- Nome Out: Cristiano Brasil
- Nome Drag: Melissa L’Orange
- Idade: 32 anos
- Cidade Natal: Rio de Janeiro (RJ)
- Cidade Atual: Rio de Janeiro (RJ)
- Ocupação: Professor
Quem é Melissa L’Orange? (nas palavras da drag queen)
Drag surgiu pra mim com força, quando eu tinha meus vinte anos (lá no primeiro governo Lula). Naquela época eu ia toda quinta-feira para boate 1140 assistir aos shows de Kayka Sabatella, Desirée, Suzy Brasil e Samara Rios. Eu pensava que drag era algo impossível de fazer pra qualquer um. Que precisava se dedicar muito, investir muito e ter bastante comprometimento. Aí eu cresci, comecei a fazer Drag e descobri que… eu estava certa, precisa disso tudo mesmo.
Quando eu comecei a me montar era apenas porque eu queria. Não era uma necessidade de diversão, ou de expressão. Era puro desejo e nenhum objetivo específico. Em pouco tempo, eu fui desenhando e estudando o que era Drag, qual a história do movimento e o que representava pras pessoas e pra mim. Depois disso, Melissa L’Orange foi tomando seu próprio rumo, porque se eu não controlo nem a minha vida, eu vou lá controlar a Drag?
Minha Drag é um projeto político-pedagógico: é uma continuidade do meu trabalho em educação (Por favor, salvem a professorinha!), minha proposta de arte visual com estética de tia moderninha-descolada e, especialmente, uma experiência que mistura militância-cultura-entretenimento.
Eu fui pro Youtube produzir vídeos porque acreditei no poder da comunicação. Lá a gente fala da sociedade, mas também de cultura nerd, faz entrevistas e discute Drag. E, mesmo com-ple-ta-men-te floppada em números, o canal me trouxe ótimas oportunidades: palestras em escolas e universidades, um convite pro TeDx organizado pela UFRJ para falar de educação universitária e Drag, além de conhecer muita gente incrível por aí pra trocar ideias e carinho, mesmo que virtual.
Ser Drag Queen me permitiu aprender muita coisa, trocar muita coisa, me irritar com muita, muita, muita coisa e estar num estado constante de reflexão a respeito de tudo aquilo que me parece estável e concreto na sociedade. Se a gente observar bem, nada é. Tudo está. Então eu acho que posso me corrigir e dizer que estar Drag me permite estar atenta como nunca antes. É uma paranoia deliciosa.
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TEDx UFRJ