito. Adoro ver a troca das drags com seus parceiros: eles treinando andar com salto e ficando desengonçados; eles colocando perucas e tentando bater cabelo; eles chocados com a forma que a make muda suas aparências; batalha de desfiles entre as concorrentes. Eu amo essa energia gostosa de pura festa durante todo processo de transformação. E dou meus parabéns aos convidados do makeover que caíram de cabeça no desafio, tirando barbas e até sobrancelhas a fim de ajudar suas mães drags.

Vamos ao MAKEOVER e as minhas duplas favoritas em ordem decrescente.

Shannon e Sketch Skarlett, a dupla mais fraca, Shannon estava belíssima, mas Sketch não estava à sua altura, enquanto uma estava seminua a outra tinha roupa demais. Era perceptível que Sketch tinha certa dificuldade para se movimentar devido à sua falta de equilíbrio por uma condição de saúde, logo merece parabéns pelo esforço.

Miranda e Guxta Lebrão, achei um look preguiçoso e por mais que se esforçasse, Guxta parecia perdido no palco, mas também merece parabéns pelo esforço.

Betina Polaroid e Caetana Claquete, foi mediano, Betina linda de beija-flor azul, homenagem a sua escola de samba favorita, mas Caetana destoava bastante dela com seu look preto.

Hellena Malditta e Afrika Veneno, foi bom, mas parecia mais showgirl de Las Vegas do que carnaval. Basicamente, a versão de Malditta de como os gringos representam o carnaval brasileiro. E um detalhe, achei as duas a dupla mais desconectada ao desfilar no palco.

Organzza e Têene Tê, homenageando a escola de samba Mangueira, foi de longe a melhor dupla, que soube representar melhor nosso carnaval brasileiro ao incorporar um porta-bandeiras e uma rainha da bateria bem camp, bem glam. Ainda achei Miss TNT bem mafiosa, fingindo não saber usar salto alto na werk room para chegar no palco principal e não apenas fazer o melhor catwalk das convidadas, como ainda servir samba no pé usando salta alto. Incorporou perfeitamente o desafio.

Então quando Grag anunciou Organzza como a vitoriosa da semana achei super justo. Sabendo da dificuldade de criar uma semelhança na make, ela serviu uma maquiagem artística babadeira em seu parceiro. E os looks nos levaram para o sambódromo do Rio. Além disso TNT estava toda solta no palco, com samba no pé. A dupla que mais se divertiu e teve sua vitória merecida.

Após salvar Hellena e Betina, vimos Shannon e Miranda dublar Gueto de Iza. Foi a primeira vez que vimos Miranda dublar e a rainha serviu comédia, enquanto Shannon sentiu mais a vibe da música, o que me fez curtir mais sua dublagem. Porém como já estava em sua terceira dublagem, acredito que isso pesou na decisão de Grag ao salvar Miranda e declará-la a última finalista da temporada. Shannon levou sashay away e foi a eliminação que mais me doeu, pois Skarlett foi o carisma em pessoa da temporada, a grande personalidade desses dez episódios. Desejo todo sucesso para ela, espero que o mundo a abrace, pois Drag Race Brasil foi apenas o começo de sua dominação mundial.

DESAQUENDANDO AS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Competir em Drag Race não é uma experiência leve, percebemos isso já no início do episódio com as drags estampando no rosto e postura toda exaustão dessa corrida louca.

Muito boa as dicas de make de Koichi Sonora, maquiadora de Grag Queen, para as rainhas. Koichi já pode aparecer na segunda temporada como jurada convidada.

Conforme interagiam com as drags, fica evidente que os “super-fãs” não são tão “super” assim. A impressão que ficou foi que a produção abriu um app de pegação na sala de trabalhos e chamou os brasileiros que estavam mais pertos, na Colômbia obviamente, mas está tudo bem, o que vale é a intenção.

Muito importante a fala da filha drag de Shannon, sobre ser uma pessoa que vive com HIV, que no passado ficou tão doente que só descobriu a infecção quando já estava bem avançada, era AIDS. Mas após vários tratamentos se tornou indetectável e atualmente leva uma vida normal. Esse papel educativo do show é essencial para desmistificar todo preconceito em torno de pessoas que vivem com HIV. Pois atualmente o que mais mata é o estigma social, pois a IST tem tratamento gratuito pelo SUS.

Amei a participação especial de Dallas De Vill no makeover.

E a filha da Hellena, que homão lindo!

Esse episódio merece 4 coroas, Shannon merecia top 4.

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