Foi ao ar o episódio de estréia de RuPaul’s Drag Race All Stars 10! Leia a seguir a resenha. Contém spoilers daqui em diante.
O gosto amargo das últimas temporadas de All Stars (caridade e global) finalmente pode ter saído da nossa boca — graças a uma forte temporada principal de RuPaul’s Drag Race e à coroação da merecida Onya Nurve. Considerem-me cautelosamente otimista com o retorno do Drag Race All Sta— ops, [confere notas] “Tournament of All Stars”… RuPaul, desculpe, mas NÃO vamos chamar assim.
O All Stars está de volta e celebrando 10 temporadas! Com 18 queens, esta é a maior formação da história. E, como é Drag Race, temos um novo formato para microanalisar!
O Novo Sistema de Pontos (ou: “Por Que Forçar Queens a Fazer Matemática é Crueldade”)
Esta temporada será dividida em:
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3 rodadas preliminares (6 queens cada, metade avança)
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Semifinal
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Final com lip-sync pela coroa
Como funciona?
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As 2 melhores de cada episódio ganham 2 pontos cada e disputam um lip-sync (o vencedor leva +1 ponto e US$ 10.000).
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As outras 4 rainhas do bottom distribuem 1 ponto cada para quem quiserem.
É menos e mais complicado ao mesmo tempo. Forçar drags a fazer contas (até simples) deveria ser considerado tortura. Desde que introduziram medalhas e estrelas como placar, Drag Race virou um jogo de Clue. Mas, querendo ou não, agora é oficial: o sistema é por pontos.
Vantagens do Formato
É uma solução criativa para queens que hesitam em voltar por medo de:
Perder renda de turnês.
Ser eliminadas cedo após gastar fortunas em looks.
Agora, todas têm pelo menos 3 episódios garantidos — reduzindo o risco financeiro, mas não as apostas.
(Obs: A vencedora será coroada após apenas 6 episódios, o menor número desde o 1º All Stars.)
As Entradas: “Winner, Winner, Chicken Dinner”
O primeiro episódio foca em reapresentar as queens, e o formato de chaveamento permite mais tempo individual com cada uma. Destaques:
Aja: De volta após abandonar o drag durante sua transição, agora com confiança renovada.
Deja Skye (Miss Simpatia + vencedora do Snatch Game): Buscando reconhecimento após cirurgia de perda de peso traumática.
Irene the Alien (“A Língua Mais Rápida do Oeste”): A Porkchop da temporada com maior elenco, agora cortando cabeças como uma guilhotina.
Phoenix: Rainha veterana (temp. 3) trazendo high drag conceitual. Raízes!
Olivia Lux: Tão linda quanto antes, mas presa na própria cabeça. Será que ela entendeu errado sua jornada?
Bosco (finalista da temp. 14): A favorita. Seus looks evoluíram, mas mantêm sua estética de… “nudez estratégica”. Seu novo título? “A Transexual Favorita de Deus”. Amém.
Alianças já formadas:
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Operation MiMu (Aja + Olivia)
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Melanin Squad (Olivia + Deja)
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Cidade de Seattle (Irene + Bosco)
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Crystal Conners in Goddess at the Stardust (Phoenix + Bosco)
Desafio do Episódio: Girl group com tema heavy metal dos anos 80. Nada de coreografia inovadora, mas após a temp. 17 nos negar um desafio assim, aceitamos.
Runway (“Tits and Slits”):
Bosco brilha como “Doutora em Cunt Whore” (segundo Ru).
Olivia homenageia Lil Kim no VMA.
Irene vira Princesa Fiona showgirl.
Phoenix arrasa de dominatrix.
Top 2: Aja vs. Irene (Bosco ficou de fora por causa de uma treta na Werk Room). Irene perde o lip-sync para Aja, que já começa esfaqueando estratégias.
Lipsync de Aja vs Irene (top2) no #AllStars10
Quem merece shantay e sashay?pic.twitter.com/3B180ZXnvb
— draglicious.com.br (@dragliciouz) May 9, 2025
Episódio 2: “Murder on the Dancefloor”
Problema do formato: As queens distribuem pontos publicamente — o que deveria gerar drama, mas vira um “concurso de gentileza”. Olivia quase dá seu ponto à aliada Aja, mas recua para não causar conflito. Cadê as facadas nas costas, gente?!
Desafio: Improviso em uma paródia de Hercule Poirot (“Deathdrop on the Nile”). RuPaul se diverte mais do que em temporadas inteiras passadas.
Runway (“Coming and Going” – looks duplos):
Bosco: Beetlejuice + Elvira em um caixão.
Phoenix: Homenagem emocionante à irmã falecida.
Irene: “A morte da democracia” (sim, ela foi lá).
Lip-sync: “Murder on the Dancefloor” (Sophie Ellis-Bextor). Bosco entra com um manto fantasmagórico (Saltburn vibes) e depois fica só com tiras estratégicas. Irene perde de novo, mas segue como a vilã surpresa da temporada — afiando suas garras naturais.
DESAQUENDANDO AS CONSIDERAÇÕES FINAIS
Homenagem a Jiggly Caliente: “Forever fabulous”. Saudades eternas.
Ice Spice em um desafio heavy metal? A internet diz que ela é “industry plant”, não eu!
Aja referenciou Pokémon no runway (Jynx), no look de entrada e no look de dublagem. Orgulho NERD!
Irene avisa: Seu shade será incendiário. Chamem os bombeiros.
Foi uma boa estréia dupla, então merece 5 coroas.
