Jinkx Monsoon se tornou um dos melhores vilões de ‘Doctor Who’ em um único episódio

“The Devil’s Chord” apresentou o vilão mais caótico de Doctor Who desde que a versão do Mestre de John Simm apareceu pela primeira vez nas telas em 2007. O último episódio da BBC One e da reinicialização suave de Doctor Who da Disney é uma prova de dois conceitos: quanto de seu próprio tempo um britânico lhe concederá por uma xícara de chá e quanto cenário Jinkx Monsoon pode devorar em 51 minutos. A vencedora de RuPaul’s Drag Race e estrela da Broadway conhece bem a tela, com vários créditos televisivos em seu nome, incluindo Steven Universe e AJ and the Queen, mas sua vez como o sinistro Maestro pode levar toda banca.

Ser o destaque de um episódio que apresenta a melhor atuação de Ncuti Gatwa como o Doutor (até o momento) não é pouca coisa, mas Maestro consegue roubar a atenção em cada cena que dá o ar de sua graça. Com toda a irreverência de Ursula de Pat Carroll, Jinkx Monsoon gargalha e saltita pela tela em um retrato alegremente maligno daquele que já pode ser visto como um vilão clássico. Como o deus não binário Maestro, Monsoon devora ansiosamente cada segundo de tempo na tela que lhe é dado e devolve o que já promete ser o antagonista mais memorável da temporada.

Maestro nos mostra quem manda em ‘Doctor Who’

“The Devil’s Chord” começa exatamente com isso; na década de 1920, o compositor Timothy Drake (Jeremy Limb) dá ao seu jovem aluno uma aula de piano de teoria musical antes de tocar o acorde do Diabo, um estranho trítono supostamente banido pela Igreja Católica, para não trazer o Diabo. Na hora certa, com o entusiasmo de uma dançarina saindo de um bolo, o Maestro irrompe no piano em toda a sua glória diabólica. Maestro não perde tempo em colocar seus planos em ação, roubando a essência musical do Sr. Drake com um gemido e uma risada antes de quebrar a quarta parede e lançar-se em uma versão assustadora do tema do título de Doctor Who.

Quando o Doutor (Ncuti Gatwa) e Ruby Sunday (Millie Gibson) visitam a Inglaterra em 1963, na esperança de ver os Beatles gravarem seu primeiro álbum de estúdio, os espectadores veem a discórdia que Maestro conseguiu semear em poucas décadas. Devido ao seu apetite insaciável pela música, o Maestro não apenas roubou a música do mundo, mas também criou ativamente uma aversão por ela. Não sobrou uma alma no mundo que toca música com o coração, inclusive os Beatles. Tentando descobrir a causa dessa doença musical, o Doutor fornece um piano a Ruby e a instrui a “trazer a música de volta”. Seu plano parece funcionar, com os moradores próximos até curtindo a música de Ruby, mas em pouco tempo, Maestro emerge do piano com uma risadinha de arpejo familiar, que faz o Doutor correr. Poucos vilões em Doctor Who foram imponentes o suficiente para assustar o Doutor e fazê-lo se esconder, mas Maestro nem sequer mostra seu rosto antes que o Doutor considere a situação fora de controle e corra para as colinas.

‘Doctor Who’ apresenta o filho do fabricante de brinquedos

A risada do Maestro é algo que os espectadores já ouviram antes. ‘The Giggle’, parte do especial do 60º aniversário de Doctor Who, reintroduziu o Toymaker (Neil Patrick Harris), um vilão clássico de Doctor Who trazido para o século 21, e sua agora famosa risada de arpejo. Conforme explica o Doutor, o Fabricante de Brinquedos avisou que “[suas] legiões estão chegando” e o Maestro deve ser o primeiro. Usando um diapasão como uma espécie de radiestesia, Maestro caça o Doutor e Ruby antes de alcançá-los na atual Londres. Em um monólogo clássico do vilão, Maestro deixa cair a grande revelação de ‘The Devil’s Chord’: que as semelhanças não são coincidência, e eles são filhos do Toymaker. Um deus por direito próprio, como seu pai, Maestro é a essência da música e planeja se alimentar de todas as músicas não cantadas até que o universo pare de girar.

Aprovando as regras de jogo limpo do Toymaker, o Doutor força o Maestro a revelar que assim como o acorde certo os convocou, o acorde certo será suficiente para bani-los. Maestro então prende Ruby e o Doutor em 1963, assumindo o controle da TARDIS, e a dupla trabalha para encontrar as notas do banimento, os acordes necessários para banir o filho do Toymaker. Não demora muito para que Maestro alcance o Doutor mais uma vez e, assim como Úrsula da Pequena Sereia, tenta roubar a essência musical de Ruby, as canções desconhecidas de uma garota que toca “músicas apaixonadas para lésbicas de coração partido”, o último humano com música em seu coração (Maestro adoraria Chappell Roan).

Maestro de Jinkx Monsoon rouba a cena em ‘Doctor Who’

Depois de uma batalha musical entre o Maestro e o Doutor que envergonharia “The Devil Went Down to Georgia”, o Maestro é derrotado com uma ajudinha dos amigos do Doutor. Sacou? São os Beatles, John e Paul especificamente, que tocam o acorde final que expulsa o Maestro de volta de onde veio. Mas quando Maestro é finalmente banido, chutando e gritando, pela primeira vez em muito tempo, parece uma pena dizer adeus a um vilão verdadeiramente memorável de Doctor Who.

De longe, o destaque de “The Devil’s Chord” é a atuação de Jinkx Monsoon como Maestro. Não há competição: desde o segundo em que ela aparece na tela, Monsoon dá risadinhas e supera o palco em uma das performances mais memoráveis ​​de Doctor Who. O Maestro de Monsoon chama a atenção dos espectadores e se recusa a desistir, transformando cada cena sem Maestro em um tentador jogo de espera. A decisão de Russell T. Davies de escalar a inimitável Monsoon (duas vezes vencedora de RuPaul’s Drag Race) como Maestro foi puro genialidade e sem dúvida foi graças a performance de Monsoon na Broadway em Together Again, Again! Muito parecido com sua personalidade drag, a interpretação do diabólico Maestro por Jinkx Monsoon cria um vilão do qual os espectadores não conseguem tirar os olhos.

Doctor Who está disponível para assistir na Disney+.

Via Collider.