O “Snow Ball” [baile de neve] foi o destino final para uma de nossas rainhas!
Parafraseando Shemar Moore no Daytime Emmys de 1999: A seca acabou, Scarlett Bobo! Muitas rainhas foram chamadas (ou autodenominadas) de Susan Lucci* de Drag Race ao longo dos anos, desde RuPaul batizando Pandora Boxx na 2ª temporada, até Jackie Cox se descrevendo como tal na 12ª temporada. Mas para mim, Scarlett é a merecedora master do título: depois de se classificar sempre no topo nos desafios anteriores sem vencer nenhum, ela finalmente conseguiu sua vitória no último segundo possível.
(Susa Lucci é uma atriz que concorreu a vários Emmys ao longo dos anos e venceu apenas uma única vez).
Sua vitória veio no desafio Snow Ball, que Scarlett ficou muito animada por ter conquistado, e de um painel de jurados liderado pela jurada principal de RuPaul’s Drag Race, Michelle Visage. Isso sapenas tornou ainda mais doce: Scarlett venceu um desafio icônico, carimbado por um membro da elite de Drag Race. Além disso, ela garantiu sua vaga entre as três finalistas.
Chegando neste episódio, as chances estão contra Scarlett. Sua falta de vitórias é mencionada repetida e livremente, e Jimbo afirmou abertamente em seu confessionário que ela apenas considerava Priyanka e Rita Baga suas concorrentes. Como aconteceu no All Stars 5, é fácil imaginar o top 3 como o trio esperado, com a rainha sem uma vitória em desafio principal indo para casa na última oportunidade.
Mas a vitória de Scarlett de repente torna a chegada no topo um pouco mais disputada. E considerando os resultados variados deste desafio, tudo parece possível. Será a favorita dos fãs, Jimbo, a lipsync assassin Priyanka ou a polida veterana Rita a cair no obstáculo final?
Depois que Stacey McKenzie e sua trança verdadeiramente incrível introduziram o desafio na sala de trabalhos, as rainhas começaram a montar três looks: um look de Executiva Festeira, um look de Caminhada da Vergonha Gelada, e finalmente, um look de Rainha do Inverno Elegante que elas tiveram que costurar por conta própria. Sim, pela primeira vez desde a 9ª temporada, é um tradicional desafio de ball de Drag Race. (As temporadas regulares de RuPaul’s Drag Race agora optam por um baile durante com 10 ou 11 rainhas ainda no jogo, enquanto o All Stars ignora completamente ou faz um ball modificado com dois looks.)
Scarlett inicialmente ficou desesperada considerando sua falta de habilidade como costureira, mas isso realmente a ajudou no final. Ela foi com um visual mais simples para sua passarela eleganza, enquanto suas rivais foram com looks tão exagerados que mal conseguiram andar. Eu previ alguns olhares de reprovação para Scarlett por receber tantos elogios, considerando como seu look tinha menos material em comparação com Rita ou Jimbo. Mas não confunda simplicidade com falta de detalhes: Scarlett conseguiu um visual impressionante inspirado em sua pegada punk rock que se destaca da multidão.
Jimbo e Rita são enganadas (literalmente) por sua ambição. Elas exageraram em seus looks elegantes e, embora o artesanato real seja impressionante, sua apresentação na passarela falhou pela forma como os vestidos restringiram seus movimentos. Priyanka fez o pior dos looks finais, um maiô padrão com enfeites colados nele. Michelle realmente fica chateada por isso, embora tenha apontado como o cabelo e a maquiagem de Pri foram superiores.
O design é apenas uma parte deste desafio final; as rainhas também tiveram que modelar dois outros looks. Foi nisso que Priyanka brilhou. Ela desenvolveu dois personagens distintos para executive realness e walk of shame. No primeiro caso, ela é uma chefe muito ansiosa que faz de tudo para o Natal; no último, ela ainda está de ressaca da noite anterior, mas não totalmente pronta para ainda para voltar para casa. A mente de Priyanka é feita para contar histórias, e é por isso que ela sofreu mais com desafios de improvisação. Por conta própria, ela pode criar personagens e contos inteiros; deixada para brincar com outros na hora, ela congela.
Os outros dois looks de Priyanka a salvaram do bottom, enquanto os de Scarlett a impulsionaram para a vitória. Jimbo seguiu o caminho sexy para ambos, o que funciona para o walk of shame, mas nem tanto para o executive realness. Rita, por outro lado, é reprovada em ambas as categorias, indo muito alto em termos de conceito para o walk of shame e mal apresentando um conceito para executive realness.
Esta é a segunda semana consecutiva que Rita vacila e é um momento difícil para estar desmoronando. Jimbo tem um histórico pior no geral, mas isso se deve em grande parte a um julgamento ruim. Esta é a primeira vez que eu acho que sua colocação no bottom é justa e, infelizmente, ela é deixada para dublar usando uma roupa que não a permite andar. Ela passa a maior parte da performance da música “Closer” de Tegan and Sara nervosamente segurando sua coroa, preocupada se vai cair de sua cabeça. Rita é desinibida em comparação, até cortando o vestido para dar a ela mais habilidade de desempenho. Opinião impopular, talvez, mas não gosto quando as rainhas cortam suas próprias roupas; Eu percebo o impulso, mas leva muito tempo e não é um movimento dramático o suficiente. (Embora Ginger Minj cortando os seios unidos dela e de Sasha Belle na S7 seja uma exceção gloriosa.)
Infelizmente, Jimbo não conhece realmente suas palavras, e o desempenho de Rita é muito mais forte no geral. Isso marca o fim da linha de Jimbo e é um corte final brutal. Eu sabia que as eliminações do top 5 e top 4 seriam difíceis, mas se servir de consolo para Jimbo e Lemon, eles estão indo embora como duas fan favorite da temporada.
Falarei mais sobre isso na próxima semana, mas acho que este episódio é um bom exemplo da falta de qualidade geral de Canada’s Drag Race. Existem grandes momentos, e as próprias rainhas são nada menos que espetaculares como personalidades. Mas há algo não polido em tudo isso. Os looks lembram muito o começo de Drag Race – não é uma coisa ruim, apenas digna de nota – e a produção parece de má qualidade em alguns aspectos notáveis. Sim, há o julgamento, que é um problema enorme. Mas a parte do apresentador convidado também precisa ser reformulada: eu diria que apenas três ou quatro das pessoas trazidas nesta temporada realmente sabiam como lidar com todos os aspectos do trabalho.
Dito isso, Canada’s Drag Race é incrivelmente charmoso. Na verdade, eu diria que é mais agradável em um nível de assistibilidade do que meu amado RuPaul’s Drag Race UK – que conseguiu ser uma primeira temporada de um spin-off muito mais polido. Estou torcendo por CDR, porque acho que, com algumas correções, pode ser a joia da coroa na franquia. Há tanta coisa certa que é ainda mais frustrante quando outros elementos não funcionam.
Como eu disse, veremos mais sobre como consertar essa versão do programa na próxima semana. Mas, por agora, vamos mergulhar em nosso top 3. Temos uma lenda de Quebec, uma apresentadora de TV infantil que se tornou uma princesa deslumbrante e uma boneca punk rock com um dos desempenhos mais limpos da história da Drag Race. Esta realmente será uma luta até o fim. Mal posso esperar para ver quem fica com a coroa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi estranho este tipo de mini-desafio aparecer tão para o fim da temporada: uma tarefa de teste de tela, na qual as rainhas deviam cantar o hino nacional canadense para Stacey e a comediante Sabrina Jalees (que é uma explosão; “Sou eu, Rosario Dawson!”). Rita realmente acertou e teve sua vitória, mas eu também adorei Jimbo nele. Direi o seguinte: pessoalmente não conheço a letra de “Oh, Canadá!” E considerando todas as palhaçadas deste mini-desafio, ainda não a conheço!
“Oh Canadá” o mini-desafio reinterpretando o hino nacional canadense foi HILÁRIO! Essas Queens são incríveis 🙌🏾👑😂😂 #CanadasDragRace pic.twitter.com/nv6QLv4yBb
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Falando em Stacey: alerta de spoiler para minhas sugestões na próxima semana, mas não importa o que aconteça com o painel de jurados, ela precisa ficar por perto. Ela é incrível quando trabalha com as meninas individualmente e, embora seu julgamento possa ser inconsistente ou insuficiente, ela sempre tenta oferecer feedback construtivo. De todo o painel, eu gostei mais dela, e espero que ela não seja expulsa do show.
Eu apreciei o segmento na werkroom educando sobre como é a cena dos balls, mesmo que seja um pouco superficial. Parece que CDR tem se esforçado para destacar a história da comunidade LGBT e, embora eu deseje que eles se aprofundem um pouco mais em alguns assuntos – o segmento de Michelle DuBarry dois episódios atrás foi igualmente adorável, mas limitado – certamente é um passo na direção certa.
Não consigo dizer o quanto foi maravilhoso ter Michelle Visage neste episódio. É uma ótima sensação ouvir Michelle fazendo as falas tradicionais de Ru (ela parecia animada também), e ela deu o tipo de críticas construtivas e bem explicadas pelas quais este painel esteve desesperado por toda temporada.
Michelle Visage fazendo sua entrada triunfal como apresentadora convidada de #CanadasDragRace. Me arrepiei, ela nasceu pra isso. YASSSS!!! pic.twitter.com/OCxCQWHmGk
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Também fiquei emocionado em ouvi-la reconhecer que a necessidade de usar padding (preenchimento de espuma) em drag é uma conversa contínua, e ela até admite que as almofadas nem sempre são um requisito. Ainda assim, ela meio que reforça a ideia de que Drag Race espera que as rainhas usem pad mesmo, enquanto o mundo maior da arte drag segue com ou sem pad. Dois passos para frente, um passo para trás.
Priyanka ficou chapada no Mini-Untucked, a ponto de um produtor ter que cortá-la. “Michelle Visage disse que eu sou linda”. Deus te abençoe, Pri.
Jimbo falando mal do look de Priyanka e Pri querendo dar na cara da palhaça TUDO PRA MIM!!! Vou sentir saudades de #CanadasDragRacepic.twitter.com/sE2XHg0JoW
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Então este episódio merece 4 coroas!
Confira os looks da Runway em:
Recap por Xtra. Para ler mais sobre a S1 de Canada’s Drag Race clique aqui.