“Nasce Uma Rainha” é o novo reality brasileiro da Netflix que apresentará aspirantes a drag queens e kings perfeites, aprendendo a se transformarem em suas melhores versões. As apresentadoras da atração serão Alexia Twister e Glória Groove. A estréia do novo programa será em novembro!
Nasce uma Rainha é um formato 100% desenvolvido no Brasil, pela produtora Boutique Filmes –a mesma de “3%”, primeira série brasileira da Netflix. Em cada um dos seis episódios, Glória e Alexia ajudam um aspirante a drag a encontrar seu nome artístico, seu visual e sua atitude em cena.
“A arte drag é muito plural. Envolve teatro, dança, moda, maquiagem… No programa, a gente usa essa arte para mudar a vida da pessoa, inclusive fora do palco”, conta Alexia Twister em entrevista por teleconferência.
“Durante as gravações, parecia que nós estávamos diante do espelho”, acrescenta Glória Groove. “Víamos muito de nós mesmas nos participantes. As mesmas inseguranças, a mesma vontade de vencer”.
Os candidatos a estrela incluem uma mulher, que se transforma em drag king, e uma pessoa que se identifica como não-binária (que não se alinha com nenhum dos dois gêneros “oficiais”). “Mas, afinal, o que é gênero?”, diz Alexia. “É uma coisa imposta”.
Tony Goes que assistiu a dois episódios de Nasce uma Rainha, afirma que programa é uma espécie de campo de treinamento intensivo para as futuras transformistas. Os participantes chegam ao set sem saber que Alexia Twister e Glória Groove estarão lá, e ficam esfuziantes. Cerca de 45% da equipe também são compostos por pessoas LGBT+, o que ajuda a criar um clima relaxado e divertido.
Só que nem tudo é risada. Nasce uma Rainha também abre espaço para os dramas pessoais, e colhe depoimentos de parentes e amigos –alguns deles ainda não aceitam as escolhas de vida dos candidatos. Mas o final é feliz: no palco de uma boate, apadrinhadas por Glória e Alexia, as novas rainhas estreiam diante de uma plateia lotada, e arrasam.
Nasce uma Rainha se insere em um fenômeno mais amplo: a ocupação de cada vez mais espaços culturais por drag queens, travestis e transexuais. Hoje já existe alguém como Rita Von Hunty, que comenta sobre política em seu canal no YouTube, e atrizes que já vão muito além dos shows em casas noturnas, como Nany People e Maria Clara Spinelli.
“Tudo isso é o resultado de muitos anos de história, muita luta e transgressão”, comemora Alexia. “Nós derrubamos barreiras!”.
Mas elas ainda existem, claro. Uma delas é a pandemia, que fechou boates e teatros e diminuiu drasticamente o mercado de trabalho das drag queens. Alexia tem sobrevivido dando aulas online, e Glória continua gravando e lançando músicas, mas nenhuma delas têm feito shows. “A quarentena fez a Glória dar uma parada”, conclui Glória Groove. “O Daniel voltou!”, ri ela.