Maxi Glamour, a drag monster psicodélica!
Nas redes sociais e vida pessoal, ela é feroz e muito combativa sobre direitos das minorias e diversidade no geral; em drag, é conhecida pela alcunha de Rainha Demoníaca da Polka e Baklava.
“I put fun in defund the police” [eu coloco diversão em cortar o financiamento da polícia], escreveu Maxi Glamour no Instagram. Ela nasceu em St. Louis, Missouri, EUA, uma pessoa negra e artista não binária, marcada pela multiplicidade artística e por seu rosto comumente pintado na cor azul.
Em 2019, Maxi pôde elevar o alcance de sua arte ao integrar o elenco da terceira temporada de Dragula, programa competitivo que busca encontrar a próxima Drag Super Monstro dos EUA.
Neste reality show, Maxi durou quatro episódios e, como é de praxe, as eliminações são pesadas. Ela foi fatiada ao meio com uma serra. Dublagem pela vida? NOT TODAY, SATAN!
Felizmente, aqui no mundo real, Maxi segue viva, inteira, fazendo música e, como boa drag monster que é, acatou com muito entusiasmo o pedido de entrevista da Draglicious que pode ser conferida a seguir.
Maxi, como foi o processo para você participar da 3° temporada de Dragula? Você havia assistido as edições anteriores?
Bem, eu vi a primeira temporada e decidi que queria me candidatar. Quando a segunda temporada saiu eu pensei em me candidatar, mas hesitei. Quando a terceira temporada saiu eu sabia que era a minha vez.
Ainda falando sobre a 3° temporada de Dragula: um drag king a venceu e uma mulher cis estava no elenco. Qual a importância do programa mostrar diversidade na televisão?
Penso que nós como pessoas marginalizadas, ainda somos explorados devido às nossas identidades interseccionais para aludir à diversidade. A diversidade é um grande passo no caminho para a equidade. Dragula estabeleceu um novo padrão do que um programa de TV drag pode oferecer quando se trata de diversidade de elenco. Eu gostaria de ver isso evoluir e inspirar Dragula e outros shows a se aventurarem em elenco e apresentação mais equitativos.
Um dia, um amigo meu foi na padaria aqui na esquina da minha casa. Esse amigo, uma pessoa negra, se identifica como não binário, afeminado e tudo com muito orgulho. Antes de chegar à padaria, ele foi parado pela polícia porque, segundo eles, se encaixava no perfil do suspeito. Detalhe: ele estava usando um vestido amarelo e um gorro da mesma cor. A “coincidência” policial com negros subestima minha inteligência. Quero que comente sobre isso.
Humanos negros em todo o mundo são submetidos ao racismo institucional, tanto no Brasil quanto nos EUA há uma hierarquia que coloca os negros em posições de opressão. Com o cruzamento de identidade de ser também não-binário e queer adiciona apenas marginalização e vilanização pela sociedade. É horrível como o mundo trata nossos negros trans e humanos não binários.
Maxi, seu rosto pintado de azul é sua marca registrada e eu penso que toda queen deve ter algo associado apenas a ela. Como isso começou para você e quando percebeu que estava acrescentando para sua marca?
Meu personagem drag é inspirado por criaturas de ficção científica/fantasia, particularmente deuses e demônios de culturas em todo o mundo. Eu iniciei minha marca numa idade precoce e comecei a moldar quem me tornei na cena noturna por volta dos 14 anos.
Se você tivesse chegado na final da sua temporada, o que teria feito para os números de filth, horror e glamour? Tenho essa grande curiosidade até hoje, admito. Nunca poderia, por exemplo, esquecer a performance da Melissa Befierce.