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Medida de RuPauls’ Drag Race contra racismo não é suficiente

Equipe de RuPaul’s Drag Race se comprometeu em combater discursos de ódio e racismo do fandom do programa. Mas ainda é pouco!

🕓 3 min de leitura

Depois de anos sendo negligente a cerca dos ataques de ódio e racismo do fandom contra as participantes de RuPaul’s Drag Race, a produção do show começou a adotar medidas para combater tal comportamento nocivo. Em nota publicada nas mídias sociais oficiais do programa a equipe por trás do show se comprometeu a não aceitar comentários de ódio e racismo, bloqueando quem os fizer. Confira a seguir a nota.

“RuPaul’s Drag Race e drag é uma forma de arte que não seria nada sem a contribuição das nossas rainhas Pretas. Vidas Pretas Importa. Ponto final. Nós condenamos racismo em todas as formas e estamos tomando medidas adicionais para sermos antirracistas, especificamente conta comentários direcionados para nossas rainhas Pretas. Se você postar comentários de ódio e racistas será bloqueado. Não há lugar neste fandom para nada que não seja positividade e apoio para TODAS as nossas rainhas”.

Essas medidas surgem em um momento crucial na história recente da humanidade em que vários protestos acontecem ao redor do mundo em defesa da vida e dignidade de pessoas pretas. Mas tal medidas é o mínimo que se espera de um programa que tem alimentado por anos narrativas contra as rainhas pretas que participam de sua competição, pintando-as de vilãs, invejosas e agressivas. Ao mesmo tempo em que eleva aos céus sua contraparte branca, que sempre são as fanfavorites do fandom, tendo uma incrível carreira pós-show, enquanto as rainhas negras sequer são celebradas num simples Meet & Greet (leia aqui).

Então não basta apenas bloquear quem dissemina ódio e racismo nas redes de Drag Race, é preciso ações mais efetivas, especialmente no programa de TV que tem maior alcance e impacto na percepção do público. O ideal seria uma edição menos vilanesca e mais digna para as competidoras racializadas do programa, sejam elas pretas, latinas ou asiáticas. Assim como o reforço constante de que o show existe para celebrar não apenas suas rainhas brancas, mas também toda diversidade racial tão importante a arte drag. Neste contexto, um programa especial de bate-papo das rainhas racializadas como Bob, Latrice, Kennedy, Naomi, Silky, Jasmine, Alexis Mateo, Gia, entre outras se faz urgente e essencial, para que os fãs entendam o impacto do racismo na vida dessas rainhas que tanto trabalham para ter sua arte validada, mas que em muitos casos recebem apenas ódio e ameaças, que levaram artistas como James Ross a largar a carreira drag (leia aqui).

A produção de Drag Race por anos foi conivente com o comportamento tóxico de seu fandom, pois isso rendia boa audiência e enchia de dinheiro os cofres da World Of Wonder, VH1 e RuPaul. Mas conforme temos vivenciado, uma nova revolução social bate à porta e sem paciência para esperar ela ser aberta. Se o show não evoluir e corrigir seus próprios erros, ele será engolido pelo próprio público que não aceita mais tantas injustiças sociais pintadas de entretenimento.

Para ler mais notícias sobre o racismo presente em Drag Race e em seu fandom clique aqui.

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