Foi ao ar mais um episódio de RuPaul’s Drag Race All Stars 9! Leia a seguir a resenha. Contém spoilers daqui em diante.
Não vou prestar a todos nós o desserviço de chamar isso de “um episódio” de RuPaul’s Drag Race. Já teve filler antes – quatro desafios principais onde foi predeterminado que ninguém iria para casa, shows de clipes ignoráveis, finais ao vivo onde a vencedora era óbvio, etc. Nada que parecesse ser um episódio real de TV e depois não fosse. Para ser totalmente honesto, isso foi um insulto de desperdício de uma hora que eu preferiria que me fosse devolvido. E o pior é que piorou o resto da temporada por extensão. Sequer tiveram a gentileza de nos dar entreter com bom drag. Ou, para ser honesto, qualquer drag.
Começamos o episódio com as rainhas jogando um jogo oferecido pela caixa rosa peluda para arrecadar mais dinheiro para suas caridades. Isso foi fofo, mas no contexto do episódio, parecia apenas preenchimento de tempo. Pelo que vale, isso nos levou até o ponto dos sete minutos. Não posso dizer que estava entediado, mas certamente não estava interessado em assistir isso.
A seguir veio um mini-desafio que na verdade era um desafio principal (fazer um makeover [transformação], mas rápida, na equipe de produção). Isso nos trouxe 22 minutos de episódio para quem está acompanhando. Na temporada original de Roxxxy, teria sido tempo suficiente para fazer uma introdução, um mini-desafio, o anúncio de um desafio principal, a preparação de um desafio principal e a filmagem de um desafio principal. Pelo menos. O que estou dizendo: isso foi bastante… uhhhh… preenchido.
Já que, por ser o único momento drag do episódio, somos forçados a levar esse mini-desafio a sério: a rainha barbuda de Mik parecia basicamente a melhor em virtude de sua maquiagem sempre transformadora, colocar a peruca de Shannel em uma cabeleireira foi cruel, as meias super masculinas do cara de Roxxxy foram hilárias, a estrutura óssea do cara de Angeria seria incrível se eles lhe dessem tempo. Plastique foi fácil, a garota de Nina era encantadora, Vanjie poderia ter encontrado uma roupa melhor para aquela parceira, e o filho de Jorgeous (aquele que era filho de Sasha Colby) merece um verdadeiro desafio de makeover. Não me importei com quem ganhou, mas então foi anunciado que “todas” venceram e fiquei legitimamente irritado. Se sou eu escolhendo, digo Nina. A filha dela era a mais divertida.
É então anunciado que o Show de Talentos dará três medalhas às meninas vencedoras. Esta foi uma reviravolta ruim na temporada passada e uma reviravolta ruim nesta temporada. Isso faz com que todos os desafios das semanas anteriores tenham tido um único resultado: colocar Roxxxy no top 3. O trabalho de ninguém mais importa. Os looks de Plastique? Ninguém se importa. A estratégia de Jorgeous? Deu nada. O drama de vários bloqueios de Angeria? Tanto faz. Esta temporada, já insípida, representa em grande parte um único desafio, mas não porque as estrelas quiseram assim, mas porque a produção também o quis. É irritante. Por que gastei meu tempo nisso? E a pior parte é que as meninas sabiam que isso iria acontecer (Roxxxy literalmente chama isso de “a reviravolta que sabíamos que estava por vir”), então por que elas se importariam com a temporada até agora? Tudo o que é possível segue sendo feito para desencorajar qualquer pessoa de se preocupar com seu desempenho nos desafios.
Somos então brindados com cenas alternadas das meninas ensaiando coreografias que não conseguimos ver e almoços tic-tac com Ru. Esses almoços são em grande parte superficiais. Desculpe, eu sei que algumas garotas choram, mas tudo parece forçado demais para me afetar. Elas precisam se afastar da natureza fabricada da vulnerabilidade e potencialmente perder esse drama, ou fazer o que fizeram na temporada 16 – transformar a necessidade de serem vulneráveis em um desafio de entrevista no qual as meninas possam competir e que mostre por que ser totalmente honesta é necessário . Isso simplesmente cheira mal. Ru, pelo que vale a pena, é terrível nesses encontros individuais de uma forma que ela não é na maioria das vezes. Ela é afetada e desajeitada e realmente não brinca. Parece que alguém está um pouco entediado no trabalho. Razoável! Ninguém consegue dar 100 por cento o tempo todo, mas observá-la levemente presente no momento enquanto Plastique soluça é extremamente desconfortável.
Então, temos a reviravolta final do episódio: as meninas votam em uma garota para ter seus distintivos duplicados. Pelo que vale: todas deveriam basicamente votar em Roxxxy. A única coisa pior do que você não conseguir é um de seus concorrentes conseguir. Roxxxy tem quase garantido um lugar entre as três finalistas (ela pode perdê-lo se uma garota com três distintivos tiver seus distintivos dobrados, então Plastique e Jorgeous vencem o show de talentos, mas essa é uma combinação improvável de eventos). Plastique vota em Roxxxy – ela não diz que é estratégico, mas como ela é de longe a melhor em estratégia, imagino que seja. Nina também vota em Roxxxy, o que ela considera um descarte estratégico de seu voto. Acho que o resultado mais engraçado para esta temporada é se, no final das contas, for para Roxxxy, e o voto descartável de Nina der isso a ela. De qualquer forma, eu sou #TeamRoxxxy, pelo que vale a pena – é a única maneira pela qual a temporada que acabei de assistir seja relevante.
Esse episódio merece três coroas, afinal o que vale é a intenção.
