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Drag Queens protestam contra racismo de famosa boate gay de Nova York

🕓 6 min de leitura

Honey Davenport, forte candidata a estar na décima primeira temporada de RuPaul’s Drag Race, iria se apresentar numa boate em Nova York chamada Monster, mas sua apresentação não rolou devido ao racismo do gerente do bar. Confira a seguir a reportagem traduzida da OUT.

Desde 1981, a boate Monster tem sido um marco da cena gay de West Village em Nova York. Localizado do outro lado da rua de Stonewall, é uma parada essencial para a diversão em um gay bar ao longo da Christopher Street, com drags fabulosas, go-go boys dançarinos sensuais e apresentações de piano ao vivo.

Mas recentemente, o bar tem estado sob ataque por racismo. Em uma troca de mensagens entre o gerente do bar, Italo Lopez e o DJ/produtor, Mitch Ferrino, Lopez criticou um anúncio (foto acima) para o show drag de Honey Davenport, na Manster. Ele disse que parecia que estava promovendo uma “noite negra” e que isso seria “ruim para os negócios”.

Italo: Cadê o flyer de amanhã?
Mitch: Eu te enviei ontem. Vou enviar de novo.
Italo: Está com a data errada. Além do mais eu não gostei. Parece que estamos promovendo uma noite negra. Nós precisamos mudar isso, por favor.
Mitch: Oops, eu mudarei a data.
Italo: Eu preciso de um homem bonito e a drag tem que ser menor com o DJ.
Mitch: Italo, esses homens são bonitos. Rs. Estou indo para a DragCon encontrar com a Bob – vou mudar a data e talvez eu peça ao Carlos para fazer o flyer de sábado? Eu curto como está.
Italo: Sim, mas parece que estamos promovendo uma noite negra e eu não curto me envolver com noites negras, as pessoas podem ter a impressão errada e isso não é bom para os negócios.

Depois de tentar se comunicar com o proprietário e não receber resposta, Davenport usou seu evento de sábado à noite como uma plataforma para falar. Em um vídeo postado no Instagram, ela pode ser vista no palco, contando a platéia sobre a situação e explicando que ela não pode fazer o número dela em virtude dos comentários de Italo Lopez.

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“Eu não posso mais fazer parte disso. Se você não quer o meu pessoal na festa, eu não estarei aqui”.

Davenport tremia enquanto fazia seu discurso, quase indo as lágrimas. O público vaiou em resposta ao racismo que ela experimentou. Quando a drag queen terminou, ela largou o microfone e foi embora enquanto seus fãs aplaudiam em apoio.

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Em uma declaração para OUT, Davenport diz:

Primeiramente, obrigado a todos que estenderam a mão e se manifestaram apoio. Tomar essa atitude num lugar que eu considerava minha casa foi apavorante, e é um grande conforto saber que minha família da vida noturna está me apoiando. Estou triste com a postura que Italo (e na recusa deles em responder, The Monster Bar) tomou, mas infelizmente, eu não estou surpresa por isso. Isso acontece em todos os lugares. Eu tive que falar, porque eu sabia que não fazer isso significaria que eu fui cúmplice em perpetuar essas atitudes em relação a outros artistas.Outros artistas precisam saber que eles não têm que ser maltratados. Nossa arte não tem casa em um lugar onde não somos respeitados. Não se manifestar seria como dizer ‘você só tem que tomar isso’.

Nós sempre fomos uma comunidade que luta contra o ódio. Devemos abraçar e lutar por nossos irmãos e irmãs LGBTs de todas as raças. Os negros e as pessoas de cor têm uma longa história de luta pela nossa comunidade e precisamos que nossa comunidade lute por nós agora.

Nossa luta está longe de terminar. Nós temos que continuar. A Monster vai esperar isso passar e torcer para ser esquecido. Para que uma mudança real aconteça, precisamos continuar lutando.

Em resposta, companheiras drag queens e produtores expressaram suas posições contra o bar. Alguns até cancelaram seus eventos no local em apoio a Davenport.

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Bob compartilhou o vídeo de Honey Davenport com a seguinte legenda: “Muito orgulhosa da Honey Davenport, você é a porra de uma rockstar!!!”.

“Qualquer espaço que não seja bem-vindo e não agrade aos negros, eu me recuso a fazer negócios e construir comunidade. Eu sempre considerei a Monster como um refúgio seguro para pessoas de cor LGBT, e é muito desanimador ver seus comentários. É necessário um pedido de desculpas público adequado”, escreveu a drag queen Emi Grate em um e-mail para Lopez

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Depois de seis meses de apresentações a cada terceiro sábado do mês no Monster, Grate acabara de renovar seu programa, A+ the Pan-Asian Drag Revue (A+ a Revolução Pan-Asiática) por mais três meses. Como produtora, o bar não tinha voz no que ela escreve ou como ela produz seu show. Mas depois que as mensagens de texto vieram à luz, ela cancelou seus futuros compromissos com o Monster.

A drag queen Emi Grate.

Ferrino também tomou a decisão de cancelar um de seus eventos no Monster. LookQueen é uma competição drag inclusiva que foi iniciada por Bob the Drag Queen antes de aparecer em RuPaul’s Drag Race. Aconteceu durante quatro anos na Monster.

“Honey e eu trabalhamos juntos há mais de 6 anos. Para vê-la experimentar esta dor e sofrimento, sendo literalmente sacudida [tremendo] no palco, eu sabia que uma decisão tinha que ser tomada sobre manter ou não o LookQueen no Monster. Felizmente, eu tive a orientação de um sólido grupo de amigos e em particular Shuga Cain, minha anfitriã de domingo da LookQueen”, declarou Ferrino.

Ao tomar essa decisão, ele recebeu ataques do gerente do bar, Charles Rice. Rice culpa Ferrino por mostrar as mensagens a Davenport, enquanto aparentemente não coloca a culpa em Lopez por fazer as declarações que refletiram tão negativamente em seu bar. Ele até mencionou o potencial desse escândalo para fechar o bar.

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Mitch: Olá, Charlie, como eu temia quando eu entrei em contato durante a semana a situação está muito ruim. Você sabe, eu te amo e sou muito grato por tudo que você já fez por mim, mas eu não posso ir e nem levar meus eventos para a The Monster até que a situação com o Italo seja resolvida. Eu não durmo desde ontem. Eu vou tentar dormir um pouco agora, mas estou disponível esta noite para conversar.
Charles: Bem, não está nada bom. Estou muito desapontado. Isso é diretamente sua responsabilidade. Eu não quero ouvir “depois de tudo que você fez por mim…”. Por favor não esfregue sal em uma ferida com o seu “eu te amo”…
Mitch: Maravilha.
Charles: E… Depois que eu “fechar a boate de vez”… lembre-se desse momento.
Mitch: O momento que você me culpou, em vez do homem que fez a merda? Pode deixar, me lembrarei muito bem.

Este não é um incidente isolado na vida noturna gay. Isso destaca um problema maior que as pessoas do setor enfrentam. Como muitas drag queens, Grate sofreu racismo, assim como má conduta sexual e outros comportamentos não profissionais dos gerentes de bares.

“Em nossa busca por locais, nós produtores nos tornamos conscientes da dinâmica racial recentemente. No entanto, também devemos ser cautelosos com os proprietários, gerentes e outros produtores que não são transparentes sobre termos e condições na utilização do espaço e equipamentos, há pouco ou nenhum suporte técnico, há temperamentos voláteis, não pagam seus funcionários e artistas no tempo ou nada disso, e são predadores sexuais de suas equipes e artistas”, declarou Grate.

A Monster ainda não se pronunciou para comentar o ocorrido.

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A denúncia de Honey em seu facebook, que você pode acessar aqui, já tem mais de mil compartilhamentos. A quem interessar, este é o instagram de Honey Davenport: @honeydavenportofficial.

Via Out.

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