Foi ao ar mais um episódio de RuPaul’s Drag Race All Stars 9! Leia a seguir a resenha. Contém spoilers daqui em diante.
Essa foi uma brincadeira divertida! De alguma forma, apenas quatro episódios na temporada atual, eu olhei para a adição de um monte de gente nova ao nosso elenco e pensei, Oh, graças a Deus! Precisávamos de uma pequena sacudida! E nós tivemos isso na forma de um bando de bombeiros com vários níveis de carisma, todos se maquiando para parecerem estrelas pop. Divertido!
Apesar de toda a conversa sobre estratégia nesta temporada, a verdade é que esses episódios de não eliminação são melhores quando param de tentar inflar as apostas artificialmente: acaba parecendo falso e bobo. O episódio começa com muita conversa sobre alianças — Shannel diz que o elenco está formando “panelinhas”, Vanjie fica vagamente irritada, seguimos em frente. No dia seguinte, Gottmik acusa Angeria e Shannel de estarem em uma aliança com Nina porque estavam gritando por West durante sua dublagem ruim, mas eles retrucam: “Não, não estamos em uma aliança”, e seguimos em frente. Tanto Nina quanto Gottmik escolhem uma rainha para dar um broche, e ambos acabam escolhendo garotas que ainda não receberam nenhuma medalha (com Nina escolhendo Roxxxy e Mik escolhendo Vanjie), e ambas as garotas aceitam alegremente e seguem em frente. Nada disso realmente importa. Todo mundo continua a fazer escolhas diretas, ninguém é realmente ferido.
Parte do problema é que ficou claro que essas garotas não são adeptas do jogo estratégico, e Drag Race não sabe como contar uma história sobre estratégia. A técnica mais interessante trazida até agora no jogo é Roxxxy sugerindo que as garotas com as estrelas extras devem apenas dá-las umas às outras. Ela está certa! Se seu objetivo é chegar ao top três e você já está indo bem, então você deve fazer o que puder para não nivelar o campo de jogo. Neste ponto, as rainhas que têm broches e provavelmente ganharão mais broches (Angeria, Mik e Nina) deveriam estar trabalhando juntas para se separarem do grupo de concorrentes medianas (Plastique, Roxxxy, talvez Jorgeous). Em vez disso, Mik e Nina jogam tão mal esta semana que, no final das contas, Nina agora está atrás da garota para quem ela deu uma medalha e Mik está empatado com a que ela presenteou. Se elas tivessem concordado em dar uma à outro, ambas ainda estariam na frente.
A questão é que o programa não edita nada disso como um erro tático de Nina ou Mik. É simplesmente uma escolha que elas fazem, e as cartas vão cair como podem. RuPaul’s Drag Race All Stars apresenta muitas rainhas falando vagamente sobre “estratégia” e então muito pouca estratégia real é colocada em prática.
Então, quando os homens apareceram, fiquei feliz em vê-los. Em vez de um episódio focado principalmente nas rainhas e todas as suas manobras que acabam resultando em nada, poderíamos simplesmente ter um bom e velho desafio de makeover [transformação]. Bem, não tão velho assim. Curiosamente, Drag Race mergulhou fundo para este, revivendo uma versão de makeover que não víamos desde a primeira temporada do All Stars, e que aconteceu apenas pelo formato em questão já que todas estavam competindo em duplas. Desta vez, as meninas se dividiram em equipes improvisadas e tiveram que fazer um tipo diferente de makeover: transformar um bombeiro em um membro de girl group.
Eu gosto dessa reviravolta! Provavelmente foi feito porque contar a história de oito bombeiros diferentes se transformando em drag pela primeira vez é simplesmente muito para editar, e com ninguém sendo eliminado, não é como se eles pudessem enrolar com a edição. Ainda assim, concede aos bombeiros duas pessoas para se apoiarem, e complica um pouco o desafio para as rainhas que, em grande parte, já fizeram isso antes.
As equipes são:
Roxxxy e Vanjie: Este foi imediatamente o grupo mais promissor, dado que Roxxxy já ganhou o makeover uma vez antes e Vanjie foi muito bem na temporada dela. No final das contas, com base nos resultados e nas sessões de trabalho, parece que Roxxxy assumiu e Vanjie foi o coro grego. Claro! O bombeiro deles é o pai de uma mulher pansexual que tem um marido trans-masculino e queria fazer esse show para ela, o que é muito fofo.
Plastique e Jorgeous: Jorgeous e Plastique se unem, formando o #TeamTwink, e elas têm sorte que o único bombeiro gay as escolhe. Elas acabam sendo uma dupla divertida: sua juventude faz com que elas puxem referências diferentes das outras rainhas, e eles têm estilos drag compatíveis. Parece desenrolar sem problemas. Curiosamente, nenhuma delas fez esse desafio tecnicamente antes (Plastique foi o “objeto” da transformação de Brooke Lynn na temporada 11), mas ambas se adaptam bem.
Shannel e Angeria: Essa dupla parecia uma receita para o sucesso para mim. Elas têm estilos compatíveis e um gosto pela perfeição. O cara delas parecia doce e brincalhão, embora também um pouco “incrivelmente estranho”. No entanto, seu rosto é ótimo para drag.
Gottmik e Nina: Eu chamo esse grupo de “Time Gottmik pensou que estava se unindo para um desafio de atuação”. Essas duas têm estilos extremamente opostos, o que não é bom. Elas também não estão no topo desse elenco quando penso em “girl group”. Mas elas têm um cara que está extremamente animado por estar lá, o que é a ajuda mais importante. Isso não é mencionado durante o episódio, mas foi algo que não saiu da minha mente que, da última vez que ela esteve aqui, Nina fez uma das piores transformações de todos os tempos, afundou na dublagem de “No Scrubs” e levou sashay away.
As cenas de preparação foram em grande parte divertidas e adoráveis, e todos os bombeiros foram positivos e doces, embora um pouco exagerados. Legal! Honestamente, não acontece muita coisa, então vou direto para as passarelas/performances de girl group.
Roxxxy e Vanjie: O que eu gostei: os figurinos, que combinaram incrivelmente bem de uma forma bem “Tina Knowles criando para Destiny’s Child”. Roxxxy engoliu todas com isso. Infelizmente, o trabalho delas no rosto do homem é, surpreendentemente, não muito bom, e ele ainda se move sem nenhuma fluidez. Talvez seja injusto criticar Roxxxy e Vanjie por sua falta de habilidade para dançar, mas com certeza parece que ele não estava totalmente confortável no palco. Para mim, isso deveria desqualificá-las da vitória.
Plastique e Jorgeous: Acho que essas duas se saíram significativamente melhor do que qualquer outra dupla esta semana. Suas roupas eram claramente de girl group, mas inspiradas em streetwear e tiras de uma forma que parecia um girl group moderno, o que quer dizer, inspirado em K-pop. Há muito tempo sinto que o K-pop drag não foi bem representado no show, especialmente quando está tocando em boates ao redor do mundo, e foi legal ver essas garotas se baseando em algo diferente de Destiny’s Child ou Spice Girls, ambas referenciadas com regularidade em Drag Race. Além disso, o rosto do cara delas parece fantástico, e apesar de ter um cara musculoso mostrando a barriga, o que é historicamente um problema em makeovers, elas fazem um ótimo trabalho com as proporções. Ele se move bem, a coreografia delas é forte. Honestamente? Isso foi um verdadeiro gol. Elas são criticadas por não parecerem um grupo, o que eu discordo. As cores são da mesma família, e todas as roupas têm um toque de K-pop com tiras. Minha sensação é que os jurados queriam algo com uma referência a um grupo feminino que eles entendessem, ou seja, uma coisa mais velha.
Jorgeous, Plastique e Angelique fizeram história aqui. O win era delas sim 👑 #AllStars9 pic.twitter.com/NTeyEZOaZF
— draglicious.com.br (@dragliciouz) June 1, 2024
Shannel e Angeria: Elas se saem mal. Nenhuma das roupas delas combina, e a de Angeria é verdadeiranente feia. O cara delas é estranho. Mas não foi de tudo ruim, pois adorei “hissin’ while I’m pissin’ [assobianco enquanto mijo]”, mas, fora isso, é uma semana péssima para as duas.