Neste artigo você encontra:
Introdução: Brasil feat Tailândia Procurada e encontrada: Katy Killer O que aconteceu antes da rainha nascer? Transexualidade Drag Race Thailand temporada 2 Episódio 1: Re-Born This Way Episódio 2: Under The Rainbow Episódio 3: Thai Beauty Conclusão: um pouco mais de Katy Killer |
Introdução: Brasil feat Tailândia
No último dia 21 de dezembro de 2021, por meio do bate-papo do Instagram, mandei, em inglês, a seguinte mensagem para ela: “Sawatdi, Katy Killer. Como você está hoje? Boa tarde!”
Também me apresentei, falei da Draglicious e que estava produzindo um artigo especial. Para tal, precisava falar com ela para a feitura do mesmo.
As mensagens acima representam o começo de uma jornada na qual o objetivo final é reapresentar determinada drag queen para a base de fãs brasileira.
Outras tentativas de contato foram feitas no dia 23 do mesmo mês, assim como em 4 de janeiro deste ano; e nos dias 18, 19 e 25 de abril, quando finalmente consegui o sim que eu queria.
E é aqui que tudo começa.
Procurada e encontrada: Katy Killer
Antes que eu terminasse de fazer a minha primeira pergunta, Katy Killer me informou que estava a caminho do hospital: “Hoje eu vou para a cirurgia nos peitos“, conta.
A mamoplastia, que consiste também na colocação de próteses de silicone nos seios, é um processo recorrente na comunidade transexual, a qual Katy, atualmente, faz parte. Antes, na época da 2° temporada de Drag Race Thailand, ela era o G de LGBTQIAP+.
E já que estamos falando do spin-off tailandês de RuPaul’s Drag Race, indaguei Katy sobre o retorno da franquia em 2022, curioso para saber suas expectativas e se ela gostaria de ver alguém em especial no elenco da 3° edição.
Em seguida, recebi a seguinte resposta de Katy: “Acho que não tem a temporada 3 de Drag Race Thailand”. Depois do espanto, me recompus e afirmei que fora anunciado na imprensa que o programa retornaria no primeiro semestre deste ano.
Katy reforçou sua fala e acrescentou: “Porque ainda não ouvi a notícia”. Lamentei e fiquei de verificar novamente, mas antes perguntei sobre a vida depois do show, se estava melhor ou pior.
“Penso que depois do fim da temporada 2 não tem nenhum efeito porque na Tailândia não há muito apoio da mídia. E as pessoas ainda não entendem o suficiente sobre ser drag queen“, diz.
Então, Dragliciosa, agora você já sabe que precisamos ir a fundo na biografia de Katy para descobrirmos melhor quem ela é como pessoa e artista, certo?
O que aconteceu antes da rainha nascer?
Aos 27 anos, Katy nasceu em 11 de setembro de 1994 com o nome de batismo Apidech Rachchompu.
Nascida e criada em Bancoque, ela estudou na maior universidade pública da Tailândia, a Ramkhamhaeng University. Dentro da instituição ela debruçou-se na Faculdade de Belas Artes e Artes Aplicadas.
Tia de Posawat Jirawutworanat, Katy também trabalhou, em 2016, como cabelereira, no Woo K Hair Salon, um salão reconhecido internacionalmente em concursos, com prêmios na Espanha, por exemplo.
No mesmo ano Katy viaja para a Coreia do Sul em 17 de outubro. Alguns anos depois, ela arruma as malas em direção ao Japão, sem prever, obviamente, que logo, logo sua resiliência seria severamente testada.
O pai de Katy, Rajchomphu, enfrentou uma batalha contra o câncer no fígado, que incluía um tratamento caro e muitos remédios, mas infelizmente faleceu em 15 de fevereiro de 2020, aos 61 anos.
Ainda em 2020, porém em agosto, Katy, uma amante da natureza, vale lembrar, montou a própria mãe em drag. O esclarecimento dela combina com o pensamento da filha sobre um assunto pertinente na comunidade LGBTQIAP+:
“O casamento entre pessoas do mesmo sexo é algo que todos os gêneros merecem e são iguais, porque somos as mesmas pessoas. Nenhum gênero é maior. Não há tom de pele inferior e nenhuma religião é melhor do que qualquer outra religião porque tudo, tudo é igual“, compartilhou no Twitter.
Mesmo assim, compartilhando o milagre da montação em dupla, já faz 2 anos que mãe e filha não se falam. O namorado de Katy, com quem ela está há 7 anos, representa uma base de apoio, até mesmo porque seria importante demais em seu próximo passo.
Transexualidade
Em 29 de janeiro deste ano Katy revelou que tinha começado suas cirurgias de feminização facial. Mais tarde, em 18 de fevereiro, compartilhou no Facebook sobre outra intervenção:
“Vou para a cama para uma cirurgia nos olhos amanhã. Estou secretamente com medo“.
Seguindo em frente, no dia 12 de março ela anunciou sua identificação como mulher transexual. A mudança trouxe desconfortos causados pelas alterações corporais, afetando inclusive a qualidade do seu sono.
O efeito colateral, no entanto, não é suficiente para barrar a mulher que Katy é. Para os seios ela ficou em dúvida entre 275cc e 300cc de silicone. Sua vontade era optar pela última opção, mas…
O médico confirmou que problemas surgiriam no futuro, então, vamos de 275cc de silicone e Kandy Zyanide, da 2° temporada de Drag Race Thailand, aconselhando que a irmã tome bastante suco de uva depois do implante.
Aliás, vamos falar do programa que elas viveram juntas?
Drag Race Thailand temporada 2
3° a entrar na sala de trabalho, Katy é recebida por Miss GimHuay e Mocha Diva. Após soltar um singelo ‘Hey Guys‘ em sua apresentação, ela emenda assim:
“Olá, olá, olá. Sou Katy Killer, tenho 24 anos e trabalho na Woo K Hair Salon, campeão mundial de competições de cabelo. Meu estilo é bem colorido, meu cabelo sempre será o maior de todo o show e sou a mais feroz aqui daqui“.
Na sequência, Miss GimHuay fala: “Me perdoe, mas isto aí é uma peruca ou um tsnumai?”
Katy retruca: “Isso me deixou chocada“. GimHuay repete a pergunta e a rainha finaliza com: “E esse afronte? Posso te bater com meu cabelo“. Não satisfeita, a outra rebate: “Daí eu vou morrer. Olha o tamanho disso, irmã“.
Maya B’Haro chega e joga um shade para Katy e diz: “Ela não é exatamente bonita, nem fashion. A única coisa que ficou boa nela é aquele cabelão“.
Corta para Katy no confessionário, fora do drag: “Tô nem aí“.
Momentos depois, a participação em vídeo de Art Arya deixa Katy apreensiva: “Tô confusa com a mensagem dela. Renascer? Morrer? Estou perdidinha“.
Episódio 1: Re-Born This Way
No maxi desafio, a sessão de fotos Re-Born This Way, Katy é a antepenúltima a fazê-lo. “É um banquete de Katoeys. Todas as rainhas da 1° temporada estão me jogando coisas. Tô recebendo pétalas de todos os lados“.
Após executar a tarefa, entre comentários que Katy parecia um furby gay, Sura Pui, o fotógrafo, reconheceu o trabalho dela: “É uma das fotos que eu gostei bastante“.
Para Art Arya, o resultado foi incontestável:
“Tenho que comentar esta foto porque Katy Killer foi hábil em compor ela mesma na foto, de forma bem diferente das demais. Consegui sentir que ela de fato saiu de sua cova e sobreviveu“.
Como é previsível, Katy ganhou, mas em companhia de Angele Anang. “Eu arrasei com elas! Ops, com o desafio“. O mesmo aconteceria na passarela? Veremos, Dragliciosa!
Desafiada a servir uma roupa na temática criança de 10 anos e outra como Mama Queen de 60, Katy teve apenas 1 dia para criar dois looks diferentes.
4° a entrar na runway, ela se vendeu de forma curiosa, revelando seu passado: “Meu conceito para o look de uma criança de 10 anos é quando eu costumava visitar festivais no Dia das Crianças e via todas as crianças usando roupas coloridas e de unicórnios que eu jamais pude usar“.
Em uma de suas críticas, Perry Kantana ponderou que: “Normalmente não vou com a cara de coisas coloridas, mas o que vi faz sentido“.
Para o 2° look, Katy explicou que o seu ‘conceito era ser velha sem ser de fato velha, ainda sendo fashion’. Comentários mistos surgiram da bancada de jurados, como: “Ela parecia melhor com a capa”; “Eu não entendi“.
Art Arya também não entendeu a proposta servida e fez questão de deixar bem claro o motivo:
“É difícil de acreditar, Katy Killer, que você esteve no top 2 e agora que você está no bottom 4. Houveram tantas perguntas depois que você entrou com esse look na passarela. Houveram tantas coisas acontecendo que nos perguntamos sobre o nível de gosto da Katy Killer, ou o gosto da Katy Killer é esse, faltando o bom gosto“.
Obviamente, a rainha não reagiu bem: “O que eu vou fazer? Não quero dublar, não posso“.
A própria apresentadora responde: “Não nos desaponte de novo. Você está salva“.
Episódio 2: Under The Rainbow
“Nesta semana ainda me sinto otimista ao entrar na sala de trabalho, ainda sinto como se estivesse no paraíso“, Katy anuncia.
Após lamentar a eliminação de M Stranger Fox, a qual considerava uma candidata forte, uma drag feroz, Katy foi a 9° a fazer o maxi desafio, uma sessão de fotos com pó colorido.
“Entrei no local e imediatamente entendi tudo. Ah, as cores, vestido branco. Mas e o meu cabelo? Meu cabelo! Tenho uma cara em cada canto pra jogarem pó em mim“.
Durante o desafio, Katy continuou compartilhando suas impressões: “Não tô sentindo nenhum tipo de pressão, só estou posando das maneiras onde ficarei mais bonita, mas até parece que meu vestido está contra mim. Foi minha culpa, escolhi o vestido errado“.
Instantes depois, em uma conversa na sala de trabalho com Kandy Zyanide e Kana Warrior, Katy levanta uma pauta necessária:
“Vocês souberam sobre transgêneros entrando na política este ano? Um deles é a minha amiga, Firsty. Ela está lutando para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo”.
Angele Anang surge e complementa: “Não só casamento, passaportes também. Passaportes para trans“. Katy comenta que ‘temos que agradecer a todos que vieram antes de nós e lutaram por nós‘.