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Who’s That Queen? Maddelynn Hatter

“Dragula me ajudou a lembrar quem eu sou e quem fui”, afirma Maddelynn Hatter, da terceira temporada de Dragula, nesta entrevista exclusiva.

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🕓 6 min de leitura

Segundo um famoso personagem da obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol: “Eles dizem que para sobreviver você precisa ser louco como um chapeleiro, o que por sorte eu sou”. Esta frase é ideal para apresentar a minha entrevistada de hoje, uma palhaça do sexo piscopata e tecnicolor.

Maddelynn Hatter ficou conhecida ao redor do mundo inteiro com a estreia da terceira temporada de The Boulet Brothers’ Dragula, em 27 de agosto de 2019, pela OutTV. Sexta eliminada de um elenco composto por dez drag queens e um drag king, ela fez valer seu tempo de tela nos seis episódios competitivos em que esteve presente, no entanto, Who’s That Queen?

Matthew Boisvert nasceu no dia 15 de agosto de 1983, no estado de Massachusetts, área de Springfield e Northampton. Quando tinha por volta de 12 ou 13 anos, apaixonado por Marilyn Manson, começa a se interessar pelo mundo da maquiagem.

Adolescente, fez o ensino médio no Ludlow Senior High School. Nesta época, em 1998, quando tinha 15 anos, trocou a solidão e timidez por uma personalidade festeira e criativa, o que incluía saídas noturnas nas quais entrava em boates com um documento de identidade falso. Conhecer as pessoas certas o ajudou nisto.

Aos 16 anos, Matthew foi a um bar gay no centro de Springfield, terceira cidade mais populosa de Massachusetts e a inventora do basquete. Com medo, assistiu pela primeira vez uma drag queen performar. Neste caso, a música A Woman’s Got The Power, de Jennifer Holliday.

O interessante aqui é notar que mesmo se considerando desde sempre um garoto maquiado, Matthew, até então, não fazia drag, apesar de isto ser uma progressão natural de suas escolhas e do fato de sua mãe ter o ensinado a passar o delineador e seu pai e madrasta o apoiarem desde sempre, lhe incentivando a ser quem bem entendesse.

Neste contexto, os anos foram passando e Matthew estudou Fine Arts na School of Visual Arts, em Nova York. Nela ele aprendeu teoria da cor e como a luz incide na superfície 3D nas aulas de pintura e desenho, conhecimentos que o ajudariam bastante em uma certa carreira que logo, logo surgiria…

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Em 2006 Matthew começa, oficialmente, a trabalhar como drag queen. Seu nome como rainha, Maddelynn Hatter, faz um trocadilho com Mad Hatter, o Chapeleiro de Alice no País das Maravilhas. Nina Flowers, da primeira temporada de RuPaul’s Drag Race, exerce bastante influência sobre ela neste começo de carreira.

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Como drag queen, Maddelynn aprecia contar histórias que fisguem o público e o faça sentir novas emoções pela primeira vez. Para isto, ela faz de suas performances sua terapia, onde o palco é o seu divã e público seu terapeuta. Para entregar o que a plateia merece, força os próprios limites para criar, afinal, conhece bem o que é belo, louco e pode gerar pesadelos. Ao final, tudo serve para embasar a drag monstra que entretém você.

Paralelo a vida de rainha deste mundo miserável em que vivemos, Maddelynn mantém outra paixão: a fotografia, a qual teve acesso praticamente ao mesmo tempo em que descobriu a existência de drag queens. Inicialmente, a câmera serviu como aliada para registrar e mostrar a evolução de sua maquiagem e dos rostos que conseguia fazer. As primeiras fotos, mais do que darem a pista do que Maddelynn seria, indicavam também outro caminho a ser explorado.

Mais ou menos em 2011, Maddelynn se muda de Massachusetts para Nova York, cidade onde ela descobre algo que não sabia até este momento: seu trabalho fotográfico estava chamando atenção das pessoas e a demanda começava a surgir para que seus cliques fossem feitos para outras drags e eventos diversos, indicativo perfeito para quem sempre se motivou a partir da premissa de criar um trabalho visual que cative o coração das pessoas. Este pensamento seria muito importante para a próxima grande aventura que chegaria alguns anos depois.

Dragula, segundo conta Maddelynn, foi traumatizante para gravá-lo e gratificante como um todo. O saldo positivo reside nos fãs que surgiram e aumentaram sua base de incentivadores, além, é claro, da irmandade com as monstras de sua temporada. Finalizando esta experiência, ela ganhou um prêmio mais importante do que a fama: ao enfrentar esta competição, Maddelynn percebeu que não existe nada que possa assustá-la.

Monstra poderosa, ciente de si mesma, esta drag ainda sente aquela ansiedade que todos os artistas relatam antes de entrar em cena, o frio na barriga que lhe deixa atento a tudo que está acontecendo. É um exemplo de como alguém que já se apresentou em todas as grandes cidades americanas e canadenses, e ama performar no Southern Nights Orlando e na Abadia, em West Hollywood, se relaciona de forma pura com o santuário de uma drag: o palco. Falando nisto, e o de RuPaul’s Drag Race?

Maddelynn já declarou em entrevistas que considera o programa de RuPaul fantástico para as drags que participam dele, claro, e para todas as rainhas locais que de certa forma se beneficiam deste fenômeno.

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Por fim, a Maddelynn de hoje, de 2021, aos 37 anos, é uma clara ascensão daquele garoto que fez sua primeira pintura de aquarela aos quatro anos de idade. Em comum, criador e criatura preservam o mesmo raciocínio há décadas: basta colocar a maquiagem no rosto, é a única maneira que você aprenderá.

A seguir, diretamente da Big Apple, eu disponibilizo para você, na íntegra, minha entrevista com Maddelynn Hatter. Antes não esqueça: nas redes sociais utilize a hashtag #engajadrag. Agora confira!

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Já faz mais de um ano e meio desde que a terceira temporada de Dragula foi ao ar. Como participar do programa colaborou positivamente com sua drag?

Isso meio que explodiu o que eu pensava que poderia fazer. Aprendi muito sobre materiais e realmente voltei a ter contato com o meu eu de artista novamente. Sou formada em artes plásticas e desenho animado e me perdi nas formas tradicionais de drag e no jeito “certo” de fazer as coisas. Dragula me ajudou a lembrar quem eu sou e quem fui e ajudou a recuperar uma licença para o meu eu criativo e a parar de me emburrecer para o estúpido público humano generalizante.

Você tentou participar das duas primeiras temporadas de Dragula? Se sim, o que você acha que aconteceu com você para não fazer parte do elenco?

Não. Eu não tentei. Nada mais a dizer sobre isso, risos!

Victoria Elizabeth Black é sua filha drag. Como você analisa a participação dela no programa?

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Eu acho que ela é brilhante! Sempre gostei. Penso que gostaria de tê-la visto fazer mais viagens e mais dominação global, mas tudo em seu tempo eu suponho.

Quais foram os desafios de Dragula que, ao analisá-los hoje, você acha que eles realmente estavam fora de sua zona de conforto e talvez seja por isso que você não se saiu tão bem neles?

Acho que me saí muito bem em todos eles. Penso que se não tivesse me distraído com as besteiras ao meu redor e parasse de ficar paranoica com tudo e mantivesse o foco, poderia ter vencido.

Imagine a seguinte situação: a pessoa vai começar a fazer drag monster em Nova York, sua cidade. O que ela enfrentará que pode fazê-la querer desistir? Quais são as principais dificuldades?

A mediocridade é sua maior ameaça e obstáculo. Você vai querer agradar. Você vai sacrificar sua visão para apaziguar as pessoas e ganhar dinheiro. Mas sempre ande nessa linha. Seja versátil. Seja perigoso. E sempre continue gastando seu ofício. Não seja preguiçoso.

Infelizmente, drag monsters não são tão conhecidas como as Rugirls, por exemplo. O que falta acontecer para que isto mude? 

Acho que os padrões de beleza precisam mudar. Acho que a ideia de que a textura em mau precisa mudar. Esse monstro precisa mudar demais. Aquele monstro não pode ser bonito, precisa mudar. Eu acho que a marca de Dragula e a estética “monstro” tem uma batalha difícil, mas o fato é que ele pode crescer mais. Há um desejo e uma necessidade para isso, só precisa haver um impulso constante para a excelência e tentativa para a inovação dentro da estética. Acho que o fato de uma separação dessas também não precisa existir.

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Aqui no Brasil existe uma ótima drag cantora e roqueira chamada Midorii Kido. Gostaria que você visse o vídeo dela logo abaixo:

Legal!

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Se você pudesse formar um grupo de rock com mais quatro drag monsters, quem você escolheria?

Eu não faria, rs!

Muitas drags que participam de reality shows lançam músicas depois que saem deles. Você pretende fazer isto?

Não, acho que não vou lançar nenhuma música.

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*Nota do repórter: Maddelynn já cantou, ao vivo, em alguns shows, “Let Me Put On a Show For You”, conhecida como Yayo, de Lana Del Rey, e foi bem reconhecida por isto.

Maddelynn, para dizer tchau: qual é a grande mentira que você já ouviu falar sobre você e que adoraria contestar agora?

Honestamente, as pessoas vão decidir sobre tudo e resolver isso no minuto que o fizerem. Eu não me importo com o que pensam de mim, se é verdade ou não, ainda continuarei fazendo a mim mesma. E elas devem fazer o mesmo em vez de formar opiniões sobre indivíduos que só conhecem de uma tela.

Siga Maddelynn Hatter no Instagram, Twitter, Twitch, Facebook, YouTube e visite seu site.

Para ler outras entrevistas exclusivas do Who’s That Queen clique aqui.

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