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Michelle Visage e Fenton Bailey falam sobre como RuPaul’s  Drag Race mudou o cenário para reality shows

🕓 7 min de leitura

Pelo segundo ano consecutivo, a icônica série LGBTQ e favorita dos fãs, RuPaul’s Drag Race, foi indicado para o Primetime Emmy na categoria Melhor Reality Show de Competição e este ano pode fazer a história LGBTQ e da TV. Apenas três shows receberam o Emmy nesta categoria desde que foi criado em 2003: The Amazing Race, Top Chef e The Voice. Apesar de todos esses programas terem tido participantes LGBTQ, nenhum programa de televisão apresentou tantas diversidade de pessoas LGBTQ e cobriu questões LGBTQ da mesma forma que Drag Race.

RuPaul’s Drag Race foi indicado a impressionantes 12 premiações do Emmy, incluindo uma indicação para RuPaul na categoria Melhor Apresentador, que ele ganhou nos últimos dois anos seguidos. Este ano, RuPaul’s Drag Race pode se tornar o primeiro programa na história da TV a receber no mesmo ano o Emmy tanto de apresentador quanto de programa.

O reality não é estranho para premiações. Já recebeu o GLAAD Media Award para Outstanding Reality Program em 2010 e foi indicado novamente este ano. Desde sua estréia há quase uma década, RuPaul’s Drag Race já ganhou o MTV Movie & TV Award de Melhor Reality e o Prêmio da Television Critics Association Award por Outstanding Achievement in Reality Programming. RuPaul recebeu o prêmio de 2017 da Critics Choice Television de Melhor Apresentador de Reality e o programa foi indicado várias vezes para o concurso Best Reality Series. O GLAAD também anunciou recentemente que o jurado Ross Mathews receberia o Davidson/Valentini Award no GLAAD Gala em São Francisco, em 15 de setembro, por seu trabalho para acelerar a aceitação LGBT.

RuPaul’s Drag Race é transmitido pela VH1 e é produzido pela World of Wonder (WOW), uma empresa de mídia dirigida por Fenton Bailey e Randy Barbato, que está por trás de alguns dos conteúdos LGBTQ mais chamativos e inovadores da televisão, cinema e on-line. A produção da WOW inclui conteúdo semanal LGBTQ como Big Freedia: Big Freedia: Queen of BounceBecoming ChazTransGenerationThe Fabulous Beekman Boys, School’s Out – the Life of a Gay High School in TexasTransamerican Love StoryOut of Iraq. Eles também produziram a franquia Million Dollar Listing para Bravo, Wishful Drinking, The Eyes of Tammy Faye, Party Monster, Tori & Dean e muitos outros filmes e programas de TV incríveis.

A GLAAD (original aqui) pediu à aliada LGBTQ e jurada de Drag Race, Michelle Visage, junto ao produtor executivo Fenton Bailey, por suas considerações às indicações do show ao Emmy desse ano.

MICHELLE VISAGE

Michelle Visage na bancada de jurados na estreia da S10 de Drag Race.

GLAAD: Quando a história olhara para trás neste momento da cultura pop, o que você pensa que será o legado de RuPaul’s Drag Race?

>  Who's That Queen? Jimbo

Michelle: O legado será que é o show que quebrou o molde! Nós tivemos muitos programas de televisão gay centrado no espectro queer ao longo das décadas. Agradeço a Deus pelos shows como Soap, Ellen, Will e Grace, Modern Family, Transparent, Queer as Folk, The L Word, Noah’s Arc… Eu poderia continuar, voltar aos dias de Norman Lear, mas não vou forçar tanto! Mas, meu ponto é, eu sinto que todo mundo fala de RuPaul’s Drag Race. E eles estão falando não apenas sobre drag, mas tópicos importantes como cultura drag, cultura e história queer, perseguição, suicídio, estupro, racismo, transtornos alimentares, terapia de conversão, o ódio por trás da religião, intolerância e todas as coisas que acontecem todos os dias que a maioria das pessoas fecha os olhos para.

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Drag Race não corta esses momentos. Eles os destacam porque essas coisas são importantes! Drag Race ajudou centenas de milhares de pessoas a entender sua identidade, quer estejamos falando sobre gênero, sexualidade ou mesmo apenas seu lugar na sociedade. Isso também ajudou muitas pessoas heteronormativas a entender as lindas almas ao seu redor, como seus filhos, netos ou até mesmo amigos gays que talvez não tivessem entendido antes de ver Drag Race.

G: O que mais te surpreendeu nesta jornada participando do show?

M: O impacto social que isso causa em todo o mundo! Ouça, eu sabia que seria um grande negócio quando eles me pediram para fazer a primeira temporada. Eu sabia disso, porque sei o que significa drag para mim. Eu senti isso no meu coração. Mas, eu não fazia ideia do impacto global que isso teria e isso me deixa incrivelmente feliz. Todo mundo precisa de Drag Race em suas vidas!

G: Quando Ru foi indicada pela primeira vez, ele disse estar contente pela indústria estar ficando ciente, mas não é por isso que ele escolhe fazer qualquer coisa que faz. E este ano o show tem um total de 12 indicações. Como o reconhecimento do Emmy fez diferença?

V: Ru sempre, 100%, marchou conforme a batida de seu próprio tambor. Então, quando ele diz isso, você pode apostar nisso. Foi lhe dito por muitos anos que ele não era bom o suficiente, preto o suficiente, hétero o suficiente, branco o suficiente, ou homem o suficiente, então depois de anos ouvindo isso, ele tomou as rédeas das coisas com suas próprias mãos. E graças aos deuses gays que ele o fez! Com isso dito, estamos tão honrados com essas indicações! Você pode imaginar? Nosso programinha de TV gay fazendo todos os garotões tremerem as bases?! Que honra! Você ouve o “é uma honra apenas para ser nomeado”, mas, não é brincadeira, é realmente uma honra!

>  #17 | Drag Race S10E08: The Unauthorized Rusical

G: O show freqüentemente levanta discussões importantes sobre questões sociais, incluindo questões de raça, qual seu aprendizado nisso tudo?

M: Meu aprendizado é, é preciso ser ouvido! Estas são histórias da vida real sendo jogadas em um cenário da vida real, não um programa de TV roteirizado. Essas histórias vêm do coração e precisamos ouvir essas pessoas. Não conheço as histórias até que elas sejam transmitidas na maior parte do tempo, a menos que seja uma confissão como as de Roxxxy, Blair ou Monica, que acontecem no palco principal, e meu coração quebra junto com o resto do mundo. Eu também vejo essas rainhas com tanto amor e admiração por viver e expor suas verdades. É quando a verdadeira cura começa.

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G: Que direção você gostaria de ver o show seguir nos próximos anos?

M: Realmente não há fim à vista! Drag é tudo em todo lugar. Eu adoraria ver a gente continuar expandindo e crescendo junto com a arte drag. Ao contrário da crença popular, estou aqui por tudo isso! Me sinto honrada por julgar tal talento.

Fenton Bailey, produtor executivo da RuPaul’s Drag Race

Randy Barbato, terno azul, e Fenton Bailey, terno preto, produtores executivos de Drag Race.

GLAAD: Como eram as conversas quando você concebeu as primeiras ideias por trás de RuPaul’s Drag Race?

Fenton: Do conceito à produção tudo sobre este show tem uma alegria contagiante. Dito isso, demorou dez anos para encontrar uma casa para o show porque todos – mesmo dentro de nossa própria comunidade – viam drag como um nicho, como marginal. Randy e eu quase desistimos, mas quando Tom Campbell se juntou ao World of Wonder, ele se esforçou muito e uma das muitas coisas surpreendentes sobre Tom é o quão persuasivo ele é.

G: Você sequer previu que algum dia o show teria tamanho impacto cultural?

F: Não é possível calcular ou controlar como um público recebe qualquer trabalho. Se pelo menos tivesse tentado! Embora estejamos tão empolgados com o fato de o programa e sua mensagem terem sido adotados em todo o mundo, não nos atrevemos a desviar o olhar de fazer o melhor show possível.

>  RuPaul se torna artista negro mais premiado do Emmy

G: Qual seu conselho para as rainhas que sonham em participar do show?

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F: Tente! Tudo o que procuramos são rainhas com carisma, singularidade, coragem e talento.

G: O que todas esas nomeações do Emmy significam para o show? – O bom, o ruim e o feio de tudo?

F: É muito bom e uma honra incrível receber doze indicações há quase dez anos nisto. Isso mostra como o público e os colegas reconhecem drag como a incrível forma de arte que é. Esqueça uma ameaça tripla, drag queens são ameaças sêxtuplas… elas cantam, dançam, costuram, fazem cabelo/maquiagem, atuam e manipulam suas próprias mídias sociais sem suar a camisa. Além disso, mostra como Chris McCarthy e Pam Post criaram o show na Logo e agora na VH1, encontrando maneiras de ajudá-lo a crescer sem nunca atrapalhar a paixão criativa do momento!

G: Quais são os seus objetivos para o futuro do show?

F: ”Você nasceu nu e o resto é drag” é algo que Ru sempre diz. É completamente verdade. O fato de que cada um de nós nasce nu, e o fato de que tudo o que se segue é parte da criação de uma identidade faz da arte drag uma idéia que todos podemos nos identificar – afinal, todos nós temos feito isso todas as nossas vidas! Às vezes nos perguntam se estamos preocupados que o show se torne muito mainstream. Mas o que poderia estar errado isso?! Se aqueles na Casa Branca dublassem por suas vidas – sashay away! o mundo poderia ser um lugar muito mais feliz.

G: World of Wonder está por trás de muitos shows e filmes que receberam prêmios GLAA por seu excelente conteúdo LGBTQ, incluindo BIG FREEDIA: QUEEN OF BOUNCETRANSAMERICAN LOVE STORYBECOMING CHAZ, e claro RUPAUL’S DRAG RACE. Por quê a programação LGBTQ inclusiva é tão importante para a WOW e que impacto você espera que tenha? Como evoluiu no decorrer dos anos?

F: Sempre fomos atraídos por pessoas que vivem suas vidas com orgulho. Cada um de nós é único. Tentar se encaixar, ser como todo mundo, ser normal, não é por isso que estamos aqui. Gay ou hétero, somos todos um pouco queer (esquisitos). As pessoas que abraçam essa estranheza e dão o dedo do meio a essa opressiva e falsa ideia de normalidade são aquelas que nos inspiram a contar suas histórias. Porque eles trazem alegria e inclusão para a festa que é extremamente importante num momento em que a divisão, o ódio e a perseguição são os valores do regime atual.

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