A campeã da décima temporada de RuPaul’s Drag Race, Aquaria, revelou que “adoraria ver mais mulheres” no programa, às vésperas da estréia da temporada recente de All Star, que não teve nenhuma mulher no elenco. Enquanto Drag Race continuou na sua saga de dominação mundial com o All Stars 5, sua falha em representar as mulheres que fazem drag (sejam cis ou trans trans) ultrapassou o ponto em que poderia ser considerado um descuido.
É uma omissão intencional sobre a qual fãs, ex-competidoras e até jurados expressaram desconforto. No entanto, algumas meses atrás, o spin-off Celebrity Drag Race levou ao ar dois episódios que celebraram as mulheres (veja aqui e aqui).
Em uma mesma noite, 2 de maio, vimos durante o episódio makeover da temporada 12 as rainhas transformarem mulheres cis em maravilhosas drags, e na sequência RuPaul dar as boas-vindas a três mulheres cis famosas, como Vanessa Williams, na sala de trabalhos para participarem de Celebrity Drag Race. Os episódios foram ao ar seguidos a um intenso debate online que criticava negativamente a participação de mulheres na corrida de drags.
Aquaria disse à PinkNews que tais reclamações vieram “de uma perspectiva muito equivocada e boba”.
“As mulheres fazem drag há tanto tempo quanto qualquer outra pessoa. E óbvio que é entretenimento. É algo que pode ser utilizado. E é algo que eu adoraria ver mais na série principal de RuPaul’s Drag Race”
Aquaria rejeita a ideia de que mulheres drags teriam vantagem na competição
Um argumento usado contra a inclusão de mulheres em Drag Race é a percepção de “vantagem” que sua identidade de gênero lhes dá. É uma retórica que a própria RuPaul promoveu em 2018, parecendo criticar as mulheres trans ao twittar: “Você pode tomar drogas para melhorar o desempenho e ainda ser uma atleta, mas não nas Olimpíadas”.
Aquaria, que já havia demonstrado seu apoio a artistas trans, disse que os episódios recentes de Drag Race voltados para mulheres provaram que isso era uma concepção incorreta.
“Claramente, qualquer transformação que eles estejam procurando ainda está lá. E quaisquer ‘vantagens injustas’ que as pessoas percebam que as mulheres têm são claramente inexistentes. Metade da merda que eu faço agora é drag de menino. Portanto, dizer que uma pessoa com corpo feminino se sobressairia contra mim, ou que eu me sobressairia sobre eles, é um absurdo. Todos deveriam jogar juntos!”.
Ela ainda destacou “as pessoas que já competiram em Drag Race no passado e continuam competindo nela” que se identificam como mulheres.
Sonique e Peppermint se revelaram mulheres trans durante o show – no entanto, RuPaul contou que Peppermint só foi autorizada a competir porque ela não havia se submetido a nenhuma cirurgia de afirmação de gênero na época. Posteriormente, ele se desculpou por seus comentários.
Desde então, Gia Gunn, que se revelou como trans depois que sua sexta temporada foi ao ar, voltou a competir no All Stars 4.
Enquanto RuPaul’s Drag Race segue barrando mulheres na competição, Dragula trouxe duas mulheres competidoras para sua terceira temporada, Hollow Eve e Landon Cider, que foi ao ar em 2019. Já Sonique, Peppermint, Jiggly Caliente e Carmen Carrera, ex-competidoras de RPDR, irão estrelar o próprio programa com pautas trans no serviço de streaming Out Tv, chamado Translation, leia aqui.