Que comecem os jogos da fofoca! Enquanto RuPaul’s Drag Race All Stars 10 ainda esquenta os motores na memória do público, uma treta de proporções épicas – e deliciosamente contraditórias – eclodiu nas redes, transformando a “irmandade” pós-temporada em um campo de batalha de tweets, lives e acusações. No centro do furacão, ninguém menos que a multi-finalista e agora campeã Ginger Minj, que decidiu usar um podcast como púlpito para contar uma versão dos fatos que suas colegas de elenco imediatamente classificaram como… digamos, fatos alternativos.
A trama começou com Ginger, em entrevista à drag Kelly Mantle, soltando a pérola que acendeu o pavio:
Ginger Minj: “Vocês querem falar sobre o All Stars 10 e como eu fui tratada. Muitas das garotas pessoalmente no All Stars 10 foram muito gentis comigo na minha cara, foram muito solidárias na sala a ponto de eu sentir que estava em um espaço seguro onde eu poderia ser vulnerável com elas e compartilhar essa experiência. E então, assim que começou a ir ao ar, elas simplesmente começaram uma por uma, meio que desertando e indo, ‘ah, posso ganhar mais engajamento nesse post se eu detonar a Ginger’ ou ‘se eu disser isso sobre ela’ ou ‘vou esperar até a próxima semana e então direi isso’. E Mistress Isabelle Brooks é uma das duas – a outra é a Lydia – que toda semana que eu estava naquele programa de TV me ligava ou me mandava mensagem dizendo, ‘bicha, você estava ótima. Você foi incrível. Você merece isso. Foda-se o que as pessoas estão dizendo.’ Ou elas ligavam para checar como eu estava, tipo, ‘tem muito discurso rolando. Como você está?’ Então, seja lá qual for a temporada em si, que foi difícil estar naquela situação com a Mistress, há momentos naquele primeiro Untucked do Snatch Game onde eu literalmente dissocio.”
Ela prosseguiu, em tom de mártir abandonado, elogiando Mistress Isabelle Brooks e Lydia como as únicas duas que, semanalmente, ligavam para checar como ela estava lidando com o hate online. A mensagem subentendida era clara: “Estou sozinha, fui traída, e só duas se importam”.
A internet, é claro, engoliu o drama em um gole. Até que as respostas começaram a chegar. E, manas, não foram com flores e abraços.
Capítulo 1: A Contradição em (Vários) Tweets
Poucas horas depois do tea ser servido, fãs atentos – e com memória de elefante para reality show – foram vasculhar o próprio histórico de Ginger. E o que encontraram foi uma coleção de posts que desmontavam a narrativa da solidão.
ok i’m genuinely not trying to call ginger a liar but these are both stories about the all stars 10 call 😭😭 am i missing something? why are they different stories? pic.twitter.com/WGQFIhMpDC
— meg 🌙 (@meg_velour) December 26, 2025
Em resumo: a mesma Ginger que agora dizia ter sido ignorada, publicamente agradeceu diversas colegas – Daya Betty, Aja, Heidi N Closet – por terem checado como ela estava durante a exibição. Era o clássico “pick and choose”: escolher fatos que cabem na narrativa de vitimização do momento e convenientemente esquecer os agradecimentos públicos. A contradição era tão gritante que nem precisava de um “She done already done had herses” – ela já tinha feito sozinha.
Capítulo 2: O Elenco Reage – E Não é Com “Love and Light”
A revolta não ficou só no bando de fãs chocados. As próprias drags citadas (e não citadas) resolveram pegar o microfone – ou melhor, o teclado – para se defender. E a primeira a jogar a primeira bomba de glitter foi Daya Betty, com a sutileza de um martelo.
Daya Betty: “Eu chamo de palhaçada, @TheGingerMinj. Como se várias garotas do elenco não tivessem checado como você estava. E sim. Eu definitivamente parei de procurar. Por quê? Porque TODA conversa que a gente tinha sempre acabava SÓ sendo sobre você… Agora, eu não te culpo por isso, porque eu sou uma vadia que também gosta de falar sobre mim mesma. Serei a primeira a admitir. Mas não tente bancar a vítima como se ninguém tivesse te apoiado. Acho que as pessoas simplesmente começaram a se cansar da sua festa de autopiedade.”
Uau. Daya não veio com meias-palavras e ainda foi endossada por Jorgeous, que estava há meses sumida do X: “Você, literalmente, a apoiava”. Daya basicamente pintou um retrato de Ginger como uma “vampira de energia” que drena a empatia alheia até secar. Uma acusação pesada, que vai muito além de um simples desentendimento.
Bosco também reservou um tempo nas festividades para mandar seu shade:
“Não sei se você algum dia vai conseguir um papel na Broadway, mas eu admiro sua dedicação em interpetar a vítima”.
Aja Miyake Mugler também entrou na briga para dar seu depoimento. Primeiro ela debochou, afirmando que ninguém “checava como Ginger estava”, pois a própria Ginger não “checava” nenhuma das outras garotas.
“Yeah I didn’t call that b***, I Don’t Give A F***, B** I don’t know you like that…” Aja says after Ginger claimed that none of her season sisters reached out to check on her. pic.twitter.com/23fnmFgA7X
— Drag Base (@DragBasee) December 27, 2025
Então, trazendo um tom mais contido, porém igualmente incisivo, sobre como a situação foi distorcida:
Aja (traduzido): “Só para esclarecer rapidinho, eu também estava lidando com muita coisa durante as filmagens, e as pessoas que são realmente próximas a mim sim checaram como eu estava. Eu não estava esperando que um monte de pessoas entrassem em contato, porque isso seria irrealista. O clipe que está circulando é de uma Live no Instagram onde eu estava literalmente descobrindo o que estava acontecendo através dos comentários enquanto estava ao vivo. Eu só estava sendo honesta sobre como me senti naquele momento. Ainda não vi a entrevista, e não pretendo ver. Não me interessa realmente. Para mim, pessoalmente, não foi tão sério assim. Eu entendo que algumas pessoas podem se sentir de certa forma ou foram pegas de surpresa pela declaração, o que é válido. Ao mesmo tempo, eu acho meio loucura dizer que ninguém checou quando as pessoas realmente checaram.”
Aja trouxe o contexto crucial: a fala dela que Ginger pode ter usado como “prova” do abandono foi tirada de um momento de pura emoção numa live, não um manifesto pré-meditado. Além disso, ela joga a real: todo mundo tava passando por alguma coisa, o apoio tem limite, e ninguém é obrigado a ser terapeuta de colega de trabalho 24/7.
Capítulo 3: O que Fica Dessa Celeuma Toda?
O que temos, no fim das contas, é um clássico caso de “telefone sem fio” emocional virando treta pública. De um lado, Ginger Minj, uma queen veterana e sensível, que pode ter vivenciado a experiência pós-temporada como uma traição e, em um momento de vulnerabilidade no podcast, generalizou uma dor que era específica. Do outro, um grupo de colegas que se sentiu injustamente acusado de falta de empatia e trabalho em equipe, depois de ter, segundo elas, estendido a mão.
As lições?
- O trauma de reality show é real e as feridas abrem na tela.
- Narrativas públicas são armadilhas perigosas – o que você posta agradecendo hoje pode ser usado contra você amanhã.
- E, talvez a mais importante: no mundo de Drag Race, se você vai jogar uma bomba em um podcast, prepare-se para a chuva de tweets que virá em resposta. A irmandade é forte, mas o rebote é mais rápido.
Fica a pergunta: isso vai virar um Untucked temático no All Stars 11? Só o tempo (e o contrato de confidencialidade) dirá. Enquanto isso, o público agradece o entretenimento extra-telas.
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