Conforme nos preparamos para acompanhar a nova temporada de RuPaul’s Drag Race, podemos conhecer um pouco mais das rainhas de seu elenco, seja nas redes sociais, Meet The Queens ou entrevistas que elas tem concedido por aí. Então para finalizar nosso “ESQUENTA DA S13” é hora de conferir a entrevista de Gottmik para a EW.
#DragRaceRuveal S13: e pra finalizar temos Gottmik, primeiro homem trans a participar de #DragRace 👑pic.twitter.com/HbZ13VUQgG
— draglicious.com.br (@dragliciouz) December 9, 2020
A partir do momento em que a pequena esponja de Gottmik tocou a ponta da cabeça de RuPaul enquanto trabalhava no set de um videoclipe de Todrick Hall, o prolífico maquiador e artista drag sentiu o espírito divino entrar em seu corpo.
“Eu apenas toquei e [gritei]. Eu estava vivendo minha vida. Foi [energia] suficiente para mim por alguns anos, aparentemente, e agora estou voltando para mais”.
Para Gottmik, “mais” significa, bem, mais do que para qualquer outro concorrente. Mais do que um prêmio em dinheiro e uma chance de fama: é a validação de uma forma de arte que moldou sua identidade e salvou sua vida.
“Esta é minha terceira vez tentando. Se eu tivesse entrado antes desse tempo, estaria literalmente deprimido. Fora do drag, eu não estava em transição [quando me inscrevi no passado], então não estava feliz como pessoa. Eu não estava onde queria estar fisicamente, emocionalmente, mentalmente, espiritualmente, nada disso, então fiz uma pausa na inscrição por um ano ou dois para que pudesse me concentrar na minha parte fora do drag. Agora que estou me sentindo bem, estou no melhor lugar para fazer drag e vou arrasar nisso”.
Gottmik, que usa pronomes masculinos desmontado e pronomes femininos em drag, entra na 13ª temporada como o primeiro homem trans a competir no palco principal de RPDR e o primeiro competidor transgênero a aparecer numa temporada regular desde Peppermint na S9, e ele não considera o título [de primeiro homem trans no show] – ou o poder da forma de arte – levianamente. Para um mestre da maquiagem que pintou os rostos de Heidi Klum, Paris Hilton, Tinashe, Cindy Crawford e Gigi Gorgeous, Gottmik é versado na arte da beleza estética e gravitou em direção à maquiagem durante sua transição como uma “máscara” de armadura que realmente o ajudou a se entender mais profundamente, sob a própria pele.
“Eu sempre fui bom em maquiagem e, se saía como drag, era a única vez que as pessoas pensavam que eu era um homem. Eu estava vivendo para isso, tipo, eu amo isso! Eu não iria sair a menos que estivesse da cabeça aos pés como drag. Mesmo que eu esteja com enchimento, sobrancelhas e maravilhosa, sou feminina, mas é uma coisa estranha e alienígena, não quero ficar muito bonita. Assim que fiquei mais confortável comigo mesmo fora do drag, meu personagem drag foi capaz de realmente ser minha arte, e foi quando eu comecei a levar isso a sério”.
Agora, você o encontrará pintando o rosto completamente branco (ele se inspira em palhaços assustadores, e ainda tem imagens grotescas deles espalhadas pelo apartamento) como uma tela branca para o “estranho e legal” porque, assim é a vida, “é o circo, vadia!”. E no universo de Gottmik, você está recebendo volume total, de comédia e pura “psicopatia” o tempo todo. Essa estética se encaixa perfeitamente na família de RuPaul’s Drag Race, que ele chama de ambiente acolhedor, ao contrário da indústria drag externa na qual ele sempre lutou para se encaixar. Falando em RuPaul, Gottmik o chama de “pessoa mais incrível e solidária” que “mostrou amor pela minha drag e pelo que eu faço”, e promete aos fãs que seu relacionamento será um grande destaque.