No espaço de pouco mais de uma década, RuPaul’s Drag Race cresceu de um pequeno reality de competição na TV a cabo para um poderoso rolo compressor da cultura pop queer. O show ganhou vários Emmys e gerou spinoffs no Reino Unido, Tailândia, Canadá e Holanda, bem como uma série de convenções centradas em drag, turnês e, mais recentemente, um show ao vivo em Las Vegas.
Drag Race foi responsável por introduzir frases como “Not today, Satan” [Hoje não, Satanás] e “choices” [escolhas] no linguajar popular, e quer você goste ou não foi a principal razão pela qual drag queens deixaram de ser quase exclusivamente relegadas à vida noturna LGBT para tornarem-se gurus da maquiagem, atores em filmes indicados ao Oscar, estrelas musicais da Broadway, participantes do Met Gala, supermodelos de passarela e muito mais.
Drag Race tem sido uma grande força para a representação LGBTQ + nas mídias populares, mas isso não significa que esteja totalmente além de qualquer crítica. O show foi freqüentemente exposto no passado por fãs e até mesmo por ex-competidores por sua falta de diversidade quando se trata de representar todo o espectro do drag. Em todas as 12 temporadas do programa, Drag Race ainda não lançou um drag king, uma mulher cis drag ou um artista abertamente trans.
Sonique, Peppermint, Jiggly Caliente e Carmen Carrera.
Várias rainhas se revelaram trans durante ou após o show, mas os comentários de RuPaul de que ele não teria uma rainha em transição no show também não ajudaram na causa. RuPaul, desde então, rejeitou esses comentários, dizendo que eles foram tirados de contexto.
Nos últimos anos, no entanto, Drag Race tem mostrado algum crescimento. A competidora da S12, Gigi Goode, se revelou como gênero fluído no programa. A segunda vencedora de Drag Race Tailândia, Angele Anang, é trans. Canada’s Drag Race recentemente escalou Ilona Verley, drag de origem indígena que se identifica como dois espíritos. Já na primeira temporada de Drag Race Holland tivemos a primeira rainha barbada da franquia.
Angele Anang coroada.
O progresso pode ser incremental, mas há esperança de que a Drag Race planeja diversificar ainda mais graças a uma nova entrevista com os co-fundadores da World of Wonder, Fenton Bailey e Randy Barbato que pode ser lida aqui.
Quando questionados sobre a futura inclusão de drag kings e artistas trans no programa, Bailey disse “nosso mantra constante é ‘Charisma, Uniqueness, Nerve e Talent [carisma, originalidade, coragem e talento]’, e isso não exclui ninguém. Quer dizer, obviamente não podemos revelar futuros elencos. Então, até o momento certo, tudo será revelado”.
Barbato também acrescentou que “tem havido pessoas trans no programa. É ‘Charisma, Uniqueness, Nerve e Talent‘, então não seria uma notícia de manchete. Para algumas pessoas seria, mas sim”.
Os comentários não são de forma alguma uma garantia de que começaremos a ver um elenco mais diversificado já na próxima temporada, mas isso no mínimo abre uma porta que muitos pensaram estar firmemente fechada. E pelo visto, já veremos essa “novidade” em breve, já que no suposto elenco da S13 há um homem trans escalado que dá vida à drag Mik. Se quiser conhecer o possível cast de novas rainhas clique aqui.
Via Paper.
