Antes mesmo de aparecer em RuPaul’s Drag Race, antes mesmo de ser anunciado como um concorrente na 10ª temporada, Blair St. Clair – cujo nome é Andrew Bryson – ganhou as manchetes em outubro por sua prisão por direção perigosa ao conduzir seu carro sob efeito de alcool.
“Mesmo depois disso, não achei que tivesse problema com bebida”, disse St. Clair em uma entrevista exclusiva para a Mic (aqui). “Agora, sendo mais velha, mais educada ou instruída, reconheço quanto errei ao colocar em perigo a vida de outras pessoas, arriscar minha própria vida e infringir a lei”.
Blair disse que uma das partes mais difíceis do ocorrido foi chegar em casa depois de gravar Drag Race e ver amigos republicarem o artigo da TMZ detalhando a prisão. “Eu realmente não sabia o que estava acontecendo, e então todo mundo estava fazendo seu próprio julgamento sobre mim”, disse a queen. “A pessoa que, realmente, pode me julgar no fim das contas sou eu, e isso não é da conta de ninguém”.
A combinação da prisão e subsequente cobertura da mídia levou Blair St. Clair à sobriedade.
“Eu finalmente decidi olhar para a minha vida como um meio de me amar. Eu não reconheci, não soube e não entendi por muito tempo que não estava me amando por tantas coisas que aconteceram em minha vida. Permiti-me ter uma pequena perspectiva de: ‘Ei, tenho uma longa jornada para continuar crescendo, de me amar. Mas posso começar fazendo algumas coisas hoje para chegar onde quero estar na vida’”, declarou Blair.
A drag também abordou sua experiência como vítima de agressão sexual, uma conversa que surgiu pela primeira vez durante o sexto episódio da décima temporada de Drag Race.
“Antes de filmar o show, eu nunca tinha me aberto e conversado sobre isso e é porque era algo que eu não queria acreditar”, disse Blair, descrevendo sua decisão de revelar a experiência para RuPaul, a bancada de jurados e suas colegas drags em um momento emocionante no palco.
St. Clair disse que a parte mais assustadora foi admitir para si mesma e para o mundo que alguém a machucou – e se sentindo “menos… que homem gay” como resultado.
“Eu senti que havia algo de errado comigo há tanto tempo porque eu não sentia a necessidade de ser um gay excessivamente sexualizado em uma comunidade supersexualizada em que vivemos, e me senti muito estranha”, acrescentou. “Eu me senti muito fora do lugar e me senti muito ressentida com as pessoas”.
E embora Blair esteja agora usando sua plataforma para falar, ela ainda está trabalhando ativamente com a dor de seu passado.
“Só porque eu me levanto e digo hoje que senti um trauma em minha vida, isso não significa que estarei BEM amanhã”, disse ela. “Isso significa que eu aceitei e estou dando o primeiro passo e, finalmente, alcançando a cura. Isso significa que eu estou oficialmente e finalmente pronta para assumir o controle desse aspecto da minha vida e reconhecer que eu tenho o controle de mim mesma hoje em dia. Eu posso não ter o controle dessa situação. Eu posso não ter o controle sobre o que aconteceu comigo naquela época, mas não posso mais viver lá. Eu vivo o hoje”.
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