Chegamos ao terceiro ano do papel mais imprevisível de Drew Barrymore. Santa Clarita Diet chega comemora sua terceira vinda a Netflix lidando com a evolução dos personagens e desenrolar dos conflitos.
Essa que pode ser considerada uma das séries mais “maratonaveis” da atualidade sempre conseguiu misturar temas opostos de forma natural e fluída. Uma morta-viva comediante e cheia de amor pra dar não é mais uma questão a ser explicada, já fizeram isso muito bem no primeiro ano. As questões éticas que entornam o canibalismo já foram colocadas em jogo na segunda temporada, a mais gore de todas. Agora já estamos no terceiro ano e acumulamos assuntos não resolvidos nas ultimas duas: a família.
O planejamento para que nunca falte um tema durante a temporada é nítido, o fato de que as três temporadas se passam em apenas um mês, a terceira começa horas depois do ultimo episódio da segunda temporada, ajuda quando o assunto é apresentar tópicos para serem resolvidos futuramente. Desde a primeira temporada sabíamos que por mais esforçados que fossem, Joel e Sheila não são os melhores pais de Santa Clarita. Ter um membro da família que come carne humana é, sem dúvidas, uma grande distração para que sua filha Abby não tenha se tornado uma prioridade até então, mas a personagem não deixa de evoluir e chega forte e decidida a fazer a diferença na nova temporada.
O roteiro é o ponto forte da trama, apesar de lidarmos a maior parte do tempo com consequências da temporada anterior, a cada episódio temos plot twist que pode acarretar em um problema ou até mesmo solução no futuro, tudo é muito bem amarrado para que após dez episódios a história faça sentido, mesmo que de forma irônica.
O verossímil foi deixado de lado na segunda temporada, agora a comédia é totalmente abraçada, é visível a redução de cenas gore e assustadoras, uma Sheila muito menos sangrenta e mais preocupada com suas responsabilidades como um ser morto. Um dos pontos altos da temporada e que acrescenta muito ao tom cômico e creep é a cabeça falante de Gary, interpretado por Nathan Fillion, que manteve seu papel e também reflete sobre sua existência e significado no mundo.