Se quando você se depara com o nome Roberto Carlos a sua mente lhe leva direto apenas ao célebre cantor e compositor brasileiro, lamento informar: atualizar-se é preciso, portanto, continue comigo nesta edição exclusiva de hoje da Who’s That Queen?
Roberto Carlos González veio ao mundo no dia primeiro de fevereiro de 1988, no município de Caguas, fundado no ano de 1775, em Porto Rico. Em 2003, aos 15 anos, começa a fazer o ensino médio na Escuela Superior José Gautier Benítez, o qual conclui em 2006, mesma época na qual entra na University of Puerto Rico – Rho Piedras Campus, onde se aprofundou, entre outros assuntos, no drama.
Em 2012 Roberto prossegue com a vida acadêmica, formando-se na faculdade e iniciando um novo caminho para si: o centro de coaching porto-riquenho Siente Y Vive, local onde prestou serviço comunitário e estudou sobre liderança no programa Escuela de Vida, Taller y Programa de Liderazco, além de aprender sobre atuação, um caminho que nos leva ao próximo tópico relevante de sua vida.
Como drag queen, quero dizer, como Rochelle Mon Chéri, ele conseguiu ser nomeado Queer Idol Krash, em 2007; Miss San Juan Universo Latina USA Plus (2008) e Miss Krash Puerto Rico (2010). Estas experiências seriam determinantes para o futuro, veja só.
Atualmente consultor de cores e maquiador artístico da Sephora, Roberto deu start nesta carreira em 25 de outubro de 2014, em San Juan, Porto Rico, mesma fase na qual registrou, ao lado de sua irmã drag April Carrión, da sexta temporada de RuPaul’s Drag Race, uma participação no documentário Mala Mala.
Tudo isto é uma boa prévia do que viria na sequência, em março de 2017, quando debuta como drag queen do Polo Norte Gay Lounge. Neste bar gay ele fica até novembro. “Sou um homem poderoso que manifesta minha visão de inspiração e luz ao mundo através da minha arte”, diz nas redes sociais.
Sendo assim, é completamente natural a existência de sua drag. É através dela que ele performa como pin-up, atriz, cantora, modelo, apresentadora, dançarina e estrela vintage que, inclusive, emplacou, todas às sextas-feiras, o espetáculo Rochelle Mon Chéri Hall of Fame.
“Meu propósito de vida é ser, amar, servir, inspirar, sonhar e transcender… Impactando o maior número possível de seres no mundo com minha essência, talento e energia”, afirma, no Facebook.
Suas palavras surtiram efeito porque Rochelle foi parar no elenco da segunda temporada de The Switch Drag Race: Desafío Mundial, na semana seis, no episódio 16, exibido em 30 de maio de 2018. Nele ela é inserida no jogo com pompa, pois como nova concorrente é a líder da equipe Divas, formada também por Gia Gunn, Pavel Arámbula, Fernanda Brown e Luz Violeta.
Dando prosseguimento, Rochelle nomeia Leona Winter para o mesmo posto, no time Rainha, e vai mais à fundo, pois ganha imunidade para a eliminação e um vestiário exclusivo para fechar o pacote de entrada em grande estilo, não é mesmo?
Com uma vitória a tiracolo, esta rainha chega a sétima semana, entretanto, o episódio 21, de oito de junho, vira sua despedida deste reality show, afinal, ela canta Firework, de Katy Perry, na Gala de Canto, recebe míseros 14 pontos, empata com Gia Gunn na lanterna e o júri decide enviá-la para o duelo eliminatório depois de não comprar sua imitação da cantora americana.
Findando este episódio, Leona indica Sofía Camará para a eliminação que, com sua interpretação de Como Toda Mujer, de María Marta Serra Lima, manda Rochelle para casa com sua versão de Pegate, do astro Ricky Martín. “Meninas: se lembrem de sempre dar propósito à nossa arte e que sonhar é o que nos mantém vivas. Obrigada!!!”, disse em sua mensagem de despedida que talvez tenha sido precoce?
Apropriadamente intitulado como Repechage, o episódio 22, disponível em 13 de junho, trouxe de volta todas as eliminadas, menos Pakita. Aqui as drags tiveram que representar cantores e dublar em duplas. Rochelle ficou com Sofía Camará e fez lip sync da música Provócame, do cantor porto-riquenho Chayanne. Na companhia de Diva Houston e Arianda Sodi, retorna para o programa, na equipe Rainha, com Kandy Ho’, Gia Gunn, Pavel Arámbula e Diva Houston.
Com esta bagagem, Rochelle alcança a segunda semifinal, no episódio 30, originalmente transmitido em oito de julho. Como primeiro desafio principal, a tarefa consistia em representar dois cantores, um homem e uma mulher. Ela opta por Madonna e Justin Timberlake na faixa 4 Minutes e ainda viria uma performance inspirada no musical Chicago.
Nas duas piores com Pavel, Rochelle canta Talento de Televisión (Willie Cruz) e mesmo assim não fora o suficiente para mantê-la no programa, lhe restando sair dele com a sétima posição. Hoje, radicada em Orlando, na Flórida, mais de três anos se passaram desde que tudo isto que eu relatei aconteceu, logo, o que a sensação latina tem a dizer a respeito? É o que você descobre logo abaixo, na íntegra, na nossa entrevista. Confira!
Você é de Porto Rico. Imagine que eu sou um grande produtor e vou lançar um festival onde posso convidar drags de Porto Rico. Por que eu deveria contratá-las?
Porque somos mágicas! Temos um sabor caribenho, somos elogiosas, somos a festa, picantes e divertidas, e isso é algo muito especial. Há tanto talento de um lugar muito pequeno. Artistas porto-riquenhos sempre se destacam na forma de arte drag também. Temos uma cultura incrível e uma herança mista de nativos taínos, espanhol e africano que tornam nossa estética muito exótica e bonita, que é muito única. Além disso, temos essa energia, a personalidade, o talento. Tudo… É mágico.
Rochelle, The Switch Drag Race é a primeira versão internacional de RuPaul’s Drag Race, mas infelizmente as Rugirls dele não são tão conhecidas quanto as americanas. O que causa isto?
Acho que Drag Race é um programa muito grande. As pessoas assistem ao programa de muitos países ao redor do mundo. O Switch ainda não teve nenhuma exposição como essa. Apenas transmissão local no Chile e alguns episódios no YouTube. Eu também acho que a imagem da Ru em qualquer um desses programas é muito importante, infelizmente essa imagem não faz parte do Switch.
Você entrou no The Switch Drag Race: Desafío Mundial no episódio 16. Como foi o processo de inscrição para você e sua entrada no programa?
Sou muito conhecida em Porto Rico pela minha drag. Então os produtores do Switch me convidaram para o programa desde o início e isso foi uma grande honra para mim porque havia algumas rainhas que fizeram o processo de casting. Infelizmente recusei a oferta porque estava trabalhando em outro projeto. Mas semanas depois eles disseram que têm um local de entrada tarde para mim e eu peguei e fiz o meu. Eu me senti honrada e aproveitei a oportunidade o máximo que pude.
O The Switch Drag Race não terá uma terceira temporada. Por que isto realmente deveria acontecer?
Eles deveriam, na verdade. Foi um programa de TV muito aberto para uma cultura muito machista no Chile e eu acho que essa é a principal razão pela qual eles não estão fazendo isso novamente. Eles precisam continuar trabalhando nesse tipo de educação para uma sociedade que precisa continuar trabalhando em sua expansão da conscientização.
Quando você se lembra da sua temporada, quais são, por ordem de importância, os seus três momentos favoritos no programa?