“Nunca deixa de me surpreender como nossa própria comunidade é rápida em nos derrubar. Em vez de celebrar quatro artistas negras e latinas lotando shows no Reino Unido e prestes a conquistar a Europa, alguns de vocês preferem ficar online dissecando corpos, fantasias e contas bancárias como se fossem qualificados. (…) Enquanto vocês apodrecem atrás de suas telas, nós prosperamos. Somos amadas, lotamos shows, fazemos história. E a amargura de vocês nunca vai nos tirar isso.”
Em um texto contundente publicado nas redes sociais, a rainha Aja (que participou da 9ª temporada de RuPaul’s Drag Race, All Stars 3 e 10) rebateu com força as críticas dirigidas a ela e a outras três artistas negras e latinas que compõe sua família drag – Xunami Muse, Kandy Muse e Dahlia Sin – durante a turnê no Reino Unido.
O Gatilho da Polêmica
As críticas começaram por parte da mãe drag de Mistress Isabelle Brooks, Chavelle Brooks, após a publicação de fotos do grupo – todas ex-participantes de Drag Race – durante apresentações na turnê.
Algumas drags e fãs questionaram:
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“Looks simples” (comparando com padrões pageant)
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“Proporções corporais” (comentários sobre padding e silhuetas)
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“Falta de polimento” (acusações de que estariam “desleixadas”)
Um comentário específico de Elliott With 2 Ts (que chamou Kandy Muse de “jump scare” – susto) foi destacado por Aja como especialmente problemático. Kandy ainda usou suas redes para responder especificamente Elliott, mencionando sua passagem problemática por Drag Race 13, em que foi acusada de ter sido racista com várias rainhas do elenco.
A Resposta Incisiva de Aja
Em sua publicação, Aja fez questão de:
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Celebrar a conquista de 4 artistas negras/latinas lotando teatros no Reino Unio e em breve na Europa
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Criticar a cultura de ódio dentro da própria comunidade LGBTQ+:
“Em vez de celebrar, vocês ficam analisando corpos, fantasias e contas bancárias como se fossem especialistas.”
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Defender a diversidade da arte drag:
“Drag de concurso é lindo, mas não é o que faço. Há espaço para todos. Parem de comparar maçãs com laranjas.”
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Expor a transfobia velada:
“Fazer body shaming em uma mulher trans em 2025 é nojento. Falar de padding e proporções enquanto ignoram arte e performance? Isso só mostra a amargura de vocês.”
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Relembrar a realidade financeira das artistas:
“O Drag Race não nos fez milionárias. Muitas de nós investimos cada centavo nessa turnê, viajamos com trocados no bolso, e ainda assim criamos algo maior e melhor do que imaginam.”
O Recado Final
Aja finalizou com um tiro de misericórdia:
“Enquanto vocês apodrecem atrás das telas, nós prosperamos. Somos amadas, lotamos shows, fazemos história – e a amargura de vocês nunca vai apagar isso.”
O Contexto Visual
As imagens que geraram a polêmica mostram as quatro artistas em looks considerados “menos elaborados” por parte do público – mas Aja ressaltou que são fotos de momentos específicos de um show de 5 minutos de alta energia, não representando a totalidade da produção (com múltiplas trocas de roupa, coreografias e vídeos).
Por Que Isso Importa?
O debate revela uma divisão profunda na comunidade drag:
De um lado, puristas dos concursos de drag (que valoriza looks impecáveis e padrões tradicionais.
Do outro, artistas que priorizam performance, conceito e identidade acima do conceito tradicional de “polimento”.
Aja lembra que drag não é só glamour – é também expressão, resistência e trabalho duro.
O post com o texto completo de Aja pode ser lido aqui. Leia mais babados drag aqui.