A campeã da S11 de RuPaul’s Drag Race, Yvie Oddly, em junho havia feito um longo desabafo sobre como é ser uma rainha pobre, mesmo tendo vencido o programa e como isso impactou nas suas escolhas de figurino para a DragCon 2019.
Com a estréia de RuPaul’s Drag Race Vegas Revue, a rainha aproveitou para falar mais uma vez sobre o caso, que foi trazido à tona por conta de uma passagem do novo livro de Katya com Trixie, em que Katya critica negativamente às escolhas da campeã.
No vídeo que pode ser assistido a seguir, Yvie fala como as drags brancas do show tem muito mais oportunidades pós competição do que as rainhas pretas, expondo que muito disso vem do grande número de seguidores que as drags brancas possuem em suas redes sociais, bem superior as queens de outras etnias. Yvie pontua que a crítica da drag “russa” foi boa para abrir o diálogo e assim ela pôde se manifestar, mais para os fãs do que para a própria Katya. Oddly afirma que se Katya quiser ela está aberta pra conversar sobre porque uma rainha branca decidiu dedicar trechos de seu livro para falar que a arte drag de uma rainha preta é um lixo. Mas que Katya talvez não esteja pronta para falar de seu privilégio branco, afinal tem o dobro de seguidores de Yvie (2 milhões no Insta), além de muito mais agendamentos para eventos. Yvie então conclui que se Katya tinha algo contra sua arte que o fizesse numa conversa particular e não jogasse em um livro, e por isso os fãs mereciam saber sua perspectiva do assunto, pois ficou calada durante um ano, enquanto recebia ataques racistas e ameaças de morte. Mas que sendo uma representante do show, ela precisava falar contra tais discursos de ódio e apontar como é injusto a forma que o fandom percebe e desmerece não somente a arte dela, mas das demais rainhas racializadas do show.
Já Naomi diz que as críticas de Katya não são necessariamente a partir de uma visão racista, mas sobre o que se é esperado de uma drag campeã ao se apresentar para o grande público da DragCon. Contudo, Smalls acredita que a opinião de Katya poderia ser dita em outra plataforma, tipo como comentário em publicação de mídia social e não impressa em um livro.
A seguir confira o que Katya declarou e foi publicado no livro.
Katya: Eu fiquei bem chateada e com raiva sobre algo…
Trixie: Exponha ela! Quem foi?
Katya: Yvie Oddly. Eu vi algumas fotos dela na DragCon 2019 e pensei comigo mesma, Jesus Cristo… essa é uma campeã, certo, ela está tipo no ano de seu reinado.
Trixie: Então ela tem grana, e Katya não, então ela pode falar merda.
Katya: Não é necessariamente sobre ter dinheiro. É o fator prestígio, que você foi coroada, e esta é a rainha do castelo durante um ano. Então tipo, tem uma pressão…
Trixie: Não é apenas pressão, mas tipo, ao ganhar você firma um contrato verbal de trazer honra para todos nós.
Katya: Represente a marca! Carregue a tocha por um ano! Mas se você está firmemente estabelecida com uma estética, tudo que você tem que fazer é polir um pouco ou apresentar o seu melhor. O nível foi elevado. Mas ela foi na direção oposta e pareceu tipo… que ela estava caçoado. Por um lado eu não ligo, porque fazer drag por si só já é fazer chacota. Mas em contrapartida, você apenas parece um pote de guacamole com cílios. Você parece com alguém que fez merda e fugiu. Entende o que digo?
A seguir confira a resposta de Yvie, publicada em seu twitter em 14 de julho de 2020.
“Alguém me enviou a passagem em que Katya falou merda dos meus looks na DragCon NY e eu tenho o seguinte a dizer: Eu não discordo dela. Eu não sou cega… Eu tenho olhos (críticos) e sei que aqueles looks não me valorizavam, especialmente pelo que se é esperado de uma campeã… mas…
Este é o ponto. Dois deles era um ‘foda-se’ para o mundo, porque eu já estava fazendo turnê há cinco meses sem parar e tinha sido coroada há três meses, mas os fãs (e um número de drags que vão no embalo) já estavam putos comigo por
A. Vencer a competidora(s) PERFEITA
B. (Sem educação) impor barreiras para minha própria saúde física e mental
E o mais insano de todos
C. Não evoluir imediatamente para mostrar apenas o melhor lado de mim.
Então lá vai minha perspectiva do C: