Atualmente Loris é proprietária da GummiBär Latex, participou duas vezes de The Boulet Brothers’ Dragula e, além de ser uma rainha de 1000 faces, conseguiu o impensável: se sobressair no underground do underground, o nicho popularmente conhecido como drag monsters.
Tida como uma fantasticamente disfuncional bruxa espacial com tendências ultrajantes, Loris Volkle nasceu no dia 27 de março de 1995, na comuna de Winterthur, na Suíça, local no qual foi criada. Atualmente radicada no bairro de North Hollywood, em Los Angeles (EUA), ela viveu uma trajetória digna de registro, como você confere nesta Who’s That Queen?
Ainda criança, por volta dos quatro ou cinco anos de idade, Loris compartilhou com sua mãe o desejo de vestir-se de bruxa. Ela prontamente atendeu o pedido e o montou em drag. Wiccana adepta de rituais desde jovem, marcou a infância do filho, sendo uma influência fortíssima em sua vida pessoal e profissional.
Ao lado disto, sua mãe dançava burlesco nesta fase, uma memória sólida como o apoio paterno, que perdura até hoje. Complementando o núcleo familiar, Curtis Volkle, seu irmão, pode ser considerado um sinônimo de fã número um porque ele estava ao lado de Loris, então aos 17 anos, no longo verão em que ela brincou com a maquiagem da madrasta e decidiu virar drag queen.
O que iniciou despretensiosamente acabou tomando forma concreta, pois Curtis agendou o primeiro show de Loris como drag e foi muito além, diga-se de passagem, afinal, ele também se montou para acompanhar a irmã. É aquele ditado: “A família que faz drag unida, permanece unida”. E tem mais.
Antes de chamar-se Loris ela atendia por Serket Vane, porém, preferiu optar pelo nome de batismo, andrógino e inspirado por rainhas de sucesso que fazem o mesmo, como Willam, Chad Michaels, RuPaul e Bob The Drag Queen. E é como tal, nesta alcunha, que ela passaria pela prova de fogo que pode queimar a mais resiliente das monstras: Dragula.
Durante quatro semanas competitivas, Loris esteve no bottom três vezes, nos episódios um, três e quatro, sendo a primeira a encarar tantas vezes entre as piores. Venceu uma vez e infelizmente teve como destino ser atropelada por um carro em seu extermínio, feito na companhia de Xochi Mochi, a primeira eliminação dupla de Dragula. Antes ela ainda recebeu todos os votos de suas concorrentes para não prosseguir na competição. Deu certo, infelizmente, mas até quando?
Tempos depois, em 20 de outubro de 2020, junto a mais seis drag monsters, Loris tem direito a uma segunda rodada com The Boulet Brothers’ Dragula: Resurrection. Feito com um volume menor de filmagens, este spin-off foi gravado em locais diferentes, sempre com uma equipe de até cinco pessoas, devidamente munida de máscaras e álcool em gel, devido ao coronavírus.
Para esta empreitada Loris conseguiu incorporar roupas de sua família biológica e escolhida, o melhor das habilidades de seus parceiros de trabalho e todo um esforço coletivo considerável que a faz se conectar profundamente com os looks mostrados, com o de fantasma ocupando seu posto de predileto.
Ao final do dia, Loris morreu de novo com um sangramento nasal, não abocanhou os 20.000 dólares de prêmio e a chance de retornar para a quarta temporada, todavia, o empenho dado serviu para mostrar a si mesma o valor de seu talento e a capacidade de fazer roupas diferenciadas de látex. Semelhantes a que você assiste em um certo videoclipe.
Freaky Planet, parceria com Honey Davenport, sua ex-namorada, é uma música produzida por Curtis Volkler que fala das coisas assustadoras que acontecem no mundo atual. Nela a mensagem é passada através de uma batida dançante. Sua letra ganhou vida com ambas no parque, inspiradas, pensando em tudo isto.
Dirigido por Julian Roca-Chow e com participações especiais de Disasterina, Frankie Doom, Foxie Adjuia e Moi Moi Moi, o videoclipe de Freaky Planet fora realizado com produção da BeeZee Productions. Neste trabalho fica nítido o carinho de uma pela outra, uma relação que iniciara na final da décima primeira temporada de RuPaul’s Drag Race, quando Loris fez a maquiagem de Honey. E sua relação com Rugirls não para por aqui, não.
Loris ajustou a roupa de látex de Latrice Royale no All Stars 4. Falando nisto: será que ela, quem sabe, aceitaria participar da competição de Mama Ru? É o que a própria – poliglota, vegetariana desde 2013 e Miss New Mexico Pride 2015 – conta a seguir, na nossa entrevista exclusiva. Confira!
Como foi a sua infância como LGBTQIA+ em Winterthur, na Suíça? A adaptação foi fácil ou difícil?
Crescer na Suíça foi muito diferente dos EUA porque as pessoas são geralmente muito conservadoras e antiquadas. Isso nunca se sentou bem comigo, mas pelo lado positivo, eles são tão avançados em termos de tecnologia e educação, então isso foi definitivamente uma vantagem por crescer lá.
O que você aprende participando de The Boulet Brothers’ Dragula duas vezes?
Aprendi fazendo Dragula duas vezes o quanto posso me esforçar quando se trata de criar minhas roupas! E também a não confiar muito em adereços durante a performance.
Se você pudesse refazer um desafio da primeira temporada, qual seria?
Eu não acredito em refazer, mantenho tudo o que fiz na temporada. Mesmo os momentos mais constrangedores! Mas eu teria deixado as tranças fora do meu look de bruxa na semana um, já que eu sei melhor agora.
Dragula entra no mainstream. Qual a importância da primeira temporada para que isto aconteça?
A primeira temporada realmente deu o tom de toda a série! As Boulet derramaram tanto de si mesmas nela e isso realmente aparece. Se não fosse pelo trabalho que todos naquele elenco e equipe de produção colocaram naquela temporada, Dragula podia não ter explodido na escala maciça que tem!
Se você pudesse formar um grupo pop feminino com mais quatro drag queens, quem você escolheria?