Neste artigo você encontra:
Introdução: Prazer, Sensação Global, Gingzilla O criador por trás da criatura, Benjamin Hudson Se descobrindo como o G de LGBTQIA+ Vivências pelo mundo Fazer drag ou não fazer, eis a questão O princípio como Gingzilla e o nome drag Trabalhos importantes como rainha The X Factor UK 15° edição America’s Got Talent 14° edição Queen of The Universe This is Me (Part 1) Turn Back Time Duets Sua monstra preferida é a Gingzilla Monstra glamourosa no Brasil? Sim, temos Conclusão: faça uma drag feliz com gorjeta/tip Entrevista |
Introdução: Prazer, Sensação Global, Gingzilla
Afamada na época da antiguidade clássica pela exportação de mármore, a ilha grega de Paros localiza-se no Mar Egeu central e serviu como morada para Gingzilla de 2019 à 2021.
Segundo a própria conta, é um lugar mágico.
Mas espera aí, não é assim que este artigo começa.
Vamos tentar de novo.
O criador por trás da criatura, Benjamin Hudson
Benjamin Hudson nasceu em uma das maiores cidades da Austrália, Sydney, New South Wales, em 13 de fevereiro de 1986.
Filho de Margaret e Graeme Hudson, tem 3 irmãs e, ao lado do apoio e amor maternal, foi criado por 1 pai solidário em um ambiente predominantemente feminino.
Esta torcida faria a diferença em seus primeiros anos de existência.
Se descobrindo como o G de LGBTQIA+
Segundo Benjamin já contou à imprensa, a descoberta da homossexualidade veio junto com sua capacidade de raciocinar.
Então, em 1988, ao assistir a série televisiva The Wonder Years, aqui no Brasil conhecida como Anos Incríveis, e Sarah Jessica Parker em Sex and the City, apenas lhe reconfirmou o óbvio: ele era gay.
Enquanto crescia em Baulkham Hills, um subúrbio no distrito de Hills, antigamente conhecido como Cinturão Bíblico de Sydney, Benjamin era o único gay da região, logo, vivia acuado pelos meninos preconceituosos do colégio.
Benjamin chegou a fantasiar com Troy, um de seus professores do 3° ano do ensino médio, entretanto, devido à falta de representatividade LGBTQIA+, acabava se sentindo preterido nas questões amorosas, afinal, era sempre a madrinha do casamento, e nunca a noiva.
Mas as coisas mudariam em breve.
Assim, dividido entre o marasmo e a tranquilidade do local onde vivia, quebrado apenas pelo shopping center local e o bullying escolar, Benjamin inicia uma jornada inquieta.
Esta fase é marcada sabe pelo quê?
Empoderamento e autoaceitação, incentivado pela amorosidade de sua família, toda radicada na Austrália, por sinal.
Vivências pelo mundo
É neste país que ele estuda em uma escola de artes cênicas e tempos depois, no final de 2015, se muda para Londres, onde matricula-se numa escola para palhaços.
No Reino Unido, Benjamin, que sempre prezou por vestir-se bem e colocar aquele algo a mais em suas produções, nem desconfiava que teria a oportunidade de começar do zero e reinventar-se.
Fazer drag ou não fazer, eis a questão
Com um amigo, Benjamin discorreu sobre drag queens e como ambos queriam experimentar qual era a sensação de estar montado.
Papo vai, papo vem, após alguns meses, ele é informado da competição LIPSYNC1000, realizada no pub gay The Glory, em East London.
Benjamin, que até então nunca havia imaginado fazer drag, entrou no concurso e sua parceira e fiel escudeira, a drag queen Cazeleon, não.
Ela ainda lhe deu a dica de outro certame e, entre as primeiras mechas de gengibre, mais uma pessoa acabara sendo rendida ao poder daquela que atende por arte drag.
O princípio como Gingzilla e o nome drag
Diva de Down Under, Gingzilla é um monstro glamoroso de 2,10 de altura.
Ela se reconhece como uma pessoa não-binária e entre seu trajeto rumo ao posto de sensação global chegou a criar a maioria de suas roupas, maquiando-se com maquiagem de palhaço nos primórdios da carreira.
E é sobre este tópico que falaremos agora.
Nomeada com o jogo de palavras que mistura gengibre e Godzilla, Gingzilla era pintada por Herr The Queen.
Enquanto dava seus primeiros passos como rainha, aprendeu sobre este mundo no YouTube, o que a levou a treinar na frente do espelho por horas para aperfeiçoar seu lado maquiadora e os looks, claro.
Trabalhos importantes como rainha
Indo à frente, em 2017, Gingzilla passa a trabalhar na portaria da Cirque Le Soir, o seu verdadeiro começo como drag, apesar de ter participado, em 2014, do concurso internacional Cabaret Your Theatrics.
Enquanto fazia seu nome, Gingzilla fisgou o Reino Unido com o show esgotado The Gingzilla: Glamonster versus The World.
A sinceridade do que é visto em cena, um raio-x de sua persona drag, centrado na personagem que é sufocada pela caretice da sociedade e pelos desmandos do patriarcado, foi bem recebido pelo público.
A plateia comprou a história do ser humano que, cansado de ser os outros, rebela-se contra o ideal de beleza e abraça sua porção monstro. Sem pedir desculpa por isso.
Frutífera, esta empreitada desdobrou-se e descambou em um êxito internacional, com um convite para apresentar-se, sozinha, no Festival Fringe de Edimburgo, o maior de artes em âmbito mundial.
E veja só, tem mais.
Premiada, Gingzilla é animadora de teatro, artista performática, dançarina, apresentadora e cantora.
Como tal, ao microfone, já participou de diversas competições, algo que se tornaria uma constante em sua carreira, como veremos a seguir.
The X Factor UK 15° edição
Então radicada em Londres, na Inglaterra (Reino Unido), Gingzilla participou da 15° temporada do The X Factor UK, em 2018.
Cantando Seven Nation Army (The White Strips) ela recebeu 4 votos dos jurados que a impressionaram de forma semelhante as críticas de Simon Cowell e a investida do cantor Robbie Williams.
O cantor disse ter ficado deliciosamente confuso com ela:
“Robbie, querido, vou ser tão diferente que você não saberá o que atingiu você”.
Quando questionada se toparia um 2° round, Gingzilla revelou que tranquilamente se apresentaria novamente para 15.000 pessoas no estádio de Wembley.
Bom, na dúvida, sua próxima participação em uma competição de TV logo bateria a sua porta.
America’s Got Talent 14° edição
Em 2019, Gingzilla entrou na 14° edição do America’s Got Talent, reality show no qual registrou uma audição viralizada, com sua apropriada versão da música She’s a Lady, de Tom Jones.
Após sua performance, veio o sim de Simon Cowell (ele novamente), Julianne Hough, Gabrielle Union e Howie Mandel.
Aprovada para a próxima fase, ela tem seu futuro nas mãos do corte dos jurados.
Será que eles apreciaram sua releitura de Material Girl, da Madonna?
Infelizmente não e Gingzilla foi cortada do jogo, porém, sabemos que perder é o novo ganhar, concorda comigo, caro leitor?
Queen of The Universe
Seguindo esta máxima, Gingzilla entrou no elenco de Queen of The Universe, competição drag centrada integralmente no canto, a 1° do gênero.
Transmitida a partir do dia 2 de dezembro de 2021 pela Paramount+ com produção da World of Wonder, conta com a apresentação do amigo esquilo Graham Norton.
Com 14 rainhas na disputa, as drags foram julgadas, semana após semana, por Michelle Visage, Trixie Mattel, Leona Lewis e Vanessa Williams.
Elas são as responsáveis pela coroação da próxima rainha do universo que, vale lembrar, poderá chorar em cima do prêmio de 250 mil dólares.
This is Me (Part 1)
E assim foi em This is Me (Part 1), o 1° episódio.
2° candidata a ser apresentada a plateia e 6° a cantar, neste caso, Human, de Rag’n’Bone Man, ela realmente fez jus ao desafio da noite: apresentar uma roupa e música que mostrem quem você é.
Afinal, Gingzilla viveu para arrasar na semana seguinte, não sem antes falar sobre este assunto no Instagram.
“Muito obrigada pela resposta avassaladora à minha primeira performance no Queen of the Universe. Muitos de vocês mencionaram como eu os afetei de uma forma profunda. Que minha voz chegou às profundezas do seu ser. Por trás de toda deusa há um incrível sistema de apoio. Muito crédito a ser pago a minha incrível treinadora vocal / espiritual, Deonna Marie”.
E complementou:
“Nos últimos 2 anos ela me guiou através do meu despertar montanhoso e me ensinou a usar meu instrumento para tocar do núcleo interno / luz da minha alma. Obrigada, Deonna, você é um anjo mágico da deusa e eu sou abençoada por tê-la conhecido!!! Se você precisa de orientação, apoio ou o dom de sua voz ser libertada, Deonna é a única”.
Turn Back Time
Passada a estreia, Gingzilla aparece rapidamente no episódio 2, que apresenta o restante das rainhas, para enfim retornar definitivamente em Turn Back Time, a 3° semana competitiva.
Incumbidas de voltar no tempo, as rainhas tiveram que servir uma roupa e uma música de uma época que marcou suas vidas, com um pequeno adendo…
O público escolherá as drags que seguirão adiante, neste pacote, Gingzilla inclusa porque sua versão de Believe, clássico de Cher, arrebatou as pessoas e garantiu sua permanência na competição.
8° rainha a entrar em cena, e de novo a penúltima da noite, Gingzilla se inspirou em Psiquê, deusa grega da alma, para este momento:
“Tão grata a Misty Couture e Tina, a designer alemã genderqueering, por este belo look, e Da House of Phalanges pelas unhas”, disse nas redes sociais.
Duets
Em seguida, Gingzilla chega ao 4° episódio, Duets, com participações especiais de Leland e Tori Kelly.
Aqui ela precisa criar uma dupla para convencer o “Painel Diva Pop” de jurados.
Emparelhada com Regina Voce, nossa estrela barbada teve que criar uma canção original para seguir no jogo.
2° duo a cantar, elas performaram Girl Power, mas a apresentação não foi bem recebida e ambas foram eliminadas pelos jurados.
O curioso é que Gingzilla, toda vez que usa a roupa que vestiu neste episódio, é eliminada, o que não impede o nosso monstro glamoroso de dar o melhor de si em cada momento que seus talentos são colocados a prova.