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Dragula

Who’s That Queen? Erika Klash

“Eu sinto que na 2° temporada de Dragula eu ainda estava tentando encontrar minha voz dentro do mundo do drag monstro”, afirma Erika Klash nesta edição exclusiva da Who’s That Queen?

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🕓 13 min de leitura

Neste artigo você encontra:

Introdução: Who’s That Queen?
O criador por trás da criatura, digo, a monstra
Como será que foi sua infância?
Uma drag queen mudou a minha vida. Duas, na verdade
Artes dramáticas, aí vamos nós
Da dramaturgia para drag
Erika Klash por Erika Klash
The Boulet Brothers’ Dragula temporada 2/21 curiosidades
Entrevista

Introdução: Who’s That Queen?

Ao andar pela Fifth Avenue, em Nova York, um garoto viu algo e perguntou à sua mãe:

“Aquilo é uma drag queen ou uma monstra?”

Neste caso, as duas coisas.

A história acima não aconteceu, entretanto, achei de bom tom contá-la.

Não para lhe enganar, mas sim para começar mais uma edição exclusiva da Who’s That Queen?

O criador por trás da criatura, digo, a monstra

Michael Gabriel Torres pode ficar tímido quando ainda não conhece alguém.

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Esta é uma característica sua. Tem outras.

Introspectivo e cerebral, ele pertence a uma longa linhagem de Nuyoricans.

Não conhece este termo? Vamos lá!

De acordo com o Urban Dictionary, Nuyoricans podem ser definidos como:

“Uma pessoa de ascendência porto-riquenha, mas nascida/vivendo em Nova York. Ou seja, segunda geração e até imigrantes porto-riquenhos”.

É exatamente o caso de Michael que, nascido em Miami, se mudou com a família para Nova York, EUA, quando tinha 3 anos de idade.

Apesar de já ter vivido em São Francisco, é a Big Apple que ele considera seu lar, onde vive no presente.

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Uma curiosidade é que ele ama o Reino Unido, a ponto de ter passado 1 semestre em Londres, fora às viagens pela Inglaterra.

Mas voltemos ao começo.

Como será que foi sua infância?

Nascido em 25 de janeiro de 1984, um jogo de videogame define a fase criança de Michael: Super Mario All-Stars.

Obcecado, ele jogava no Super Nintendo e, mais do que ser entretido, foi influenciado definitivamente.

De um lado, o mundo dos jogos eletrônicos despertou seu interesse em aventuras, ensinando-o a importância de perseverar e trabalhar duro para atingir seus objetivos.

Do outro, assim como acontece em Super Mario All-Stars, não existe a opção de voltar atrás, somente seguir em frente.

É o ensinamento que ele tirou desta paixão e que guia sua vida atualmente.

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Mergulhar neste universo também o ajudou a evitar um problema dentro de casa.

Pastor, o pai de Michael era abusivo com sua mãe e irmãs. Apesar da natureza delicada destes relacionamentos, havia espaço para o escapismo em família, por assim dizer.

Com o pai, Michael fora apresentado aos longas-metragens de terror.

Juntos eles assistiam filmes da Universal e as películas de Godzilla dos anos 60 e 70

Com a mãe ele acompanhava The Nanny por ambos serem fãs da atriz Fran Drescher.

Sua personagem, a babá Fran Fine, usava um figurino que chamava sua atenção.

Este interesse peculiar voltaria a surgir na vida de Michael quando ele menos esperasse, veja só.

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Uma drag queen mudou a minha vida. Duas, na verdade

Por volta dos 11 anos de idade, Michael, sua mãe e irmãs estavam assistindo To Wong Foo, Thank’s For Everything!

Na sinopse, a história é protagonizada por Vida Boheme e Noxeema Jackson, drag queens vividas por Patrick Swayze e Wesley Snipes.

Elas vencem uma competição regional e precisam chegar à Los Angeles para a etapa nacional do certame.

No meio do caminho às rainhas conhecem Chi-Chi Rodriguez, uma travesti desclassificada do concurso que se junta à elas para que o trio possa competir em Los Angeles.

Este filme foi lançado em 8 de setembro de 1995, nos EUA, com direção de Beeban Kidron.

Entre seus feitos consta o de apresentar, pela 1° vez, a Michael, à arte drag.

Confuso, ele sentiu algo especial com as personagens, mas devido a sua criação, tivera que reprimir absolutamente tudo que passava em sua cabeça.

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>  Saiba tudo sobre "The Boulet Brothers ‘Dragula: Resurrection"
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Artes dramáticas, aí vamos nós

Seguindo em frente, no colégio, Michael caiu de amores pelos filmes do produtor, diretor e roteirista de cinema italiano Dario Argento, o que lhe levou a começar a escrever.

Na sequência, anos depois, é chegada a hora da faculdade na qual Michael estuda roteiro.

Seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) versou sobre 4 drag queens que trabalharam e competiram juntas.

Amante da dramaturgia e de nomes como Charles Busch, Varla Jean Merman e Coco Peru, esta experiência também serviu para Michael aprender melhor sobre uma coisa.

Como criar uma personagem, algo que seria bem útil mais para frente.

Da dramaturgia para drag

Aos 20 anos, Michael assistiu o show de Rugirls como Mimi Imfurst e Alaska Thunderfuck.

Vê-las em cena reacendeu nele o desejo de, como elas, se montar.

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E assim foi 1 ano depois, aos 21.

No seu 21° aniversário, Michael foi ao Lips Drag Queen Show Palace Restaurant & Bar.

Na ocasião, sua 1° vez num show deste tipo.

Ali ele conheceu mais a fundo o que era uma drag local e, destinado a tal, passou a fazer o mesmo para ver no que dava.

Isto em 2014, por volta de 26 de março.

Em meio à competições amadoras, Michael, que cresceu acompanhando RuPaul’s Drag Race, percebeu que, em drag, uma paixão de sua adolescência, poderia conseguir duas coisas.

Resgatar sua feminilidade, retirada rigorosamente durante sua infância e adolescência, e transformar-se naquilo que convém chamar de companhia de teatro de uma atriz só.

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Agora vale colocar aspas para o ano de 2016, quando Michael se apresentou com Me The Drag Queen e sua família drag no Reino Unido.

A viagem foi tão frutífera que, com seu namorado, ele quase morou por lá mesmo tempos depois.

O parceiro havia recebido uma oportunidade de emprego no Reino Unido.

Mas esta é outra história.

Vamos mudar de assunto?

Erika Klash por Erika Klash

Aliás, como surgiu o nome da rainha que é influenciada pela Nintendo e a alegria da arte de seus jogos, como Pokémon, Kirby e Star Fox?

Erika é o nome que à mãe de Michael o teria dado se ele fosse uma menina.

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O sobrenome, Klash, vem do jogo do Mario dos anos 90, Mario Clash, feito para o console Virtual Boy.

Apesar da ideia inicial de sua drag ser uma personagem de desenho animado, videogame e anime, e de que como rainha Erika preenche a lacuna entre drag e cosplay, outros detalhes sobre sua persona são dignos de nota.

Poison Ivy, conhecida aqui no Brasil como Hera Venenosa, de Batman, foi a inspiração original para sua drag.
⦁ A moda de rua Harajuku influencia Erika.
⦁ Assim como o punk e o terror.
⦁ No começo, uma das ideias era ser uma espécie de dublê da Princesa Peach, de Mario.
⦁ Se montar com frequência fez com que Erika visse que ela não precisava focar em apenas uma personagem, tendo um vasto universo de referências para trabalhar.
⦁ Ao aperfeiçoar sua maquiagem e estética, Erika percebeu a importância de desenvolver um trabalho que fosse além de personagens licenciados.
⦁ Finalmente, é neste instante que começa seu amor pela moda de rua japonesa.

A soma de tudo isto ajudou a moldar a Erika de hoje.

Uma rainha da comédia que performa de um jeito que atualiza certos pontos do que é drag ao mesmo tempo em que entrega para o público o que ele, em suma, deseja ter.

Neste aspecto, é preciso ressaltar a estrutura dos shows de Erika.

Eles costumam ter 3 atos que seguem os moldes dos filmes.

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Neles ela complementa a indefectível dublagem com textos falados.

A atitude faz referência ao fato de que, no crossover entre drag e cinema, no palco ela pode executar cenas dos muitos filmes que a marcaram durante a vida.

Segundo a própria contou à imprensa, entregar isto para uma plateia queer é o motivo pelo qual ela faz drag.

Falando nisto.

Erika é amiga de Rock M Sakura, da 12° edição de RuPaul’s Drag Race e, entre às Rugirls, uma de suas favoritas é Vivacious, da 6° temporada.

E já que chegamos no tópico de irmandade…

The Boulet Brothers’ Dragula temporada 2

Sobre a passagem de Erika pela competição das The Boulet Brothers, podemos elencar 21 curiosidades.

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Confira!

1. Em 5 episódios, Erika nunca ficou salva.
2. Erika é a 1° a ficar no bottom 4 vezes na história de Dragula.
3. E também a 1° a admitir que não venceria a temporada, o que ajudou no seu extermínio, em 28 de novembro de 2017, no episódio Scream Queens.
4. Drag Monsters of Rock, o episódio 3, exibido em 14 de novembro de 2017 , foi o único em que Erika ficou entre as melhores.
5. Falando nele: é o floor show preferido de Erika, onde ela se sentiu confiante, afinal, tudo era sobre performance e não próteses chiques.
6. Para Erika, o desafio de extermínio mais assustador foi o do 1° episódio, Get Hooked, transmitido em 31 de outubro de 2017. Nele ela, Felony Dodger e Monikkie Shame foram perfuradas com agulhas hipodérmicas.
7. Sobre esta 1° semana competitiva Erika já disse que gostaria de refazer seu look Cenobite.
8. O duelo de paintball, no episódio 2, Apparitions of the West (7 de novembro de 2017), é o desafio de extermínio que Erika considera mais difícil porque ele exige habilidade.
9. Em entrevistas, Erika afirmou que você pode até tentar se preparar para uma experiência como esta, mas não tem como prever o que acontecerá, não existe um manual de instruções.
10. Os dias no set de filmagem são cansativos.
11. Filth (sujeira) é o princípio de Dragula favorito de Erika.
12. Erika ama e respeita RuPaul’s Drag Race, reconhece a popularização de sua profissão causada pelo programa, no entanto, também sabe que o reality show criou um modelo padronizado de rainhas com base no glamour, o que a faz se sentir excluída, logo, o motivo de sua inscrição em Dragula.
13. O fato de Dragula focar no que é genuinamente queer e transformador, cutucando as normas da sociedade, atraiu Erika para o programa.
14. Em conversa com à imprensa, Erika confirmou que suas irmãs de temporada a subestimaram sobre o tempo que ela duraria na competição.
15. Desde o começo do show, Erika sentiu que as The Boulet Brothers se interessariam mais pelas monstros que estavam próximas de seus moldes.
16. Em depoimento para a mídia, as The Boulet Brothers ressaltaram o quão longe os monstros levaram os desafios de extermínio, com ênfase para Erika Klash que, segundo elas, era muito mais durona do que parecia por trás da falsa imagem borbulhante.
17. Erika gosta de pensar que, com sua participação em Dragula, aumentou a ideia do que é uma drag monster além do óbvio e literal.
18. Ela também não se arrepende de suas escolhas no programa porque eram e são coerentes com a sua drag.
19. Apesar da irmandade, Erika já se relacionou intimamente com Abhora, também da 2° temporada.
20. A propósito: Erika é conhecida como a Pastel Cockroach of Dragula Season 2.
21. Mas você também pode chamá-la de Kawaii zombie bitch.

>  Who's That Queen? Nebraska Thunderfuck
>  Pandora Boxx fala sobre Drag Race All Stars 6

Agora que você já conhece a vida desta monstra de cabo a rabo, que tal ler uma entrevista com ela mesma, a gaymer, harajuku, nerd, Stream and Twitch Queen, Erika Klash?

Leia logo abaixo, Dragliciosa!

Me apresenta à cena drag em São Francisco, Califórnia?

A cena drag de São Francisco é muito diferente de muitas outras cenas em outras cidades dos EUA. Há uma forte história da comunidade tanto em termos de como os artistas se tratam e em termos de engajamento cívico. A cena drag aqui tem uma história com arrecadação de fundos de caridade e engajamento político e as mulheres fazendo drag tem sido uma grande parte da cena também. É um dos poucos lugares onde todos os tipos de drag são bem-vindos e me ensinou muito quando eu estive lá sobre como eu poderia expandir a visão para a minha própria drag, tanto diretamente antes como nos anos após a temporada dois de Dragula.

Sua drag é baseada no universo de jogos e animes. Eu, como uma boa pessoa LGBTQIA+, quando criança, escolhia Kitana, de Mortal Kombat, para jogar. Foi assim com você? Você se “descobriu” através das personagens femininas nos videogames?

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Ao contrário de outros artistas drag que são inspirados por videogames, eu nunca tive realmente um forte apego a jogos de luta como Mortal Kombat. Como fã de Godzilla, os jogos de luta de Godzilla eram o mais perto que cheguei desse tipo de coisa. Sempre fui fã da Nintendo, atraída pelas cores vibrantes e estilos de arte, e fascinada pela forma como esses artistas japoneses e desenvolvedores de jogos interpretaram padrões de histórias e iconografia mais “ocidentais” através de uma lente japonesa. Erika foi originalmente considerada como este tipo de personagem Princesa Peach, uma donzela em perigo que, ao contrário de muitos desses personagens, foi capaz de recuperar sua feminilidade em algo mais poderoso (é onde Sailor Moon começa, características mais heroicas passaram a fazer parte do personagem). Agora Erika tem um pouco mais dessa vantagem, mas mesmo quando ela está interpretando uma personagem que é mais vilã há esse elemento de camp e fofura que suaviza isso.

Sua estética me faz pensar como seria bom ver drag queens em comerciais de televisão, publicidade de videogames, por exemplo. O que falta para vermos as rainhas ocupando estes espaços?

Existem muitos criadores de conteúdo drag queen no Twitch (eu inclusive, desde janeiro de 2021!) que estão afirmando sua porção queer nesses espaços, que muitas vezes foram dominados por homens e heterossexuais, e eu adoraria ver mais disso. Há uma sensação, porém, de que os artistas drag precisam se tornar porta-vozes corporativos, vendendo postagens no Instagram e aparecendo em anúncios em troca de dinheiro de anunciantes, para que possam fazer isso funcionar financeiramente. Eu entendo que os artistas drag têm que usar um sistema capitalista a seu favor, e eu conheço pessoalmente o estresse financeiro, mas quando vejo o drag existindo apenas ou principalmente como meio de vender produtos, fico um pouco triste. A carreira de RuPaul como “Supermodelo do Mundo” e o formato de seu programa também reforçam essa ideia, eu acredito. Hoje em dia, tudo é uma oportunidade para criar uma marca ou vender alguma coisa e, embora talvez seja lucrativa, acredito que essa ideia seja um tanto contrária à ideia de um artista drag como alguém engajado no lado contracultural e subversivo da criatividade.

Quando foi a 1° vez que você ouviu falar da existência de The Boulet Brothers’ Dragula? Quais foram suas primeiras impressões sobre as The Boulet Brothers?

No fim de semana de Halloween de 2016 tive a oportunidade de viajar para Los Angeles, e durante esse tempo fui reservada pelas Boulet Brothers para me apresentar em sua festa semanal na época, Queen Kong. As Boulet Brothers eram e são pessoas gentis, mas elas mantêm seus sentimentos perto delas, então, embora eu pudesse dizer que elas gostavam de me conhecer e trabalhar comigo, elas eram muito compostas e calmas quando interagiam. Enquanto me apresentava naquela noite e durante todo o fim de semana, conheci vários membros do elenco da 1ª temporada, e uma vez que eu tinha voltado para Nova York, às Boulet Brothers tinham anunciado o primeiro episódio da 1ª temporada de Dragula. Eu vi o primeiro episódio naquela noite e assisti isso se tornar o fenômeno que era! Eu estava imediatamente com ciúmes que esses artistas tinham uma nova maneira de se expressar em uma plataforma como essa.

Você foi convidada para Dragula: Resurrection? O que achou do programa?

Eu penso que Dragula: Resurrection foi outro grande passo em frente para o programa! Vimos um grande salto na capacidade de produção da nossa temporada (2ª temporada) da 1ª temporada, e isso me deixou muito feliz em ver o programa continuar a crescer e evoluir em um sentido criativo. A arte tanto na frente quanto atrás da câmera é a principal diferença entre Dragula e outros programas. Todos que elas selecionaram tiveram a chance de brilhar e estou tão orgulhosa de Saint por ter ganhado seu lugar. Eu realmente teria gostado de fazer parte disso e teria sido bom mostrar a todos o quanto eu cresci desde a 2ª temporada, mas o momento para mim, pessoalmente, bem como lidar com as restrições covid onde eu moro (Nova York), teria sido difícil de trabalhar se eu tivesse sido selecionada.

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Qual é o papel de Dragula quando drag está entrando no mainstream?

Fazer parte de um programa como Dragula significa que muito mais pessoas querem saber o que você tem a dizer sobre o mundo do drag, sua experiência naquele programa, etc. Mas eu fiz entrevistas como esta antes de Dragula também. Eu não tinha um programa para falar em particular (a menos que um entrevistador estivesse me perguntando se eu faria um teste para RuPaul’s Drag Race), mas eu tinha muita arte e perspectiva sobre nossa forma de arte para compartilhar: isso nunca mudou! No que diz respeito à Dragula e ao mainstream, ouvi das Boulets (e é evidente para mim também) que elas querem que o programa seja o maior possível sem comprometer os valores e a visão do programa. Se isso continuar verdadeiro, eventualmente o programa vai atingir esse limite e parar de expandir para esse público maior, e eu acho que é corajoso e atrevido para elas fazerem isso, especialmente quando Drag Race já está de olho em capturar o mainstream.

O que você acha da música drag atual? Qual drag queen você gosta de ouvir as músicas?

Eu não escuto 99% da música das drag queens. Há algumas músicas cativantes que ouvi, mas para ser honesta, nenhum dos artistas de gravação fez nada que eu pessoalmente escutasse. É certo que meu gosto pela música é muito estranho e muito nerd, e pode haver uma joia lá que eu perdi, mas muito do que eu vejo de música drag é apenas uma extensão da marca daquela rainha (transformando um bordão ou momento de reality show em uma música, por exemplo). Trixie Mattel e alguns outros parecem estar fazendo música que é um pouco mais pensativa e menos sobre branding, mas não são consistentes com meu gosto pessoal pela música.

O que aconteceu atrás das câmeras que você pode nos dizer agora? Algo incomum ou engraçado.

Depois do desafio Scream Queens, que filmamos nas montanhas de San Bernardino, na Califórnia, voltamos para Los Angeles e estávamos desempacotando nosso material drag quando encontrei um bebê escorpião rastejando na minha roupa do desafio. Era tão pequeno que você mal podia ver ele. É possível que meu dedo tenha se escovado contra ele, mas uma vez que eu vi e percebi o que era (que demorou um pouco), eu surtei (eu odeio aranhas, insetos, escorpiões, etc)! Nós o mantivemos por alguns dias e depois o liberamos. Isso só mostra que Dragula coloca você à prova de muitas maneiras além do óbvio!

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Qual é a principal diferença da Erika Klash da 2° temporada de Dragula para a Erika atual?

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Eu sinto que na segunda temporada eu ainda estava tentando encontrar minha voz dentro do mundo do drag monstro. Sempre fui uma nerd de terror, mas depois do programa, percebi que isso pode ser uma parte tão importante de ser um artista drag nerd quanto as influências de videogame / anime / harajuku. Então, eu adicionei todos esses diferentes elementos de terror à grande mistura de influências que formam minha drag. Fizemos muitas piadas sobre a Abhora não usar maquiagem em tons de pele em nossa temporada de Dragula, mas hoje em dia eu raramente uso maquiagem em tons de pele! Estou sempre experimentando como me transformar usando diferentes cores de maquiagem e diferentes combinações de cores. Eu até mesmo misturei minha maquiagem para obter o tom certo de pastel que estou procurando, expandi para maquiagem reativa à luz negra / UV, aproveitei muito mais as influências de terror em meu drag e continuei pressionando para crescer em termos de design de maquiagem / costura / perucas de efeitos especiais e muito mais.

Posso te fazer uma última pergunta? Quais são, em ordem de importância, seus três momentos preferidos no programa?

1) Nossa equipe vencendo a batalha das bandas de rock no episódio 3. Tínhamos duas crianças do teatro e duas roqueiras de carreira em nosso grupo, então tínhamos o equilíbrio perfeito entre teatralidade, ferocidade drag e energia punk. E foi bom não ser exterminada pelo menos uma vez, embora eu tenha me oferecido para fazer uma tatuagem mesmo assim!
2) Filmando minha cena de morte com as The Boulet Brothers. Todo o processo foi tão colaborativo. Elas me ligaram durante às filmagens, perguntando o que eu estava planejando usar para a cena para que elas pudessem criar um adereço de boneca vodu baseado nisso. Quando começamos a filmar minha cena de morte, elas notaram que porque elas me viam como uma artista muito física, elas pensaram que eu poderia lidar com esse conceito. E lidar com isso eu fiz: eu me diverti muito deixando os produtores passados com a minha flexibilidade! Essa também foi a primeira vez que eu pude usar meu sangue azul em uma cena com eles.
3) Mesmo que essa performance tenha me colocado no bottom, eu me diverti muito filmando minha performance do floor show para o desafio sci-fi. A descrição do desafio escrito nos encorajou a ir para o camp, e eu definitivamente fiz isso com meu personagem (talvez demais?). Estar sob as luzes do palco faz com que os juízes pareçam um pouco confusos, mas eu podia ouvir eles rindo, e isso ajudou a me empurrar para a frente com a minha performance.

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Para ler outras entrevistas exclusivas da Who’s That Queen clique aqui.

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