Ela chegou muito perto do título de Primeira Drag Superstar da Holanda. Suas unhas postiças estavam sedentas para tocar a coroa, porém, após dublar “Born This Way”, de Lady Gaga, contra Envy Peru, Janey Jacké despediu-se da primeira temporada de Drag Race Holland com um honroso segundo lugar.
Nesta versão do programa de RuPaul, Janey conseguiu registrar uma participação à altura do seu nível de competitividade: logo na estreia, “Land of The Queens”, em 17 de setembro, ela garantiu o primeiro win da história do show ao servir um look de abelha-rainha na passarela.
No sétimo dos oito episódios, o último competitivo, com um tango memorável, Janey vence “Maxima – The Rusical”. Não podemos dizer que ela não saiu entrando e vencendo a season, certo? Mas tem mais.
Conforme a competição avançava, mesmo quando fora apenas “safe”, Janey mostrou-se notável, seja com seu “Miss Holland Look”, na terceira semana, com efeito aquático proporcionado por uma tecnologia utilizada, inclusive, em Dubai; ou o imponente vestido da passarela “Shine Bright Like a Diamond”.
No Snatch Game, para sua caracterização da cantora pop holandesa Anny Schilder, Janey utilizou, curiosamente, um vestido tradicional em Volendam, uma vila de pescadores fundada no século XIV. Nela nasceu, no dia nove de abril de 1992, Justin Mooijer, o criador da Janey Jacké, drag queen atualmente com dez anos de carreira. Mas como foi a jornada até este ponto?
Antes de entrar para o mundo drag, Justin trabalhava em um segmento totalmente diferente: a indústria da hospitalidade, com ênfase no setor de luxo, como hotéis cinco estrelas e restaurantes do guia Michelin. Para exercer esta profissão, estudara, no ensino médio e faculdade, no Hubertus Vakschool, escola famosa atuante no ramo de hospitalidade, turismo, pão e banquete em Amsterdã.
Sua mãe, Petra Smit, ainda vive em Volendam, local no qual trabalha com tecnologia de cuidados domiciliares na casa de repouso Evean. Apesar de ter quatro filhos, somente Justin virou drag queen. Pelo menos até agora.
Como é de conhecimento público, Petra não tem problema algum com a profissão de Justin, como mostrado no episódio do makeover. O apoio visto ali é real e fundamental para esta pessoa que se montou pela primeira vez aos 16 anos, em uma festa de amigos.
Aos 18 anos, em 2010, inicia sua carreira como drag. Miss YogY, ‘a semi-chique e mais colorida drag queen dos Países Baixos’, é sua mãe drag.
Em 2013, ainda ‘Baby Janey’, ganha o concurso internacional “Miss Fish”, vencido em 2017 por, veja só, Envy Peru, a qual ela viu começar como drag. Além dela, Janey também já conhecia Miss Abby OMG e era amiga de Sederginne, por exemplo. Semelhante ao seu círculo social é sua agenda de shows.
De lá pra cá, países como Estados Unidos, Espanha e Grécia receberam apresentações de Janey. Tudo isto lhe ajudou muito ao encarar a primeira season de Drag Race Holland, programa no qual gostaria de ver Miss Reggy B na segunda temporada, ainda não anunciada oficialmente.
Mas antes de falarmos sobre futuro, voltemos ao presente com a convidada de honra desta edição da Who’s That Queen?: Janey Jacké, direto de Amsterdã, sua cidade atual, para a Draglicious. Confira:
Já se passaram dois meses desde o fim da primeira temporada de Drag Race Holland. Como foi sua chegada à família RuGirl?
Tem sido incrível e ainda é! Eu tenho recebido muito amor da família RuGirl. Mal posso esperar para conhecer tantas garotas quando começarmos a voar para os EUA, Canadá, Reino Unido.
Quando você olha para suas passarelas em Drag Race Holland, quais são seus momentos favoritos, aqueles que você pensa, cheia de orgulho: “Deus, aqui eu mostrei quem Janey realmente é”?
O look “Queen B” do primeiro episódio foi realmente um novo nível Janey onde eu mesma fiquei passada. Eu gosto muito disso ainda todos os dias! O visual da semelhança familiar é verdadeiramente Janey, mas também os visuais de drag rápido para o trabalho e os desafios de vogue.
Quais foram os três conselhos que Miss YogY, sua mãe drag lhe deu, e você levou para a vida toda?
- Sempre mais maquiagem. Mais, mais, mais.
- Continue se desafiando.
- Se edite. Realmente olhe para fotos e vídeos para aprender.
O que você tem a dizer para as pessoas que são preconceituosas com mulheres que fazem drag? Como explicar esse ódio gratuito?
Quero dizer, eu não entendo o ódio contra mulheres que fazem drag. É uma forma de arte que joga com gênero, então basicamente você pode ser o que e quem quiser ser. E também, eles adoram quando eu faço uma fantasia completa de mulher, mas eles não gostam de uma mulher real se vestindo. Isso é confuso para mim. Viva e deixe viver.
Você tem feito drag por dez anos na Holanda. Sabemos que fazer drag é caro, mas quão caro é fazê-lo aí? Quais são as dificuldades da drag queen que vive em Amsterdã?