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S12 | Entrevista: Crystal Methyd

Crystal Methyd fala sobre como foi chegar à final de Drag Race, sobre sua mente criativa, os mullets, como o show ajudou sua arte e porque chorou com Chromatica.

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🕓 7 min de leitura

Crystal Methyd pode não ser a próxima superstar da América, mas ela definitivamente foi coroada a rainha mais excêntrica da 12ª temporada de RuPaul Drag Race.

A garota do Missouri encantou Ru e os jurados com sua aparência imaginativa na passarela; de alguma forma, ela transformou Freddy Krueger em um ícone da moda. Mas Ru também ficou obcecado com a aparência dela, especificamente seus mullets, que passava uma atmosfera do El DeBarge. Crystal passou pela competição, sem vencer um desafio principal –  até que rolou o show solo de humor, quando ela seduziu a platéia como o dançarino exótico Phenomenal Phil.

Se você pode contar com o Crystal para alguma coisa, é com ela pensando fora da caixinha; basta olhar para o número “I’m Like a Bird” na Grande Final da temporada 12, em que ela habilmente se transformou em um par de pássaros coloridos e regurgitou em sua própria boca. A MTV News conversou com Crystal sobre chegar à final, se ela está cansada das comparações com seus mullets e porque o álbum Chromatica a fez chorar.

Oi, Crystal, onde você está agora?

Estou em minha casa, na fabulosa Springfield, Missouri.

E como está aí?

Até agora, tudo bem. Está chovendo muito. Desde que “Rain On Me” foi lançada, chove praticamente todos os dias.

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Bem, acho que temos que conversar sobre isso. Você já ouviu Chromatica?

Já. Eu o ouvi duas vezes na noite em que saiu, e estou animada para ouvi-lo muitas vezes.

É tão bom, né?

Eu realmente amei ele. Aquela música do Elton John – comecei a chorar. Não sei o que estava acontecendo, mas comecei a chorar incontrolavelmente. Foi tão divertido.

Qual foi a parte mais difícil das filmagens desta final virtual?

Houve tantos elementos que se acumularam que a tornou tão complicada e interessante. Foi triste não fazermos isso pessoalmente, mas eu achei a reunião bem fofa. Foi muito divertido e poder ver dentro das casas de todas e e elas estavam tão maravilhosas e tiveram seu próprio momento. Eu apenas sinto que Drag Race é um show tão mágico. Foi muito mágico assisti-lo em quarentena. E para tantas pessoas, é assim que eles acompanham quando é sexta-feira.

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Adorei seu visual piñata.

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Bem, minha fala de entrada foi: “Quem está pronto para festejar e brincar?” Então, o que é uma festa sem piñata?

De onde vêm as idéias para seus visuais?

Eu fumo muita maconha e as idéias simplesmente surgem. E então, muitas das coisas que fiz no programa eu mesma que fiz, mas trabalhei com um designer muito jovem, um amigo drag king que eu conheço. E aí conversamos sobre como queríamos fazer isso. Mas muitas outras coisas eram tipo ”O que posso obter na loja de produtos usados ​​para atender a esse tema?”. Porque as meninas gastam muito dinheiro para se preparar para o show. Gastei menos de 4 mil dólares em tudo para me aprontar, mas isso me pareceu muito dinheiro. Eu sempre fui uma pessoa econômica. Esse é o meu modo de vida de pechinchar as coisas.

Existem bons brechós em Springfield?

Eu sou obcecada pela Goodwill [franquia de brechós]. Essa é a minha favorita. Só porque tudo tem o mesmo preço. Todos os jeans custam US$ 4, todos os vestidos, US$ 5, todas as camisetas, US$ 3. E é aí que eu também compro muitas jóias.

E seu drag sempre foi esquisito ou começou mais como uma drag de concurso de beleza e depois se transformou?

No começo, tentei ser mais uma “ilusão feminina”, eu acho. Eu não diria que parecia uma mulher, mas era o que estava tentando fazer. Mas então eu comecei a me divertir apenas saindo da caixinha, visuais club kid, pintando meu rosto do mesmo jeito que a camisa que eu estava vestindo ou pequenas coisas assim. E toda vez que eu fazia minha maquiagem, mesmo antes do show, eu sempre gostava de fazer algo diferente. E foi assim que cheguei à minha assinatura base. Levei quatro anos para descobrir que eu era assim. É por isso que a principio quando inicialmente os jurados nano curtiram minha maquiagem exagerada, fiquei preocupada. Mas eu amo fazer mudanças, então voltei para o meu quarto e redesenhei rostos para tudo isso. Foi também por isso que, quando tínhamos apenas 30 minutos para alterar e eu fcava tipo, “só vou me pintar de azul agora”. Sempre foi muito estressante e difícil, mas eu sinto que valeu a pena no final.

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Seu visual de Freddy Krueger foi incrível. Você é um fã de filmes de terror?

Eu sou. E essa é uma das minhas coisas favoritas que já fiz. Embora seja muito interessante usar, porque é um suéter. Está muito quente, mas todos os pinos de segurança são frios como gelo, e às vezes você é cutucado.

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Temos que falar sobre o mullet. Amantes de mullets saíram das sombras? Você foi contatado por entusiastas de mullets?

É quarentena e as pessoas não conseguem cortar o cabelo e eu sinto que todo mundo está começando a cultivar seu próprio mullet. Mas não posso levar todo o crédito por isso, porque Joe Exotic também criou uma representação de mullets para um tipo totalmente diferente de espectador.

Você deixará crescendo mesmo depois que a quarentena terminar?

Eu acho que sim. Meu plano com o mullet é que eu queira que ele cresça até minha bunda – apenas uma juba de cabelo – e então eu quero pintar todos os tipos de cores divertidas. E então eu vou apenas mexer minha cabeça. Eu sei que quando eu fizer isso, Ru vai chorar.

Você está cansado de “Rhythm of the Night” ou você abraçou a música?

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Eu acho que nunca poderia me cansar disso. Sinto-me honrado por ter recebido uma música tema. Adoro quando os fãs me enviam vídeos de si mesmos apenas balançando no carro para o El DeBarge.

Houve um desafio especialmente difícil para você?

Especialmente difícil para mim foi obviamente o Snatch Game. Eu estava tendo dificuldades com isso. É o desafio que todos vocês sabem que está por vir, e eu não acho que me preparei o suficiente. Qualquer coisa que você traz, todas as três opções ou o que quer que seja, todas devem ser boas, não importa o quê. Dessa forma, você sempre pode recorrer a alguma coisa. E você está preso em sua mente, porque você sabe que os fãs têm grandes expectativas sobre isso. Você precisa brincar com Ru e as outras concorrentes, mas todos os personagens são diferentes e talvez você não saiba quem eles são. Eu sinto que me tornei um robô e que a preocupação de Ru com Gigi ralaria também comigo. Fiquei realmente presa na minha cabeça e não consegui fazer piadas. Também foi difícil porque Ru não sabia quem era Poppy.

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Como o Drag Race mudou sua drag?

Eu sinto que a Crystal é realmente o que me deixou confiante e eu estava totalmente preparado para estar confiante, mas acho que meus nervos começaram a me atingir no segundo em que cheguei ao aeroporto. Você fica tipo: “O pacote de sobrevivência que eu arrumei, peguei tudo? E eu esqueci alguma coisa? O que está acontecendo?” E então você conhece todas [competidoras]. Definitivamente, eu estava me comparando com as outras garotas, o que é tolice, porque todos fomos trazidos para dar a estética que apresentamos em nossos vídeos [de inscrição]. Quando há muitas garotas por aí, você fica tipo, “Oh meu Deus, uma falha e eu poderia ir para casa”. A idéia de ser eliminada e voltar cedo para casa é algo muito assustador de se pensar. Eu estava me enlouquecendo e gostaria de voltar e pensar: “Saia dessa. O que está acontecendo com você? Apenas divirta-se e tenha confiança no que está vestindo”.

Quase senti como assistir uma temporada do All Stars, porque todas as meninas eram muito boas.

Ah sim. Com certeza. Esse foi outro motivo pelo qual eu fiquei tipo “O que está acontecendo? Estou bem [na competição] por estar aqui?” E então, como as meninas continuavam sendo eliminadas e eu ainda estava lá, eu pensava: “Espere, eu sou uma lenda? Eu sou uma das melhores drag queens já vividas?” Então, eu estou super incrível agora.

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Eu pensei que você ficou com a escolha perfeita para a Madonna Iluminada no Rusical, mas qual é o seu álbum ou era favorita da Madonna?

Eu realmente gosto de “Hung Up”. Foi quando eu descobri quem era Madonna, porque eu realmente não ouvia muita música. O primeiro videoclipe que eu vi foi “Hey Ya”.

Como ninguém sai em turnê tão cedo, o que virá a seguir para você?

Eu tenho o meu show. Costumava ser um programa mensal chamado “Get Dusted” que eu faço na minha casa; nós nos chamamos de “Jus to Get Dusted Girls“. Mas estamos criando filmes de performances de drag. Tentamos torná-los o mais real possível. Foi divertido, porque agora podemos receber convidados especiais que normalmente não seriam capazes de voar ou pagar. Estou ansioso para criar mais e ver como o drag digital continua evoluindo. Eu amei assistir. Não consegui me envolver tanto quanto queria, porque tenho grandes expectativas quanto aos tipos de conteúdo que publico. E levo uma eternidade para editar essas coisas juntas. Mas gostei muito do fato de poder retratar uma história de uma maneira diferente da que seria feito no palco.

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